sábado, 17 de abril de 2010

Como iniciar uma proposta de iniciação científica


O objetivo deste post é dar umas "dicas" para os pesquisadores iniciantes interessados em participar do Digifoto. Se você tem interesse e ainda não se cadastrou faça-o agora e receba sempre as atualizações do assunto no blog. É só acessar o post do dia 2/abril e preencher seus dados no campo comentário. Muitos interessados, além dos inscritos, me mandaram e-mails manifestando vontade, porém preocupados com o fato de não terem nenhum projeto ainda. 
Não há nenhum motivo para preocupação. Todos eles, sem saber, já iniciaram o projeto ao manifestarem vontade. Lembrem-se que iniciação científica não ocorre apenas por meio de projeto formal de PIBIC. Em 2008 dois alunos da Arquivologia fizeram um importante trabalho, na modalidade de Atividade Complementar (PAC) de busca sistematizada e fichamento de textos relativos à fotografia nos arquivos. Apesar de não terem tido PIBIC, eles efetivamente foram "iniciados" na pesquisa científica. 
Isso significa que propor um aprofundamento bibliográfico sobre um tema de seu interesse pode vir a ser um projeto de iniciação científica. Significa também que a iniciação científica pode ocorrer independente da formalização de um PIBIC.
O Blog apresenta portanto 4 tipo de possibilidades de início de projeto, basta acessar os projetos discentes na caixa específica:
  • uma reflexão mais teórica: projeto Laiane
  • uma aproximação mais prática: projeto Leandro e projeto de aluna desistente
  • um aprimoramento de leituras: projeto PAC de mapeamento bibliográfico
O tema geral deve estar ligado à questão da organicidadade do documento fotográfico nos arquivos. A pergunta específica de partida deve atender os anseios e curiosidades de cada aluno.

Deixe aqui sua pergunta inicial e não tenha receio de ser uma pergunta "boba", sem solidez teórica etc. Perguntas iniciais são mesmo assim.

5 comentários:

  1. O tratamento de fotografias pelo Instituto Euvaldo Lodi
    O Instituto Euvaldo Lodi (IEL) oferece o serviço de tratamento de documentos arquivísticos. Desde o início de 2009 não houve projetos de organização documental onde o foco fosse organizar documentos imagéticos. Uma pequena quantidade de fotografias do Serviço Florestal Brasileiro precisou ser tratada e recebeu apenas um tratamento físico, porém nenhuma informação ou origem das imagens foram trabalhadas. A partir da apresentação do projeto do Leandro, é possível notar a importância de se conhecer o contexto de produção de qualquer tipo de documento, principalmente das imagens.
    É citada também outra característica da fotografia que não pode ser perdida: sua autenticidade. Hoje, com o avanço das tecnologias de manipulação de fotografias, como por exemplo, o Photoshop, fica muito fácil alterar as informações de uma imagem. Quando o IEL precisar tratar uma grande quantidade de fotografias, estas precisarão receber uma atenção especial, oferecendo muito mais do que um tratamento físico, com materiais adequados, mas também o tratamento da informação e do contexto de cada uma delas.
    A recuperação de documentos em arquivos imagéticos se dá através da descrição do contexto em que foram criadas, de forma que cada imagem é analisada individualmente. Um banco de imagens não se justifica ou até mesmo não consegue ser feito com a falta da informação desses documentos.
    Quanto à documentação da própria instituição IEL, existe a intenção de fazer um tratamento especial de todas as suas fotografias, mas o processo ainda está se inicializando. Algumas pessoas, que não trabalham no Arquivo Central do Sesi – Guará (onde se localiza a documentação do IEL), estão fazendo todo o planejamento e colhendo informações essenciais como a quantidade total de fotos a serem tratadas. Ainda não se sabe exatamente como e quando será feito o trabalho, mas talvez possa ser feito um estudo a fim de ajudá-los e evidenciar as etapas necessárias para se realizar o mais adequado tratamento das fotografias do Instituto Euvaldo Lodi.
    Com a leitura do plano de trabalho “Diagnóstico arquivístico dos documentos fotográficos referentes ao Decanato de Ensino de Graduação (DEG-UnB) presentes no acervo do Centro de Documentação (CEDOC-UnB)” é possível perceber a importância de se tratar a informação arquivística encontrada em imagens. É necessário que quando o Instituto Euvaldo Lodi precisar realmente organizar um arquivo imagético todas as fases do devido tratamento sejam realizadas. Talvez por ainda não ter feito algo tão específico, a instituição não tenha dado o real valor para a análise das informações que deve ser estudadas em cada fotografia.

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  2. Creio que os arquivos fotográficos sejam por natureza um desafio para qualquer arquivista, pois como está escrito no resumo da proposta seu arquivamento é um pouco complicado pois a ideia do mesmo é permitir um fácil acesso ao documento que esta arquivado. Embora ainda não tenha muito conhecimento sobre as técnicas de arquivamento, acredito que por se tratar de um arquivo digital, uma boa maneira de o fazer, seria atrávez de banco de dados, aonde seria armazenado todas as informações que o arquivista colocar acerca da foto no mesmo (breve descrição da foto), e com o auxílio do programa um interessado, em obter uma foto específica a descreveria (de forma simplificada)e o programa em questão buscaria imagens com descrição semelhante e as colocaria disponível.
    Contudo volto a frizar que iniciei meus estudos na UnB a pouco tempo e por essa razão ainda não tenho muito conhecimento acerca da arquivística, mais estou disposto a adquirir todo o conhecimento necessário para o projeto em questão.

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  3. Victor, a sua perspectiva visa apenas tentar localizar as imagens mediante o conteúdo visual. O problema é que esse tipo de solução ignora a organiciadade dos conjuntos documentais e não contextualiza os documentos arquivisticamente; isto é: não permite entender quem é o produtor (arquivístico, não emissor) do documento e que função (administrativa) gerou o documento e que função (arquivística) fez com que ele, deliberadamente, fosse arquivado.

    No exemplo da "charada fotográfica" ( clique aqui para acessar) os elementos que você busca estão presentes, mas mesmo assim, não há dados relativos à organicidade arquivística. Naquele caso isso nem seria possível, posto que é uma coleção de postais e não um fundo de arquivo.

    No caso do CEDOC-UnB os documentos fotográficos de arquivo, a despeito de serem descritos do modo que você sugere (ou algo similar), estão completamente descontextualizados das atividades que os geraram, configurando, na prática, uma coleção de imagens de personalidades universitárias. Foi isso que o Leandro e eu mostramos em nosso artigo. Clique aqui para acessar post sobre isso.

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  4. Comentário recebido no blog DigifotoWeb, postado por Paula Johas, em 22 de janeiro de 2014, às 12:09 = Quais argumentos são válidos para ter uma boa base científica para apoiar o uso da fotografia em pesquisas de campo na Fiocruz, por exemplo...

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    1. Paula, sua pergunta é ampla, já que há muitas possibilidades e variáveis.

      O uso da fotografia por si mesmo só se justifica se o objetivo for trabalhar especificamente com registros feitos com essa técnica. Por exemplo, na primeira versão do Digifoto (ver aqui) as fotos selecionadas para digitalização foram feitas de acordo com demanda de pesquisas de alunos de história que queriam discutir seus problemas e objetos tendo os registros fotográficos como fonte documental.

      Em outros tipos de pesquisa, nas quais se está preocupado com o tipo de resultado, sem uma preferencia por algum tipo de registro, a fotografia vai ser válida dependendo da informação que ela vai fornecer e dependendo do tipo de informação que se quer obter. Um exemplo, no âmbito da FioCruz é a tese de Aline Lacerda, que mostra como esse tipo de documento foi importante nas pesquisas sobre a febre amarela. (LACERDA, Aline. A fotografia nos arquivos: a produção de documentos fotográficos da Fundação Rockefeller durante o combate à Febre Amarela no Brasil. Tese; Doutorado em História Social FFLCH-USP, São Paulo, 2008. Disponível aqui.

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