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quarta-feira, 3 de abril de 2019

Fotoperiodismo y mercado en la era digital: cuando los aficionados vienen marchando

Las imágenes que muestran a soldados infligiendo torturas y tratos aberrantes a prisioneros irakíes en la cárcel de Abu Ghraib tienen, por estos días, al menos, dos importantes derivaciones. La primera referida a lo que esas imágenes constatan: las torturas y el sadismo de los soldados norteamericanos en esa insensata invasión. De interés para fotógrafos y comunicadores trataremos la segunda de esas derivaciones constituidas por las circunstancias mismas del registro y su posterior difusión em medios gráficos y pantallas de todo el mundo.
Gabriela Brook y Julio Menajovsky

Por José Henrik Zomer

O artigo trata do uso da fotografia para ilustração em periódicos, estendida a publicidade de notícias, tornando-se ferramenta chave a partir das inovações nas técnicas de reprodução e transmissão. Também retrata o profissional fotográfico, que incorreu em profundas transformações em suas atribuições no decorrer do século XX, de ilustração, denuncia, opinião e a análise fotográfica.

O fotojornalismo pressupõe a alocação de recursos, definição de estilos, previsão de continuidade da informação produzida e rotinas nos processos de sua publicação. Apresenta um novo debate a partir de publicações em meios de comunicação de imagens que reveladas em condições de amadorismo, a exemplo dos soldados americanos na prisão de Abu Ghraid e que se derem um prêmio as fotografias mais importantes de 2004, certamente as fotografias dos prisioneiros de Abu Ghraib seriam as premiadas.

O artigo resgata que, neste caso em particular, os fotógrafos profissionais estavam restringidos aos espaços da força de ocupação frente ao imediatismo dos militares no front de batalha com suas câmeras fotográficas e a internet disponível a publicações, sem contar os riscos inerentes a situação imposta pela guerra.


Profissionais e Amadores

Os profissionais de imprensa trabalham para um ou vários meios de comunicação, produzindo fotos pensando no meio em que serão publicadas, seus requisitos formais, informativos, estéticos e, quando possível, o lugar da página onde poderá ser publicada, devendo obter uma variedade de imagens de modo a atender inúmeros requerimentos à edição, prevendo os requisitos necessários no momento da captura.

A definição do “para quê” e “para quem” da produção fotográfica distingue um fotografo amador do profissional. O amador não tira fotos pensando em sua publicação. Contudo, publicações de fotografias amadores não são novidades.

i. La Prensa
“El retrato del filicida Mateo Ampuero” aparece no Diário La Prensa em 1901, protagonizando um episódio da crônica roja da cidade de Río Cuarto, um furo fotográfico do fotógrafo amador José Pereyra, que esperou pacientemente o momento em que o assassino perigoso foi transferido para a cadeia e, nessa oportunidade, ele o fotografou. Nesse caso, a expectativa gerada em torno da figura de Ampuero parece ter contribuído a decisão da mídia em publicar seu retrato.

ii. Ninõ del Gheto de Varsovia
A foto acima do menino do Gheto de Varsóvia, com os braços erguidos, transformou-se para o mundo em um dos ícones do horror do Holocausto. Obra de um oficial Gestapo como parte de relatório à Himmler, a imagem transcende o contexto da sua produção com a expressão de quem está sofrendo na carne as consequências daquele momento.


iii. Asesinato de Kennedy


A mídia pagou US $ 150 mil por 6 segundos de filme do assassinato de Kennedy ao alfaiate Abraham Zapruder. Outro fotógrafo amador, James Altgens, registrou os exatos momentos anteriores e posteriores ao ataque e, sua segundo foto ganhou o prêmio World Press Photo daquele ano. Apesar de toda a imprensa credenciada estar cobrindo a comitiva do presidente, todos estavam atrás desta e a uma distância considerável, deixando aos amadores o registro de um dos eventos mais impressionantes do século XX.

iv. Atentado em Rio Tercero

As primeiras imagens do atentado de novembro de 1995 ao Río Tercero foram realizadas por um vizinho e publicada no dia seguinte na capa de um dos jornais de maior circulação na Argentina. 

v. Prisão de Abu Ghraib

As imagens acima retratam prisioneiros iraquianos na prisão de Abu Ghraib, Bagdá, Iraque, em 2004. Como vimos até agora, do começo até os dias atuais, podemos encontrar exemplos de fotos de um valor informativo reconhecido, tomadas por amadores e publicadas pela mídia de massa. As imagens, tiradas em Bagdá por soldados americanos, corroboram com o debate sobre as implicações de usar fotos de fãs em publicações sob o contexto histórico e social em que são realizadas.


Novas objeções são elencadas à função da mídia social por buscar a maximização dos lucros em seus informes e um dos pilares dessa política é a flexibilização laboral, imposta na Argentina nos anos 90, resultando em elevação do desemprego a níveis nunca alcançados, promovendo medo de perder o vínculo empregatício. Nesse contexto, cabe questionar se as fotos amadoras, oferecendo novidade e imediatismo, com qualidade aceitável, podem ameaçar a função do fotojornalista.

Os autores citam um acordo entre uma produtora e uma empresa de telefonia para captura de periódicos produzidos fora dos estúdios, os noteros, possam ser publicados na página da internet da rádio sem custo, apenas citando a fonte, algo proibido no estatuto profissional dos jornalistas, mas ressalta que negar-se a fazê-lo implica risco de perder o emprego. A utilização de fotos não profissionais com finalidades informativas é algo concreto, porém não se sabe quais resultados produziram, perda de direitos trabalhista, flexibilidade do trabalho e uma polivalência funcional ao extremo.

Por outro lado, telefones celulares cada vez mais sofisticados, estão nas mãos de pessoas que testemunham os momentos mais variados e, muitos destes, certamente noticiáveis, possibilita que a cada dia seja mais frequente a publicação de imagens com essa origem.

Seria um erro atribuir as fotos de um amador como de menor qualidade ou que suas câmeras não podem produzir imagens para competir em nitidez e demais características técnicas, tal qual um profissional, como impedimento à sua publicação.

A avaliação de fotos amadoras pode gerar uma nova retórica, com novos princípios ao que é considerado tecnicamente essencial. A mesma fotografia que externalize ausência de “gestos profissionales” será facilmente reconhecida como “documento casual”, valorizando certos “defectos” técnicos como tratamento de luz, enquadramento e nitidez, por exemplo.

O surgimento da câmara Leica, na década de 1930, em substituição as câmaras de placas, vigentes à época, mais pesadas, difíceis de manipular e sem reservatório de películas, de formato pequeno e com uma reserva de trinta e seis imagens por rolo, foi a primeira a utilizar película de 35mm. Robert Capa foi um dos primeiros a explorar esse novo equipamento com fotos no meio do perigo, reportadas em seu relato do desembarque na Normandia, o dia “D” da Guerra Civil Espanhola. A publicação, sob o título “Ligeiramente fora de foco”, apresenta 12 fotos onde algumas estavam “um pouco fora de foco”, mas foram selecionadas frente a outras de melhor qualidade por estas possuírem atributos de emoção e impacto visual.

A precariedade de recursos supostamente atribuido à baixa qualidade das imagens (fotos dos soldados na prisão de Abu Ghraib) podem marcar o documento como casual e utilizar-se deste atributo como garantia de neutralidade e confiabilidade em oposição às produzidas por profissionais vinculados ao meio de comunicação, reforçando o papel de mediador.

Podemos perceber que a mídia terá cada vez mais fotos de amadores disponível, obtendo vantagem econômica e ajustando seus manuais de estilo, produção e o valor informativo das imagens.

O artigo conclui questionando sobre como as imagens produzidas em meios gráficos podem sustentar uma publicação da mesma forma que uma imagem publicada na Internet por “telefone”. Argumenta o fato da comunicação repetitiva, mas resgata o surgimento da televisão, onde a fotografia impressa precisou explorar outras técnicas de produção e transmissão de imagens como fórmula de sua permanência e sobrevivência.

O aparecimento da televisão implicou novas formas de exercer a fotojornalismo, validando a fotografia como suporte para a informação, privilegiando a interpretação e opinião a partir da imagem congelada, num contexto social e histórico onde as novas tecnologias de produção e transmissão oferecem novas possibilidades de comunicar.

"Memórias do Vietnã"
Os soldados no Vietnã também tinham câmaras. Não eram digitais nem na quantidade e disponibilidade atual, mas tiraram fotos. No entanto, somente as fotografias tiradas pelos soldados americanos transcendeu o status de lembrança e viraram um ícone memorável da ocupação. É muito provável que qualquer dessas fotografias poderiam ter transcendido publicamente, desde que tivessem chego a um número significativo de publicações. Essa diferença marca uma nova era, mostrando que não é apenas sobre a possibilidade de capturar imagens e sim acessar um canal de distribuição, prioritariamente atribuição exclusiva dos profissionais. Susan Sontag cita em seu trabalho “Tortured Imagens” palavras do Sr. Rumsfield em que é difícil censurar soldados no exterior que não escrevem como no passado, em que era fácil abrir as correspondências e riscar fragmentos inaceitáveis, e agora saem tirando fotos e passando-as sem observância das leis de reprodução.



Referências


BROOK, Gabriela & MENAJOVSKY, Julio  (2004): “Fotoperiodismo y mercado en la era digital: cuando los aficionados vienen marchando”. Revista Ojos crueles: temas de fotografía y Sociedad  Nº 1. Buenos Aires: Imago Mundi. 83-93pp.