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sexta-feira, 6 de junho de 2014

O que começar a ler para "salvar" fotografias em situação de risco?


Por conta da escassez de estudos na área, muitas pessoas acabam recorrendo ao GPAF na busca de referência sobre preservação de acervos fotográficos. O escopo do grupo não está exatamente voltado para esse tipo de problema, mas, mesmo assim, este post tentará apresentar algumas referências inciais, que têm nos servido como inspiração.

O primeiro a saber é que um conjunto fotográfico nunca deve ser entendido como algo isolado. Ele, de algum modo, se relaciona com uma coleção, um fotógrafo, um arquivo, um produtor, uma função, um modo de registrar o presente, um valor social, uma importância histórica etc. O importante, então, é situar os documentos, antes de mais nada, em uma perspectiva de patrimônio fotográfico para, depois, pensar nos aspectos técnicos do tratamento e organização. A parte técnica pode, didaticamente, ser pensada em dois grandes focos: um físico, dedicado à preservação e a conservação; e um informacional, que se ocupará de trabalhar as técnicas, conteúdos, contextos (históricos e arquivísticos), bem como a política de acesso, divulgação, cópias, direitos etc.

Esquematicamente teríamos, então, a seguinte estrutura de relações de temas:
1. Patrimônio fotográfico
  • 1.1. Tratamento Físico
    1.1.1 - preservação
    1.1.2 - conservação
    1.1.3 - restauração
    1.1.n - etc.
  • 1.2.  Tratamento informacional
    1.2.1 - técnicas e materiais
    1.2.2 - autores (pessoais e institucionais)
    1.2.3 - funções originais

    1.2.4 - funções posteriores
    1.2.5 - contextos históricos e sócio-culturais
    1.2.6 - contextos administrativo e arquivístico
    1.2.7 - acesso e divulgação
    1.2.8 - cópias e direitos
    1.2.n - etc.
O ponto de referencia inicial está em inglês e localiza-se no site do Photographic and Audiovisual Archives Group do Conselho Internacional de Arquivos (acesso aqui). Lá há duas páginas que trarão boas referências preliminares: a do "kit de sobrevivência" (acesso aqui), com informação básica e resumida sobre recursos mínimos necessários;  e a de "recursos do PAAG" (acesso aqui), que apresenta uma boa relação de documentos e manuais técnicos, disponíveis para consulta na Web. As outras páginas são importantes para informações mais avançadas e/ou complementares.

Nosso blog, além dos links para o PAAG, traz também acesso a muitos textos na caixa "recursos", no canto superior esquerdo. Os textos disponibilizados pelo Centro de Pesquisa e Difusão da Imagem (CRDI), em Girona, Catalunya, trazem importantes reflexões sobre a compreensão e implicações práticas do conceito de Patrimônio Fotográfico além de muitos textos técnicos relativos ao tratamento físico. Os textos trabalhados pelo GPAF em disciplinas da pós-graduação são mais voltados para o tratamento informacional, sobretudo quanto às relações das imagens fotográficas com o contexto de produção documental. É importante indicar que não são divisões estanques e que há textos de toda natureza em ambos grupos de links.

Dentro de tão vasto universo vale à pena ler pelo menos o seguinte:
  • Um grande manual, que é uma referencia completa e obrigatória:
    > Boadas, J.; Casellas, L.; Suquet, M. Manual para la gestión de fondos y colecciones fotográficas. Girona: Biblioteca de la Imagen, CCG Ediciones - Ajuntament de Girona (CRDI), 2001, Disponível aqui; link alternativo aqui.
  • Duas discussões iniciais bem fundamentadas sobre Patrimônio Fotográfico:
    > Boadas, J. Patrimonio fotográfico: estrategias de gestión y preservación, dins el documento escrito y el documento fotográfico. Las Palmas de Gran Canaria: Anroart Ediciones, 2007, p. 15 a 32. Disponível aqui;
    >> Iglésias, D. Materiales fotográficos: conocer, analizar y preservar. 4a. Jornada Provincial de Archiveros. Còrdova, 2009. Disponível aqui.
  • Três textos relacionados às questões físicas e técnicas:
    > Diagnóstico: Pérez, J. L'Estudi diagnòstic per a arxius d'imatges. 4es Jornades Imatge I Recerca: Antoni Varés . Girona, 1996. Disponível aqui.
    >> Equipamentos: Boadas, J.; Iglésias, D. Equipamientos y materiales para la instalación de un archivo audiovisual : el Centre de Recerca i Difusió de la Imatge (CRDI), a Restauración & Rehabilitación. Revista Internacional del Patrimonio Histórico , núm. 89 (2004). Disponível aqu.
    >>> Novas tecnologias: Casellas, L-E; Iglésias, D. Nuevas tecnologías y tratamiento de fondos y colecciones fotográficas. 2as Jornadas Imagen, Cultura y Tecnología . Madrid, 2003. Disponível aqui.
  • Quatro textos sobre contexto e questões arquivísticas:
    Arquivo fotográfico: Heredia, A. La fotografía y los archivos. In: Foro Iberoamericano de la Rábida. Jornadas Archivísticas, 2, 1993, Palos de la Frontera. La fotografía como fuente de información. Huelva: Diputación Provincial, 1993. Disponível aqui.
    >> Documento fotográfico DE arquivo: Lopez, A. Photographic document as image archival document., 2009 . In 8th Conference on Technical and Filed Related Problems of Traditional and Electronic Archiving, Radenci/Slovenia, 25 - 27 March 2009. Disponível aqui.
    >>> Documento fotográfico EM arquivo: Carvalho Madio, T. Uma discussão de documentos fotográficos em ambiente de arquivo. In: VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Estudos avançados em Arquivologia. Marília: Cultura Acadêmica, 2012. cap. 3. p. 55-68. Disponível aqui (link alternativo aqui).
    >>>> Contextualização: Lopez, A. Contextualización archivística de documentos fotográficos. Alexandria: revista de Ciencias de la Información, Lima, ano V, n.8, jan./dez. 2011. Disponível  aqui
  • Cinco livros mais recentes com diversidade de temas (nem todas disponíveis on-line):
    > Salvador, A. Ruiz, A. Archivos fotográficos: pautas para su integración en el entorno digital. Granada: UGr, 2006.
    >> Dirección de Bibliotecas, Archivos y Museos. Apuntes metodológicos para la documentación de fotografias. Santiago de Chile: DIBAM, 2012. Disponível aqui.
    >>> Fundación Patrimonio Fílimico Colombiano. Principios y técnicas en un archivo audiovisual. Bogotá, 2010. Disponível aqui.
    >>>> Recio, J. (org.) Gestión del patrimonio audiovisual en medios de comunicación. Madrid: Síntesis, 2013.
    >>>>> Sanchéz-Vigil, J. Salvador, A. Documentación fotográfica. Barcelona: UOC, 2013.

quinta-feira, 20 de março de 2014

Lectura de contenido

Cristian Camilo Gómez Cadavid 
(estudiante de Sistemas ITM)

Cuando hacemos una “lectura” de una imagen hay varios factores que influyen para crear un eje temático. Cualquier cambio en el momento de capturar una fotografía o al momento de ubicar un dibujo en el espacio puede darle un giro al eje temático.

El cambio de posición, el juego con los espacios en la imagen, los ángulos entre los objetos de la imagen pueden distorsionar o enriquecer su contexto de documento y/o eje temático.

A continuación podremos ver un ejemplo que nos ilustra mejor cómo puede el cambio de posición cambiar la “lectura” de la imagen:

Ahora miremos como puede cambiar el eje temático al cambiar la de posición:

terça-feira, 18 de março de 2014

Primeras imágenes del taller

Ayer hicimos un breve ejercicio de creación de imágenes-conceptos durante el taller (más detalles acá). Los conceptos trabajados fueron los previstos en la programación con los participantes y el docente produciendo las imágenes que están al final.

 Para el segundo encuentro se espera que todos hagan ajustes en las imágenes ya hechas o traigan nuevas, que ya se cuadren a los avances que se hizo con los conceptos, a través del debate que tuvimos luego de la exhibición de las imágenes iniciales.


  
    Información                                           Información Visual + Creación + Contexto


          
                         Archivo                                                Documento                      



  
Recreación                                               Percepción 


          
Imagen                                                                 Reproducción 


        
Contenido

segunda-feira, 17 de março de 2014

Taller Análisis de la información en documentos imagéticos


Se está empezando, en ese exacto momento, el taller "Análisis de la información en documentos imagéticos" en el ITM Campus Robledo, Medellín, Colombia, según la propuesta divulgada en el BIEAU acá y ese espacio virtual será utilizado como apoyo a las actividades que se irán desarrollando en aula. La referencia metodológica para la primera clase es el proyecto Imaginando, cuyos principales enlaces se pueden acceder desde acá

Breve presentación
El taller busca plantear algunas cuestiones esenciales que están presentes en los documentos imagéticos y/o fotográficos. El público objetivo está pensado a interesados en general que manejan materiales y documentos visuales, sean imágenes gráficas y/o digitales, sean documentos de archivos tales como fotografías, tarjetas postales etc. La propuesta se ubica en el ámbito del programa de las Artes Visuales, pero puede interesar a estudiantes y profesionales de otros sitios que trabajen/estudien temas relativos a los archivos, museos y estética.
El taller tiene como propósito estimular la reflexión comprehensiva sobre la información imagética, en sus diferentes manifestaciones, teniendo en cuenta el contexto y las relaciones de creación, uso y recepción no solo de la información visual, sino del documento (y documentos) donde esa información está registrada. 
Con las tecnologías de digitalización, creación, duplicación, adulteración, recreación y divulgación de imágenes cada vez más se hace necesario reflexionar sobre características específicas de la información visual, para que la representación y el establecimiento de significados y mensajes sea preciso. El punto base de la reflexión consiste en comprender que tales informaciones no están sueltas en el tiempo y espacio, sino vinculadas a documentos (sean físicos o virtuales). De esta manera el análisis de la información visual requiere también el análisis del contexto de los documentos y por medio de los cuales ella se manifiesta.
La estructura está pensada en tres bloques de cuestiones con temas muy presentes en las imágenes, que suelen hacer “trampas” al público no especializado, pero a veces a los especialistas también y que requieren mucha atención al momento de la organización de documentos imagéticos/fotográficos, no solo en la organización de la información, sino también en la difusión para el público.

Los documentos imagéticos
El termino imagético es un neologismo no reconocido por los diccionarios de lengua castellana o portuguesa y significa “relativo a la imagen”. Asimismo, en Brasil, el uso del término está muy relacionado a los trabajos que algunos investigadores han desarrollando, tratando de no utilizar el término "iconográfico", tan consagrado en los archivos, dado que éste último presenta problemas de orden conceptual. La opción por el termino imagético responde a las múltiples posibilidades de ocurrencia de imágenes en los archivos. El término propone englobar las diversas categorías de la imagen de modo más amplio que los términos fotografía, pintura, obra de arte etc. La rúbrica iconografía ha sido descartada básicamente porque ese término se encuentra incómodamente asociado (directa o indirectamente) tanto a las cuestiones de la imagen como lenguaje, así como a la identificación de contenidos en la propia imagen. (Cf. LOPEZ, 2011, p. 4) 

Programa preliminar 
  1. Definición, con ejemplificación practica y visual, de términos y conceptos instrumentales para el curso: información, información visual, imagen, contenido, contexto, documento, archivo, creación, recreación, percepción, reproducción
  2. Identificación de los contenidos de la imagen: polisemia, ilusión, y creación. Discusión de problemas que pueden dar con una comprensión equivocada ya sean por falsa familiaridad visual o por una ilusión provocada por el creador de la imagen. 
  3. Representación de las imágenes: percepción, recreación y reproductibilidad con nuevos significados. Importancia del conocimiento de su contexto visual y su entorno, evitando los riesgos de una interpretación equivocada, resultante de una mirada no-comprensiva. 
  4. Registro de la información imagética: contextos administrativos de la producción de documentos. Establecimiento de significados de la imagen por medio de los enlaces y ligaciones orgánicas de los documentos con su contexto de creación y las finalidades administrativas de su producción. 
  5. Ejemplos y problematización de imágenes y documentos creados y/o recogidos por los participantes.

Ejes Temáticos y Competencias:

Tema
Estrategia metodológicas
Indicador de logro
1. Definiciones de conceptos
presentación de términos y debate con ejemplos prácticos
creación de imagen(es)-concepto
2. Contenidos en imágenes
debate con ejemplos visuales
pequeño texto
3. Representación de imágenes
debate con ejemplos visuales
creación de imagen y pequeño texto en equipo
4. Registro de la información
presentación conceptual y debate con ejemplos prácticos
pequeño texto con ejemplo
5. Ejemplos y problematización
presentación de ejemplos por los alumnos
dossier con la actualización de los materiales producidos en la semana



Docente
André Porto Ancona Lopez - Doctor en Historia por la Universidad de San Pablo (USP) y profesor del programa de Grado en Archivología y del programa de Posgrado en Ciencia de la Información de la Universidad de Brasilia (UnB). Investigador (beca de productividad) del CNPq–Brasil. Tiene como tema de investigación los documentos fotográficos de archivo. Miembro del grupo de trabajo Photographic and Audiovisual Archives del Consejo Internacional de Archivos (PAAG-ICA) y coordinador del grupo de investigación sobre acervos fotográficos (GPAF). Coordina con otros expertos, el simposio internacional Acceso a la Información, del movimiento Internacional del Conocimiento (Chile) y las Jornadas Internacionales de Acceso a la Información (Colombia). E-mail: apalopez@gmail.com; currículo disponible enhttp://apalopez.info/cv.


Bibliografía básica de apoyo (no será exigida, sino facilitada a los interesados)

  •  GOMBRICH, Ernst H. Arte e ilusão: um estudo da psicologia da representação pictórica.
  • GOMBRICH, Ernst H. et al. Arte, percepción y realidad 2ª ed. Barcelona: Paidós, 1993.
  •  LOPEZ, André Porto Ancona. Photographic document as image archival document. In: TEHNIČNI IN VSEBINSKI PROBLEMI klasičnega in elektronskega arhiviranja: referatov dopolnilnega izobraževanja s področij arhivistike, dokumentalistike. Maribor: Pokrajinski Arhiv Maribor, 2009. p.362‑272. <http://eprints.rclis.org/12846/>.
  • PANOFSKY, Erwin. Significado nas Artes Visuais.

sexta-feira, 14 de março de 2014

I Congreso Internacional de Documentación Fotográfica


As XXIII Jornadas da Facultad de Ciencias de la Documentación, da Universidad Complutense de Madrid, neste ano, abrigam o I Congreso Internacional de Documentación Fotográfica, cuja temática principal homenageia o 175º aniversário da fotografia. O evento acontecerá de 2 a 4 de abril de 2014 e é gratuito. Os que desejarem certificado de assistência devem preencher o formulário de inscrição aqui. A progamação é bem intensa e diversificada, abrangendo múltiplos temas relacionados à documentação fotográfica, como por ser visto no programa geral aqui. Uma versão mais compacta, no formato de tríptico pode ser vista aqui.

O evento é organizado pelo grupo de pesquisa sobre recuperação da informação na Web (GRIWEB) e pela própria Facultad de Ciencias de la Documentación. O GPAF, muito se vê honrado de poder estar presente, apresentado trabalhos relacionados aos acervos fotográficos brasileiros e brasilienses.

A página de referencia do evento pode ser acessada aqui.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VI Jornadas Fotodoc

Las VI Jornadas Fotodoc "Ese oscuro objeto de deseo" se celebrarán el próximo jueves 12 de diciembre, en horario de 9.15 a 14h, en la Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid, según el programa abajo:

Jueves, 12 de Diciembre de 2013
de 9'15 a 14'00 h - Sala de conferencias
Director: Juan Miguel Sánchez Vigil
  • 9:15 Apertura Inauguración:
    José María de Francisco Olmos (Decano de la Facultad)
  • 9:30 El plagio en la fotografía
    Alberto Cabello (Abogado, Vicepresidente del GAJ)
  • 10:15 La fotografía en las artes escénicas
    Antonio Cabello (Arte Fotográfico)
11:00 Descanso
  • 11:30 El fondo Lladó en el Archivo del Centro Ciencias Humanas y Sociales del CSIC
    Rosa Villalón y Raquel Ibáñez
  • 12:15 La fotografía como creación 
    Luis Casteló (UCM)
  • 12:45  El fotoperiodismo como vocación 
    Federico Ayala y Luis Vega (Diario Abc)
  • 13:15 Presentación del libro Madrid, Crónica de un cambio, del fotoperiodista Gabriel Carvajal (Diario Ya)
    Almudena Sánchez (Editorial Temporae-La Librería)
  • 14:00 Clausura
    Decano de la Facultad de Ciencias de la Documentación
Entrada libre hasta completar el aforo. Se expedirá certificado de asistencia

Un pequeño balance de las jornadas anteriores, las V Fotodoc, celebradas en mayo/2013, está disponible acá

terça-feira, 30 de julho de 2013

¿Que ciudad soy yo?

Há alguns símbolos que emblematicamente identificam cidades muito específicas no mundo, como por exemplo a Torre Eifel, a Estátua da Liberdade,  o Cristo Redentor, a Torre de Pisa, o Coliseo etc. Outros símbolos buscam, por vezes serem associados a uma cidade ou mesmo um país. 

Os símbolos reproduzidos acima são de autoria de um dos mais importantes aristas uruguaios de todos os tempos cujos motivos geométricos e a configuração fracionada e proporcional dos espaços pictóricos são encontrados em diferentes referencias artísticas, estéticas e publicitárias em vários locais de Montevideo e, consequentemente, traduzidos como símbolos identificadores e/ou definidores de uma cultura uruguaia, intelectual, no nível de uma identidade nacional. 

Em outros locais como, por exemplo, o estado do Espírito Santo (Brasil), uma comida específica feita de um determinado modo é considerado como um patrimônio cultural imaterial, característico do capixaba. A moqueca capixaba, além de unicamente levar azeite como gordura, agrega coentro, tomate, cebola, colorau e o peixe e/ou fruto do mar da variedade a ser servida. Outra característica marcante dessa iguaria é o fato de ter que ser feita, necessariamente em panelas de barro de Goiabeiras, cujo modo de confecção, materiais  utilizados e a transmissão de tal saber fazem parte do primeiro patrimônio imaterial tombado no Brasil.

O desafio da charada atual consiste em identificar em que cidade foram tiradas as duas fotos abaixo:



As melhores respostas concorrerão a um mini dulce de leche, muy típico del país de la ciudad fotografiada arriba.

Serão consideradas válidas as respostas postadas nos comments até 24 hs após a publicação do próximo post.

Caso você ainda não tenha resolvido o problema, é possível que as duas fotos abaixo tragam pistas e informações suficientes e definitivas:

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Depoimento de Fernando Palácios


Esta é uma série de posts sobre Fotografia e Storytelling, fruto de conversas e discussões com Bruno Scartozzoni, Fernando Palacios e Martha Terenzzo, que oferecem o curso sobre essa área na Escola Superior de Marketing de São Paulo - ESPM. 

  • Aceda ao primeiro post da série aqui;
  • Aceda ao segundo port da série aqui

O DIGIFOTOWEB agradece a Fernando Palácios por sua contribuição, e sua disponibilidade, em viagem (não poderia deixar de ser), ao nos conceder essas considerações e reflexões, gravado em vídeo em Singapura, em abril de 2013.

Conhecido como "W'onderer Writer e a Volta ao mundo", nas Redes Sociais, Palácios aponta e levanta questões muito pertinentes ao universo da fotografia e suas correlações com o Storytelling, que merecem ser discutidas!

Vídeo de 9 minutos, imperdível! Clique aqui para assistir, ou no link abaixo!


FERNANDO PALACIOS é um dos fundadores do primeiro escritório de Storytelling no Brasil, a Storytellers Brand 'n' Fiction que tem como principais cases: a peça de Teatro "Filhas do Dodô" para J. Macêdo e "O Mistério das Cidades Perdidas" para Mini-Schin que superou 2 milhões de leitores na internet. Criou o primeiro curso universitário de Transmídia Storytelling ministrado na ESPM. Responsável pelo storieswelike.blogspot.com, primeiro blog sobre o assunto. Como planner participou de projetos como Nokia Trends, Camarote da Brahma, Skol Beats e o lançamento do portfólio de cervejas premium da AMBEV. É formado na USP. Em seu próximo projeto irá narrar sua busca pelas Maravilhas da Humanidade enquanto escreve uma obra de ficção a partir de um aparelho celular.

domingo, 9 de junho de 2013

Entrevista com Bruno Scartozzoni II

Foto: Xícara de porcelana japonesa finíssima, quase centenária. Quando o fundo é exposto a uma fonte de luz, "revela" diferentes fotografias. Coleção da designer de jóias e escultora Mara Nunes, fotografada pela arquiteta Silvana Andrade.
Esta é uma série de posts sobre Fotografia e Storytelling, fruto de conversas e discussões com Bruno Scartozzoni, Fernando Palacios e Martha Terenzzo, que oferecem o curso sobre essa área na Escola Superior de Marketing de São Paulo - ESPM. 

Veja quem é Bruno Scartozzoni no primeiro post da série clicando aqui.

Benvindos ao DigifotoWeb e grato pela significativa e importante contribuição para esse assunto!!!


1) Obrigado, Bruno, muito interessante a primeira parte da entrevista. O exemplo do conto do Hemingway é instigante. A primeira questão foi justamente para discutir esse elemento ficcional. Pelo que tenho observado, o storytelling vem sendo utilizado em várias áreas, inclusive nas organizações. Lendo o livro livro "Storytelling in Organizations : Why Storytelling Is Transforming 21st Century Organizations and Management" me surpreendeu ver, Laurence Prusak, um dos gurus da Gestão do Conhecimento, abordando o assunto.
Pois é, isso tem acontecido. Mas é preciso separar o joio do trigo. Há quem entenda o conceito e realmente tente aplicá-lo às suas respectivas áreas, como também há quem não entenda o conceito e entre nessa pelo modismo, porque "pega bem" usar uma buzz word. Não sei em qual caso está o livro que você citou, mas já li vários artigos por aí tentando dar uma "acochambrada" nas coisas para forçar com que elas caibam em algo que já é feito de um jeito, e nem se tem pretensão de mudar. Por exemplo, algumas pessoas dizem que no storytelling para marcas, o personagem é o produto. Isso não faz o menor sentido, a menos que o produto pense, haja e sinta como um ser humano, como o Variguinho (bom exemplo dos anos 90) ou o Dollynho (péssimo exemplo atual). Mas obviamente não é disso que esses artigos estão falando. Eles só querem validar algo que já existe com um conceito da moda.
2) Pruzak escreveu uma frase que me chamou a atenção: "Stories about our history". A rigor, a diferença que você estabelece entre "story" e "history" é perfeita, mas se pensarmos na frase de Prusak, o que temos realmente são histórias sobre a nossa história e essas possuem uma dinamicidade à luz de novos fatos. A Guerra do Paraguai, por exemplo, vem sendo recontada em vários livros, à medida que os autores e pesquisadores têm acesso a novos documentos.
Então, aí a gente começa a entrar em um terreno bastante conceitual. Mas OK, peguemos a Guerra do Paraguai como exemplo. A "history" seria a sequência de fatos, e essa eu sei que tem sofrido muitas contestações. Por acaso conheci alguns paraguaios recentemente e conversamos bastante sobre isso. A visão brasileira diz que o Brasil sofreu uma pressão da Inglaterra para atacar. A visão paraguaia diz, em resumo, que o Solano era expansionista mesmo e que, considerando a época e o contexto, a guerra foi um resultado de conflito de forças da região, nada tendo a ver com a Inglaterra.
Me parece que de uns tempos para cá vários autores brasileiros estão apontando essa segunda visão como mais correta, historicamente falando, e a primeira teria um forte componente político dentro de uma crença de que nossas mazelas são resultado das ações imperialistas etc. Mas, até aqui, estamos falando de "history".
"History" vira "story" quando esses fatos são vistos pelo ponto de vista de um ou mais personagens, e quando se toma distância da frieza dos fatos e se adiciona emoção. Se for possível recontar a Guerra do Paraguai com esse tipo de enquadramento, aí estamos falando de storytelling.
Pegando a 2ª Guerra Mundial para fechar o raciocínio, podemos contá-la de dois jeitos:
- No ano tal a Alemanha elegeu um novo presidente, Adolf Hitler, que tinha um projeto expansionista para o país. Pouco tempo depois a Alemanha começou a invadir e anexar países vizinhos. etc.
- Era uma vez um cara chamado Adolf Hitler. Um artista de não muito sucesso que se envolveu em política e, depois de ser preso, acabou seduzindo o povo alemão com seu discurso radical. Pouco tempos depois ele torna presidente da Alemanha e começa a construir um aparato militar que, mais para frente, daria início a anexações e conquistas dos países vizinhos. etc.
A primeira é HISTORY, a segunda é STORY.
3) Em termos de imagem, sabemos muito bem que o "Grito do Ipiranga" não foi nada parecido com o que Pedro Américo retratou em sua pintura de 1888; de como Stalin eliminou Trotsky das fotografias; até manipulações mais recentes, como da British Petroleum, tema de um post no nosso blog.
São ótimos exemplos de manipulação da informação. Mas o que essas fotos mudam são os fatos históricos (history). A história (story) está em quem ordenou a mudança, porque ordenou a mudança, qual era o objetivo da pessoa, quais foram as consequências, o que foi transformado por causa disso, e como o conflito se resolveu.
4) O que me deixou em dúvida, perante à linha acadêmica do post, é a conclusão de que storytelling se refere a "... ficção, conto, literatura etc.". Vou dar um exemplo pessoal, partindo do princípio de que narrativa e storytelling têm o mesmo significado para alguns autores. Em minha tese pretendo trabalhar com imagens e narrativas de ferroviários, familiares e descendentes. Nesse caso, estaria cometendo um erro ao utilizar o termo "storytelling" ou poderíamos ampliá-lo de modo que pudesse abarcar essas narrativas como história, no sentido de depoimentos reais?
Depoimentos reais sobre histórias de vida são "story". Depoimentos reais sobre fatos são "history". Então depende do tipo de depoimento que você vai tomar.
"A estação de trem foi construída em 1967" - history
"Eu cheguei aqui em 1967, quando a estação de trem tinha acabado de inaugurar, e lembro que era bonita sabe? Fiquei de boca aberta ao vê-la pela primeira vez" - story
O primeiro geralmente é o depoimento técnico. O press release que a empresa manda. Sem emoção. Sem envolvimento.
O segundo é um depoimento que parte de um ponto de vista. Emocional. Potencialmente envolvente. Portanto, com maiores chances de conquistar a atenção das pessoas.
Essa pergunta vale também para a nova timeline do Facebook. Na época do lançamento o Mark disse que o Facebook agora tinha storytelling. E eu digo que depende. O espaço está lá, mas o que você vai escrever nesse espaço? Isso muda tudo.

No próximo post, depoimento inédito em vídeo de Fernando Palácios, o reconhecido "W'nderer Writer e a Volta ao Mundo", gravado em Singapura, exclusivo para o DIGIFOTOWEB. Acesso aqui.

sábado, 8 de junho de 2013

Entrevista com Bruno Scartozzoni I


Esta é uma série de posts sobre Fotografia e Storytelling, fruto de conversas e discussões com Bruno Scartozzoni, Fernando Palacios e Martha Terenzzo, que oferecem o curso sobre essa área na Escola Superior de Marketing de São Paulo - ESPM.

Bruno Scartozzoni é um profissional multi-disciplinar de planejamento e estratégia de comunicação com mais de 10 anos de experiência, atendendo clientes como Nokia, Nestlé, Sony, AmBev e Sebrae, em passagens pelo Banco de Eventos, Aktuell e Talk Interactive. Graduado e pós-graduado em Administração Pública e Administração de Empresas, em ambos os casos pela FGV. Foi um dos fundadores da Storytellers, primeira agência brasileira especializada em criar histórias para marcas. Hoje é sócio e diretor de planejamento da Ativa Esporte, professor de storytelling e transmídia da ESPM SP e da ECA-USP, colaborador do Update or Die e editor do blog Caldinas.

Benvindos ao DigifotoWeb e grato pela significativa e importante contribuição para esse assunto!!!

1)  No ambiente acadêmico, em geral (com exceções para a área de Comunicação) costuma-se utilizar mais o termo “narrativa” do que “storytelling”. Há diferença entre os termos? Pode-se afirmar que a narrativa é um tipo de storytelling?
Essa pode ser uma pergunta bastante capciosa, então tentarei responder da forma mais honesta possível. Palavras como "narrativa", "storytelling" e "história" vem sendo utilizadas à exaustão nos últimos tempos, independentemente da área. Inevitavelmente isso faz com que seus significados comecem a se perder e, na prática, as pessoas começam a utilizá-la para qualquer coisa. Sendo assim, essa resposta depende muito do se entende desses conceitos.
Storytelling, traduzido para português, seria contar histórias, ou contação de histórias. Mas, dentro da língua inglesa, é preciso entender que Story e History são coisas diferentes. "Story" é basicamente um padrão de estrutura narrativa, na essência um personagem superando obstáculos para alcançar um objetivo. Essa estrutura geralmente está ligada à ficção, mas nem sempre, afinal existem documentários e "stories" baseados em fatos reais. Já "History" corresponde aos fatos como realmente aconteceram, o mais próximo possível da realidade. "History" de Roma. "History" da vida privada etc. Em português uma palavra só, "história", abraça esses dois significados. Mas quando estamos falando de storytelling, o significado é o que corresponde à "story".
Continuando o raciocínio, quando se busca por narrativa nos dicionários da língua portuguesa um dos significados é justamente essa história do storytelling, no sentido de ficção, conto, literatura etc. Então, por esse ponto de vista, eu diria que narrativa e storytelling são basicamente a mesma coisa.
 2) Sua orientação é do uso do storytelling para a publicidade. Contudo, como você vê a utilização do storytelling em outras áreas de pesquisa, como por exemplo, a chamada “história oficial” a partir de imagens?
Certa vez Ernest Hemingway escreveu um conto usando apenas 6 palavras. For sale: Baby shoes, never worn. Em uma tradução livre para português seria "Vende-se: sapatos de bebê, sem uso". Mas onde está o personagem? E o conflito? E cadê o climax? O ponto é que as vezes você não precisa explicitar todos esses elementos. Um conto como esse faz com que o leitor imagine toda a história. Tudo que aconteceu antes e depois. Os personagens envolvidos. As emoções que cercaram aqueles fatos. Na prática, a história está na cabeça de quem lê. Aliás, mesmo em um livro de 1.000 páginas ou em um filmes de 4 horas há lacunas que serão preenchidas por quem lê ou assiste, não é mesmo?
Então, se é possível escrever um conto com 6 palavras e deixar que o leitor imagine o resto, também é perfeitamente possível contar uma história por meio de uma ou mais imagens. Mas acho que isso só responde metade da pregunta.
Como eu disse lá atrás, as histórias (stories) geralmente estão ligadas à ficção, mas não necessariamente. O desafio é, a partir da coleta de fatos reais, estruturar uma narrativa que tenha ao menos um personagem superando obstáculos para alcançar um objetivo. Esse é o trabalho, por exemplo, de um documentarista. Ainda que o documentário seja, por exemplo, sobre um período histórico, é bastante usual que o diretor tente transmitir aqueles fatos por meio de um ou mais pontos de vistas de pessoas que estavam lá. E isso é essencial, afinal, o storytelling nada mais é do que uma técnica de transmissão de conhecimento por meio da emoção. E para gerar emoção é preciso de um ponto de vista humano.
Fechando a longa resposta, quando penso em "histórias oficiais" contadas a partir de imagens lembro imediatamente de duas fotos famosas. Uma é a daquele estudante chinês tentando parar um tanque sozinho, de forma pacífica, na Praça da Paz Celestial, e a outra é da menina nua, fugindo da bomba de napalm no Vietnã. São duas imagens tão ricas de significados e histórias que eu até posso deixar com que elas concluam a minha resposta. Mas isso só é possível porque elas trazem personagens, conflitos e muitas emoções.

 3) Você poderia nos dar um exemplo de como, a partir de uma imagem, criar um storytelling? E a partir desse exemplo, como pode ser utilizado em termos de transmídia?
Acho que eu já acabei falando um pouco sobre isso na resposta anterior, mas nunca é demais lembrar. Para contar uma história faz-se necessário um personagem, que geralmente é uma pessoa mesmo, mas pode ser qualquer que pense, aja e sinta como uma pessoa. Um exemplo é o filme Wall-e. O personagem é um robô, mas um robô com sentimentos. Esse personagem precisa ter um objetivo, ou seja, um motivo para que as pessoas o acompanhem em sua jornada. Esse objetivo pode ser conquistar uma menina, derrotar um inimigo, sobreviver a uma tragédia. Em outras palavras, alguma tensão é necessária para que as pessoas se preocupem com aquele personagem. É aquela famosa sensação de "Meu Deus! E agora, será que ele vai conseguir?".
Contar uma história a partir de uma imagem é mais ou menos como fazer um mini-conto, ou seja, esses elementos não necessariamente precisam estar explícitos, mas devem estar lá de alguma forma, ou seja, a imagem deve dar os insumos para a imaginação de quem está olhando para ela.
Para falar de transmídia é necessário, antes de tudo, entender o conceito. Transmídia é basicamente uma nova forma de contar uma história, em que mídias diferentes mostram pedaços complementares e, idealmente, independentes dessa narrativa. Isso é diferente de, por exemplo, adaptar a história de um livro para o cinema. Em uma proposta transmídia as histórias do livro e do filme são diferentes, porém complementares, ou seja, fazem parte do mesmo universo e deixam a experiência mais rica para quem consome ambas.
Esse tipo de raciocínio tem sido usado principalmente para a indústria do entretenimento, mas, mais recentemente, começou a ser adotado também por outras áreas, como o jornalismo. Nesse sentido é fácil imaginar a aplicabilidade do conceito em uma reportagem que utiliza texto, áudio, vídeo e imagens.
A entrevista com Bruno Scartozzoni segue em um próximo post com debate!!! Acesso aqui.

sábado, 25 de maio de 2013

Sugerencia cinematográfica


Unas de las mejores películas que he visto últimamente. esencial para quien trabaja con fotografía (especialmente con fotos de archivo); fundamental para quien esta preocupado con los derechos humanos y obligatoria para todos los hermanos de Argentina. La trama es casi que de novela negra, como si fuera un thriller en slow motion , con un ritmo de camera increíblemente lento, hecho a propósito para que se pueda apreciar la impecable fotografía; perfecta en los detalles de color, proporción de elementos, líneas, luz y perspectivas. Una película muy inteligente que no ofrece ninguna respuesta obvia, ni al final.

sábado, 18 de maio de 2013

Pequeno balanço das V Jornadas Fotodoc



Na semana passada tive a oportunidade de participar das V Jornadas de Fotografía y Documentación (Fotodoc), evento organizado conjuntamente com as Jornadas do Seminario Español de Recuperación de Información (SERI). O nome do evento foi extraído de um poema da pesquisadora e poeta Alicia Arias Coello: “Vertidos urgentes” (ver blog do evento aqui). 

Dois aspectos mais marcantes saltam á vista do visitante estrangeiro. O primeiro é a confluência dos eventos, obtendo (como diria Claúdio Duque) maior sinergia. Tenho assistido, ultimamente, no Brasil, uma proliferação de pequenos eventos. Cada vez mais restrito às particularidades dos pequenos grupos de trabalho e pesquisa. Quando, eventualmente os grupos brasileiros conseguem estar juntos em algo maior costuma ocorrer a separação física das atividades de cada núcleo, com raríssimos momentos, formais, de troca de ideias; como se diz no Brasil:“cada um no seu quadrado”. O segundo aspecto interessante é a “tipologia” jornada. O termo está em desuso no Brasil, onde se prefere denominações menos modestas e, supostamente, mais atrativas como Workshop, Congresso e outras tantas e, de preferência, com um qualificativo “internacional” em algum lugar do título (acabei de ver, por casualidade, a chamada para “congresso internacional”, em uma cidade o interior do país que exige que para a inscrição de trabalhos, via sistema, seja imprescindível indicar o CPF; ou seja, internacional apenas para quem registro na Recita Federal...). As jornadas daqui foram precisamente o que a palavra significa: um dia de atividades. 

A mesa de abertura, com a presença do decano da faculdade (equivaleria a um diretor) foi extremamente rápida, direta e sem longos discursos, tão frequentes na universidade brasileira. Não se chamou reitor, vice-reitor e nem ninguém das altas esferas da administração universitária. Tiveram a palavra o decano e depois cada um dos coordenadores dos eventos simultâneos: Juan Miguel Sanchez Vigil pela FOTODOC e Juan Antonio Comeche pelo SERI. O principal objetivo declarado foi o de proporcionar uma miscelânea de estudos e abordagens relacionados aos temas explicitados nas denominações dos dois eventos. A vontade de ampliar as discussões, ao invés de concentrar em tópicos cada vez mais específicos, costuma ser muito útil para que haja oxigenação das ideias, para que novos debates possam aflorar e, sobretudo, para que não sejam sempre as mesmas pessoas a apresentar trabalhos. 

Tive o privilégio de ser o primeiro a apresentar, exageradamente anunciado por Sánchez Vigil como conferência magistral, em uma mesa conjunta com meu colega Juan Antonio Comeche, lider do grupo de pesquisa sobre gestão de recuperação de informação digital na web (GRIWEB). Eu falei a respeito da finalização do projeto DigifotoWeb, com destaque à algumas questões contundentes relacionadas às imagens (ver página sobre minha apresentação aqui). Comeche analisou algumas das possibilidades e tentativas atuais relacionadas à recuperação de informações imagéticas. A divisão de metodologias para tal tarefa em função da priorização de enfoques intrínsecos (cor, textura, formas e/ou relações espaciais) ou extrínsecos (autor, título etc.) me fez pensar mais seriamente na validade de uma diplomática imagética, menos voltada ao contexto documental. 

Não sei se a proximidade de abordagem entre o trabalho de Juan Antonio e o meu foi algo compartilhado pela audiência, mas o fato é que a segunda mesa pareceu-me bem mais adequada ao conceito de miscelânea proposto. A primeira apresentação esteve a cargo de Raquel de León, do Museu Ferroviário que buscou dar um extenso e detalhado panorama das coleções ali custodiadas. Infelizmente o tempo foi curto nos deixando com aquele gostinho de quero-mais. Felizmente, parte das informações está disponível na página da fototeca do museu. Ao olhar com mais cuidado esse ambiente virtual é possível perceber uma interessante separação das coleções, do material de arquivo e do material de natureza biblioteconômica. De imediato pensei na tese de doutoramento que Niraldo José Nascimento, em seu afã, queria realizar sozinho o que o museu ferroviário de Madrid fez com uma equipe profissional. 

A segunda fala deste bloco esteve a cargo do advogado Alberto Cabello, que conseguiu abordar o sempre delicado tema dos direitos de imagem (os direitos das pessoas fotografadas) fugindo do óbvio, com exemplos muito contundentes e corajosos, envolvendo, sem temor, ícones contemporâneos da fotografia espanhola. A questão por ele colocada não se resume ao plano legal; indo mais além, com peso às questões éticas e morais. Por exemplo, começou, em tom crítico, denunciando a tradição de fotógrafos reconhecidos que se aproveitam de situações extremas em países do terceiro mundo, sem a anuência das pessoas fotografadas (e/ou sem o real conhecimento do uso, inclusive comercial, que será feito das imagens) para ganharem muito dinheiro com a comercialização das imagens. A primeira coisa que me veio à mente foi que no Brasil não é preciso ir longe para entender esse tipo de problema... 

A apresentação seguinte da segunda mesa versou sobre um projeto internacional relacionado a uma, até recentemente desconhecida, coleção que congrega fotografias fundamentais para a história visual de Portugal, Brasil, México e outros países iberoamericanos. A apresentação esteve a cargo do erudito coordenador, Wifredo Rincón García que já houvera anteriormente realizado uma exposição sobre parte daquela coleção (ver folder explicativo aqui). Sua apresentação também serviu para convidar pesquisadores interessados, sobretudo os internacionais, a integrarem uma comitiva que fará parte de uma reunião conjunta com representantes diplomáticos dos países afetos à coleção. 
A última apresentação da manhã (que em Espanha vai até as 14:00hs) esteve relacionada ao trabalho de edição gráfica na grande imprensa. Em um formato similar a um talk show (guardadas as devidas proporções e sem nenhum demérito) o professor de documentação da Universidad Complutense de Madrid, Federico Ayala apresentou e mediou um bate-papo muito agradável com o fotografo e editor gráfico Matias Nieto König. Ambos trabalham para um jornal de altíssima tiragem, o ABC, que apresenta um projeto gráfico diferenciado e único em relação aos demais jornais diários daqui. Matias Nieto expôs vários aspectos relacionados à opção do ABC em trabalhar com o conceito de capa na imprensa diária, buscando atrair ao público para uma imagem bastante chamativa, que ocupa pelo menos metade da página, ao invés de já adiantar reportagens e notícias, como é mais usual. Na falta de algum dos exemplos apresentados por Matias Nieto, encontrei um post bastante explicativo, que analisa uma capa polêmica do ABC (ver post aqui). O projeto, na verdade, troca informação textual (mais precisa, porém mais exigente quanto ao tempo de leitura, exigindo proximidade física e atenção do possível leitor) por informação visual (de assimilação mais rápida, sem requerer tanta proximidade). O sempre instigante debate sobre a articulação comunicativa entre imagem e texto, teve, nessa apresentação, um ótimo espaço para reflexão. 

Na parte da tarde tivemos, logo ao reinício, uma apresentação bastante interessante de Antonio Cabello, professor da Complutense, que deveria ser sobre os gêneros fotográficos e acabou sendo, na minha compreensão, sobre possibilidades de classificação e/ou organização de imagens por conteúdo. O mais relevante é que a apresentação, explicitamente, optou por não mostrar nenhuma solução (ou sugestão de solução). Os exemplos mostrados iam cada vez mais sugerindo que, à medida de cada necessidade, deve-se criar esquemas de classificação que funcionem em cada caso. A exposição começou e acabou com uma estante vazia, nos instigando a refletir e propor modelos, com cuidado para não cair em armadilhas universalizantes, lembrando que, em última instância, tais esquemas refletem, principalmente, as necessidades práticas de quem os elaborou. 

Na sequência, a professora Alicia Arias Coello, nos brindou com sua face artística ao apresentar uma pequena introdução de sua experiência poética nas redes sociais. Além da beleza que foi ter um espaço dedicado à emoção em uma jornada acadêmica, ela permitiu melhor entender, na prática, as relações existentes entre a criação intelectual e os atuais meios de difusão, compartilhamento, recriação, que contam, hoje, com diversos elementos daquilo que Claudio Duque estuda no campo denominado multimodalidade, com a articulação de texto, design, imagem (estática e em movimento) e sons. O ápice da recriação ficou a cargo de referencias à poeta argentina Alfonsina Storni, cuja música em homenagem à sua morte (Alfosina y el mar) é bem conhecida na voz de Mercedes Sosa, que já fora objeto de recriação artística de Sánchez Vigil (muitos acadêmicos-artistas presentes). Deixo aqui a dica para ouvir um versão mais “rústica” da música, que está em cd caseiro de uma cantora de rua em Santiago de Chile (ouça aqui Alfosina y el mar na gravação de Claudia Álvarez). O encerramento deu-se com um rearranjo de alguns versos de Sánchez Vigil feito por Alicia Arias com “Sonata ao luar” ao fundo. 

A penúltima apresentação coube à professora Maria Oliveira Zaldua, que expôs resultados de sua recente pesquisa, derivada de seu doutoramento, sobre a produção de teses relacionadas à fotografia na Espanha, em qualquer área do conhecimento. Os dados são bastante interessantes a apontam para um crescimento do tema nas áreas relacionadas à Ciência da Informação. Acredito que a ampliação desse tipo de pesquisa para o Brasil poderia redundar em um ótimo projeto de doutorado, sobretudo para mapear a ocorrência de trabalhos em áreas não diretamente ligadas à fotografias, tais como história e arquivos. 

Para finalizar Francisco José Valentín, aluno de doutorado em fase final, fez um excelente painel sobre os metadados, com destaque aos mais usuais no universo da fotografia, com alguns exemplos muito interessantes de aplicação. Um dos exemplos mostrava como pode haver diferenças significativas entre a adoção de um modelo de descritivo e a utilização correta e eficiente. Muitas vezes instituições indicam adotar esta ou aquela diretriz para a descrição e recuperação da informação, mas, na prática, a aplicação é mal feita e/ou incompleta, fazendo com que os objetivos não sejam plenamente atingidos. O exemplo dado por Francisco mostrava uma coleção de fotografias, supostamente, descritas com base no MOREQ, mas que apresentava quase todos os campos em branco e/ou com informações demasiadamente genéricas. 

Após a rápida e objetiva mesa de encerramento, restou a satisfação de ter podido fazer parte de um evento interessante (cujo formato objetivo e eficiente poderia ser inspirador no Brasil) e, principalmente, ter tido contato com outras dimensões relativas aos documentos fotográficos que, usualmente, por acabar dedicando-me muito ao foco especializado do que pesquiso, acabo por não conhecer mais profundamente. 

Espera-se que brevemente, no blog do evento, as apresentações todas estejam disponíveis, ao lado de nossas fotos, tiradas por Maria Oliveira. É questão de aguardar e conferir... 

Links mencionados: 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

V JORNADAS FOTODOC


Las V Jornadas Fotodoc "Vertidos urgentes" se celebrarán el próximo martes 7 de mayo, en horario de 9.30 a 18h, en la Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid.  Entrada libre hasta completar el aforo. Se expedirá certificado de asistencia

Pulse aquí para hacer download del prospecto de divulgación en alta calidad (2.13MB).