terça-feira, 6 de abril de 2010

Tipos de ocorrência de documento imagético no universo dos arquivos


1970 

Maria Irma Ferreira
Maria Susana Ferreira


2006
.

Maria Susana Ferreira


Em texto anterior indiquei que:
De um modo mais esquemático, poderíamos supor três tipos de ocorrência de documento imagético no universo dos arquivos: integrado em outros documentos (positivos fotográficos anexos a um processo, por exemplo); como resultado final de uma ação (registros fotográficos de uma assessoria de prefeito, por exemplo) ou como uma coleção que não guarda uma relação orgânica com seu produtor, ou cujo vínculo já não é mais possível de determinar.  Tal diferenciação apresenta características fundamentais quanto à organicidade dos documentos. (LOPEZ, 2000, p. 221)
Apesar de ainda concordar com o que escrevi há algum tempo, a segunda situação (o documento fotográfico autônomo em relação a anexos textuais) sempre me pareceu mais uma exceção do que uma ocorrência típica. Anteontem tomei conhecimento de uma exposição de Gustavo Germano, sobre os desaparecidos políticos durante o regime militar argentino. Não se tratam, é óbvio, de documentos arquivísticos, porém museológicos. Entretanto a força elocutória das imagens (aos pares e associadas às legendas) é muito forte.

Diversos links e blogs tratam do tema. É só "googlear" (como faz o perú) para poder fruir o trabalho fotográfico de uma infinidade de locais virtuais. Infelizmente não encontrei nenhum que trouxesse apenas as imagens sem cabeçalhos ou palavras de ordem contra um dos mais lamentáveis episódios da história recente argentina. O uso de tais artifícios textuais competem com as imagens em um desnecessário esforço de explicá-las. Na verdade esse tipo de procedimento enfraquece o poder comunicativo das imagens. É como assistir a um filme falado em português com legendas que se proponham a ir além dos diálogos da tela. É como se os apreciadores do trabalho de Gustavo Germano não confiassem no poder comunicativo das imagens.Na página do fotógrafo militante há um link para o blog dele, com vários textos que explicam melhor o contexto das fotos e a proposta do artista. O fato é que mesmo sem tantas informações textuais essas imagens são vetores de informação crítica.

A melhor URL que encontrei para apreciar as fotos sem tantos chavões e palavras de ordem foi este. Acesse aqui e depois deixe aqui seu comentário sobre o poder elocutório das imagens, lembrando de que este trabalho não é de natureza arquivística. A sugestão é analisar as imagens antes de acessar o site do fotógrafo, em:  http://www.gustavogermano.com/.

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