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quarta-feira, 26 de junho de 2013

Depoimento de Fernando Palácios


Esta é uma série de posts sobre Fotografia e Storytelling, fruto de conversas e discussões com Bruno Scartozzoni, Fernando Palacios e Martha Terenzzo, que oferecem o curso sobre essa área na Escola Superior de Marketing de São Paulo - ESPM. 

  • Aceda ao primeiro post da série aqui;
  • Aceda ao segundo port da série aqui

O DIGIFOTOWEB agradece a Fernando Palácios por sua contribuição, e sua disponibilidade, em viagem (não poderia deixar de ser), ao nos conceder essas considerações e reflexões, gravado em vídeo em Singapura, em abril de 2013.

Conhecido como "W'onderer Writer e a Volta ao mundo", nas Redes Sociais, Palácios aponta e levanta questões muito pertinentes ao universo da fotografia e suas correlações com o Storytelling, que merecem ser discutidas!

Vídeo de 9 minutos, imperdível! Clique aqui para assistir, ou no link abaixo!


FERNANDO PALACIOS é um dos fundadores do primeiro escritório de Storytelling no Brasil, a Storytellers Brand 'n' Fiction que tem como principais cases: a peça de Teatro "Filhas do Dodô" para J. Macêdo e "O Mistério das Cidades Perdidas" para Mini-Schin que superou 2 milhões de leitores na internet. Criou o primeiro curso universitário de Transmídia Storytelling ministrado na ESPM. Responsável pelo storieswelike.blogspot.com, primeiro blog sobre o assunto. Como planner participou de projetos como Nokia Trends, Camarote da Brahma, Skol Beats e o lançamento do portfólio de cervejas premium da AMBEV. É formado na USP. Em seu próximo projeto irá narrar sua busca pelas Maravilhas da Humanidade enquanto escreve uma obra de ficção a partir de um aparelho celular.

sábado, 18 de maio de 2013

Pequeno balanço das V Jornadas Fotodoc



Na semana passada tive a oportunidade de participar das V Jornadas de Fotografía y Documentación (Fotodoc), evento organizado conjuntamente com as Jornadas do Seminario Español de Recuperación de Información (SERI). O nome do evento foi extraído de um poema da pesquisadora e poeta Alicia Arias Coello: “Vertidos urgentes” (ver blog do evento aqui). 

Dois aspectos mais marcantes saltam á vista do visitante estrangeiro. O primeiro é a confluência dos eventos, obtendo (como diria Claúdio Duque) maior sinergia. Tenho assistido, ultimamente, no Brasil, uma proliferação de pequenos eventos. Cada vez mais restrito às particularidades dos pequenos grupos de trabalho e pesquisa. Quando, eventualmente os grupos brasileiros conseguem estar juntos em algo maior costuma ocorrer a separação física das atividades de cada núcleo, com raríssimos momentos, formais, de troca de ideias; como se diz no Brasil:“cada um no seu quadrado”. O segundo aspecto interessante é a “tipologia” jornada. O termo está em desuso no Brasil, onde se prefere denominações menos modestas e, supostamente, mais atrativas como Workshop, Congresso e outras tantas e, de preferência, com um qualificativo “internacional” em algum lugar do título (acabei de ver, por casualidade, a chamada para “congresso internacional”, em uma cidade o interior do país que exige que para a inscrição de trabalhos, via sistema, seja imprescindível indicar o CPF; ou seja, internacional apenas para quem registro na Recita Federal...). As jornadas daqui foram precisamente o que a palavra significa: um dia de atividades. 

A mesa de abertura, com a presença do decano da faculdade (equivaleria a um diretor) foi extremamente rápida, direta e sem longos discursos, tão frequentes na universidade brasileira. Não se chamou reitor, vice-reitor e nem ninguém das altas esferas da administração universitária. Tiveram a palavra o decano e depois cada um dos coordenadores dos eventos simultâneos: Juan Miguel Sanchez Vigil pela FOTODOC e Juan Antonio Comeche pelo SERI. O principal objetivo declarado foi o de proporcionar uma miscelânea de estudos e abordagens relacionados aos temas explicitados nas denominações dos dois eventos. A vontade de ampliar as discussões, ao invés de concentrar em tópicos cada vez mais específicos, costuma ser muito útil para que haja oxigenação das ideias, para que novos debates possam aflorar e, sobretudo, para que não sejam sempre as mesmas pessoas a apresentar trabalhos. 

Tive o privilégio de ser o primeiro a apresentar, exageradamente anunciado por Sánchez Vigil como conferência magistral, em uma mesa conjunta com meu colega Juan Antonio Comeche, lider do grupo de pesquisa sobre gestão de recuperação de informação digital na web (GRIWEB). Eu falei a respeito da finalização do projeto DigifotoWeb, com destaque à algumas questões contundentes relacionadas às imagens (ver página sobre minha apresentação aqui). Comeche analisou algumas das possibilidades e tentativas atuais relacionadas à recuperação de informações imagéticas. A divisão de metodologias para tal tarefa em função da priorização de enfoques intrínsecos (cor, textura, formas e/ou relações espaciais) ou extrínsecos (autor, título etc.) me fez pensar mais seriamente na validade de uma diplomática imagética, menos voltada ao contexto documental. 

Não sei se a proximidade de abordagem entre o trabalho de Juan Antonio e o meu foi algo compartilhado pela audiência, mas o fato é que a segunda mesa pareceu-me bem mais adequada ao conceito de miscelânea proposto. A primeira apresentação esteve a cargo de Raquel de León, do Museu Ferroviário que buscou dar um extenso e detalhado panorama das coleções ali custodiadas. Infelizmente o tempo foi curto nos deixando com aquele gostinho de quero-mais. Felizmente, parte das informações está disponível na página da fototeca do museu. Ao olhar com mais cuidado esse ambiente virtual é possível perceber uma interessante separação das coleções, do material de arquivo e do material de natureza biblioteconômica. De imediato pensei na tese de doutoramento que Niraldo José Nascimento, em seu afã, queria realizar sozinho o que o museu ferroviário de Madrid fez com uma equipe profissional. 

A segunda fala deste bloco esteve a cargo do advogado Alberto Cabello, que conseguiu abordar o sempre delicado tema dos direitos de imagem (os direitos das pessoas fotografadas) fugindo do óbvio, com exemplos muito contundentes e corajosos, envolvendo, sem temor, ícones contemporâneos da fotografia espanhola. A questão por ele colocada não se resume ao plano legal; indo mais além, com peso às questões éticas e morais. Por exemplo, começou, em tom crítico, denunciando a tradição de fotógrafos reconhecidos que se aproveitam de situações extremas em países do terceiro mundo, sem a anuência das pessoas fotografadas (e/ou sem o real conhecimento do uso, inclusive comercial, que será feito das imagens) para ganharem muito dinheiro com a comercialização das imagens. A primeira coisa que me veio à mente foi que no Brasil não é preciso ir longe para entender esse tipo de problema... 

A apresentação seguinte da segunda mesa versou sobre um projeto internacional relacionado a uma, até recentemente desconhecida, coleção que congrega fotografias fundamentais para a história visual de Portugal, Brasil, México e outros países iberoamericanos. A apresentação esteve a cargo do erudito coordenador, Wifredo Rincón García que já houvera anteriormente realizado uma exposição sobre parte daquela coleção (ver folder explicativo aqui). Sua apresentação também serviu para convidar pesquisadores interessados, sobretudo os internacionais, a integrarem uma comitiva que fará parte de uma reunião conjunta com representantes diplomáticos dos países afetos à coleção. 
A última apresentação da manhã (que em Espanha vai até as 14:00hs) esteve relacionada ao trabalho de edição gráfica na grande imprensa. Em um formato similar a um talk show (guardadas as devidas proporções e sem nenhum demérito) o professor de documentação da Universidad Complutense de Madrid, Federico Ayala apresentou e mediou um bate-papo muito agradável com o fotografo e editor gráfico Matias Nieto König. Ambos trabalham para um jornal de altíssima tiragem, o ABC, que apresenta um projeto gráfico diferenciado e único em relação aos demais jornais diários daqui. Matias Nieto expôs vários aspectos relacionados à opção do ABC em trabalhar com o conceito de capa na imprensa diária, buscando atrair ao público para uma imagem bastante chamativa, que ocupa pelo menos metade da página, ao invés de já adiantar reportagens e notícias, como é mais usual. Na falta de algum dos exemplos apresentados por Matias Nieto, encontrei um post bastante explicativo, que analisa uma capa polêmica do ABC (ver post aqui). O projeto, na verdade, troca informação textual (mais precisa, porém mais exigente quanto ao tempo de leitura, exigindo proximidade física e atenção do possível leitor) por informação visual (de assimilação mais rápida, sem requerer tanta proximidade). O sempre instigante debate sobre a articulação comunicativa entre imagem e texto, teve, nessa apresentação, um ótimo espaço para reflexão. 

Na parte da tarde tivemos, logo ao reinício, uma apresentação bastante interessante de Antonio Cabello, professor da Complutense, que deveria ser sobre os gêneros fotográficos e acabou sendo, na minha compreensão, sobre possibilidades de classificação e/ou organização de imagens por conteúdo. O mais relevante é que a apresentação, explicitamente, optou por não mostrar nenhuma solução (ou sugestão de solução). Os exemplos mostrados iam cada vez mais sugerindo que, à medida de cada necessidade, deve-se criar esquemas de classificação que funcionem em cada caso. A exposição começou e acabou com uma estante vazia, nos instigando a refletir e propor modelos, com cuidado para não cair em armadilhas universalizantes, lembrando que, em última instância, tais esquemas refletem, principalmente, as necessidades práticas de quem os elaborou. 

Na sequência, a professora Alicia Arias Coello, nos brindou com sua face artística ao apresentar uma pequena introdução de sua experiência poética nas redes sociais. Além da beleza que foi ter um espaço dedicado à emoção em uma jornada acadêmica, ela permitiu melhor entender, na prática, as relações existentes entre a criação intelectual e os atuais meios de difusão, compartilhamento, recriação, que contam, hoje, com diversos elementos daquilo que Claudio Duque estuda no campo denominado multimodalidade, com a articulação de texto, design, imagem (estática e em movimento) e sons. O ápice da recriação ficou a cargo de referencias à poeta argentina Alfonsina Storni, cuja música em homenagem à sua morte (Alfosina y el mar) é bem conhecida na voz de Mercedes Sosa, que já fora objeto de recriação artística de Sánchez Vigil (muitos acadêmicos-artistas presentes). Deixo aqui a dica para ouvir um versão mais “rústica” da música, que está em cd caseiro de uma cantora de rua em Santiago de Chile (ouça aqui Alfosina y el mar na gravação de Claudia Álvarez). O encerramento deu-se com um rearranjo de alguns versos de Sánchez Vigil feito por Alicia Arias com “Sonata ao luar” ao fundo. 

A penúltima apresentação coube à professora Maria Oliveira Zaldua, que expôs resultados de sua recente pesquisa, derivada de seu doutoramento, sobre a produção de teses relacionadas à fotografia na Espanha, em qualquer área do conhecimento. Os dados são bastante interessantes a apontam para um crescimento do tema nas áreas relacionadas à Ciência da Informação. Acredito que a ampliação desse tipo de pesquisa para o Brasil poderia redundar em um ótimo projeto de doutorado, sobretudo para mapear a ocorrência de trabalhos em áreas não diretamente ligadas à fotografias, tais como história e arquivos. 

Para finalizar Francisco José Valentín, aluno de doutorado em fase final, fez um excelente painel sobre os metadados, com destaque aos mais usuais no universo da fotografia, com alguns exemplos muito interessantes de aplicação. Um dos exemplos mostrava como pode haver diferenças significativas entre a adoção de um modelo de descritivo e a utilização correta e eficiente. Muitas vezes instituições indicam adotar esta ou aquela diretriz para a descrição e recuperação da informação, mas, na prática, a aplicação é mal feita e/ou incompleta, fazendo com que os objetivos não sejam plenamente atingidos. O exemplo dado por Francisco mostrava uma coleção de fotografias, supostamente, descritas com base no MOREQ, mas que apresentava quase todos os campos em branco e/ou com informações demasiadamente genéricas. 

Após a rápida e objetiva mesa de encerramento, restou a satisfação de ter podido fazer parte de um evento interessante (cujo formato objetivo e eficiente poderia ser inspirador no Brasil) e, principalmente, ter tido contato com outras dimensões relativas aos documentos fotográficos que, usualmente, por acabar dedicando-me muito ao foco especializado do que pesquiso, acabo por não conhecer mais profundamente. 

Espera-se que brevemente, no blog do evento, as apresentações todas estejam disponíveis, ao lado de nossas fotos, tiradas por Maria Oliveira. É questão de aguardar e conferir... 

Links mencionados: 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

V JORNADAS FOTODOC


Las V Jornadas Fotodoc "Vertidos urgentes" se celebrarán el próximo martes 7 de mayo, en horario de 9.30 a 18h, en la Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid.  Entrada libre hasta completar el aforo. Se expedirá certificado de asistencia

Pulse aquí para hacer download del prospecto de divulgación en alta calidad (2.13MB).

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

Pegadas de luz


O Instituto Mora da Cidade do México está disponibilizando o site do projeto "Huellas de Luz", em uma processo ainda em construção, com vistas, não apena à difusão de acervos e da pesquisa, mas também para receber comentários, críticas e sugestões. Trata-se de um repositório de fotografias que buscou mesclar na organização elementos relacionados à história social (quanto a escolha das coleções e sua descrição temática) e à arquivologia (na classificação hierarquizada e na descrição inspirada pela ISAD-g). O projeto é um desdobramento de projeto anterior, "Fototeca Digital", que visa consolidar o acesso via Web em um único ambiente virtual.
  • Aceda ao site "Huellas de Luz", clicando aqui e opine neste blog.
  • Veja ainda post anterior sobre a Fototeca Digital neste blog

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Recursos para trabalhar com imagens via Web

Pong. Hands and filmstrips - Copíado de Free Digital Photos.net
Muitas vezes para que se possa fazer uma reflexão sobre documentos imagéticos de arquivo a exemplificação e a ilustração podem facilitar o entendimento e a recepção do texto. O uso indiscriminado do "recorta-e-cola", além de gerar problemas quanto à organicidade documental (ver aqui) além de infringir direitos de autor e de divulgação (ver post sobre o tema aqui). O coleg@ Juan Chileno Milla, que é peruano, nos dá uma útil dica de 16 ferramentas gratuitas para a edição de imagens (clique aqui), além dos links para 15 bancos de imagens de uso gratuito para fins não comercias (veja aqui). Agora além da dica aos colaboradores deste blog para a correta referenciação do material utilizado fica divulgada a informação sobre recursos facilitadores.

Veja aqui o post original de Juan Chileno e aproveite para conhecer interessantíssima comunidade docente virtual.

Publicado originalmente em Diplomática e Tipologia Documental

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Dia internacional do patrimônio audiovisual

Hoje, dia 27 de outubro, celebra-se o
Dia Internacional do Patrimônio Audiovisual !


"Auto-retrato" de Joe Clark (vulgo "Hill Billy Snap Shooter"). Copiado do blog "A View to Hugh"
A câmara da cidade de Girona (Catalunya) através do Centro de Pesquisa e Difusão da Imagem (CRDI), com a colaboração do Conselho Internacional de Arquivos, celebraram a data com a publicação de um poster (baixe aqui em inglês) sobre a cronologia do desenvolvimento histórico da mídia audiovisual: cinema, fotografia, televisão, vídeo e gravação sonora. Simultaneamente, foi criado um website em quatro idiomas (catalão, inglês, espanhol e francês) que contém, no momento, 280 referências cronológicas, 30 registros audiovisuais e 140 imagens. 


Clique aqui para ver a notícia completa no site do Conselho Internacional de Arquivos (ICA).
Clique aqui para conhecer a página do Photographic and Audiovisual Archives Working Group do ICA.

terça-feira, 27 de setembro de 2011

Folksonomia e indexação de fotos

Copiado de Netnografando

Considerações sobre o uso da folksonomia como recurso para indexar fotografias postadas em ambiente web

Alessandra dos Santos Araújo *

O termo folksonomia foi utilizado pela primeira vez por Thomas Vander Wal numa lista de discussão sobre Arquitetura da Informação, em 2004. À época, os profissionais da área estavam atentos e curiosos sobre a estratégia de classificação inovadora que websites como Del.icio.us e Flickr adotavam. Os usuários destes websites enviavam suas contribuições de conteúdo juntamente com qualquer palavra-chave descritora que entendessem pertinentes. Estas tags ou etiquetas eram usadas para posterior recuperação da informação, sem qualquer controle por parte do website. 

Na lista de discussão, Eric Scheid propôs o termo “folk classification” e Thomas Vander Wal complementou sugerindo “folksonomy”, aglutinando o termo “folk”, do germânico, que significa “povo”, e “taxonomy”, do grego, “regra de divisão”. A folksonomia se tornou popular a partir do momento em que foi lançado pelo Del.icio.us, um serviço de bookmarking online centralizado no indivíduo. Este serviço nasceu a partir de necessidades bem pessoais, onde as pessoas indexavam suas fotos, de acordo com seu interesse e necessidade, sem seguir normas, ou regras de vocabulários controlados. 

Quando falamos em indexação de imagem podemos citar Panofsky (1979), que propõe que a análise da imagem seja dividida em três níveis: pré-iconográfico, iconográfico e iconológico. Podemos resumir da seguinte forma os três níveis de Panofsky: o nível pré-iconográfico, como uma descrição; o iconográfico, como uma análise; e o iconológico, como uma interpretação. Jongersen (1996), afirma que o maior problema intelectual envolvendo a indexação de imagens é como indexá-la. Segundo a autora, isso acontece por falta de estudos sobre a percepção humana de imagens pictóricas. Não é possível realizar uma boa indexação de imagens sem compreender como o ser humano “lê”, e compreende a imagem. Com o surgimento dos sites onde “depositamos” as fotografias, geralmente de cunho pessoal, a folksonomia ou a forma descontrolada de indexar, foi aumentando. Para Catarino e Baptista (2007), um dos problemas causados pela folksonomia é a polissemia, a sinonímia e a ambiguidade, que ocorre porque a folksonomia não trabalha com padrões ou critérios pré-definidos, nem mesmo com objetivos. Cada um atribui a etiqueta que lhe é mais conveniente. Muitos projetos de acervos de fotografias estão sendo disponibilizados na internet, com o objetivo de divulgar suas imagens, que contam com a colaboração livre dos usuários para tagear as fotografias. 

Um projeto inédito onde os usuários colaboram para esse processo acontece nos Estados Unidos, na Biblioteca do Congresso. As fotografias ficam disponíveis para os usuários do Flick, através do blog da biblioteca (http://blogs.loc.gov/loc/2008/01/my-friend-flickr-a-match-made-in-photo-heaven/). 

A Biblioteca do Congresso já publicou duas coleções no Flickr: a American Memory: Color photographs from The Great Depression, com 1615 fotos dos anos 1930 e 40, período de grande crise nos EUA; e a The George Grantham Bain Collection, com 1500 fotos P&B de trabalhadores e da cidade de Nova York dos anos 1910. Um exemplo da aplicação da folksonomia no projeto da Biblioteca do Congresso é a imagem abaixo:

Na fotografia acima selecionamos algumas tags utilizadas pelos usuários para indexar: 
O que observamos no caso acima apresentado é, a rigor, a indicação daquilo que a imagem, por meio de tags, representa para o usuário, o que se dá sem a utilização de regras, sem normas, sem referência a maiores detalhes que possam ser considerados na recuperação. Vale dizer que a folksonomia não substitui um vocabulário controlado, nem uma análise mais elaborada de uma fotografia, assim como seu conteúdo e seu significado. Trata-se de um novo recurso, que com o advento da web 2.0, representa o modo como as pessoas se comportam, se identificam e se relacionam com o fato fotográfico.

É portanto, uma forma nova de fazer uma leitura pessoal dos acervos fotográficos disponibilizadas na internet. Por outro lado, a folksonomia não deve ser vista apenas como mais uma forma de classificar, mas deve ser entendida também como uma estratégia cultural, particularmente apropriada pelas redes sociais, ou para sites de compartilhamento, mediando a relação do individuo com a esfera pública e particular da sua vida. Não podemos considerar descontrolado o vocabulário criado por um usuário, por meio da folksonomia, para identificar suas fotografias. O controle não é forçado, não obedece regras, apenas considera ou representa uma primeira percepção do indivíduo sobre a imagem.

* Mestranda Pós Graduação em Ciência da Informação – UNB. 
Aluna da disciplina Seminário em Acervos Fotográficos.


REFERENCIAS

BIBLIOTECA DO CONGRESSO DOS ESTADOS UNIDOS. http://www.flickr.com/photos/library_of_congress/2163450764/in/set-72157623212811048/ (Blog). Washington, 2011. Acesso em: 2 de julho de 2011. 

CATARINO, Maria Elisabete; Baptista, Ana A. Folksonomia: um novo conceito para a organização dos recursos digitais na web. In: Revista DataGramaZero, v.8, n.3, jun. 2007.

JONGERSEN, Corrinne. Indexing imagens. Testing na image descption template. In: ASIS 1996 (Annual Conference Proceedings). October, p. 19-24.

PANOFSKY, E. Significado nas artes visuais. 2.ed. São Paulo: Perspectiva, 1979. (Debate, 99).

SMIT. Johhanna W. A representação da imagem. In: Informare – Caderno do Programa de Pós Graduação em Ciência da Informação, Rio de Janeiro, v.2, n.2, p 28-36, jul./dez. 1996.

terça-feira, 24 de maio de 2011

A modernização da gestão de documentos imagéticos: o caso da Agência Nacional de Águas

Copiado de Lei & Ordem


Recebi um e-mail na semana passada com o seguinte assunto: Modernização do Arquivo. O e-mail tratava da aquisição de novos arquivos deslizantes para o Arquivo Central do órgão em que trabalho. Fiquei pensando o porquê de terem colocado no assunto o termo “modernização” e não apenas “aquisição/compra de deslizantes”. Talvez porque a palavra modernização nos remetesse a algo que é novo, seria o processo de modernizar, adaptar-se aos usos e costumes modernos. Soa bonito.

Pensando na modernização da gestão de documentos imagéticos, veio à mente um sistema informatizado que contemplasse, de acordo com o E-arq Brasil:

1. A Recuperação de imagens;
2. A Aplicação do plano de classificação;
3. O Controle sobre os prazos de guarda e destinação;
4. O Armazenamento seguro;
5. Procedimentos confiáveis e autênticos;
6. A Garantia de acesso e preservação de documentos imagéticos digitais e não digitais.

Busquei, para minha pesquisa, alguns órgãos públicos que tivessem sistemas informatizados e transmitissem esse ideal de “modernidade”, foi quando conheci a Agência Nacional de Águas (ANA).

Criada em 2000, a ANA vem sendo reconhecida como "CASE" em gestão documental, principalmente com relação ao Sistema Informatizado de Gestão Arquivística de Documentos (SIGAD) em uso na agência.

A ANA trabalha com dois módulos de um mesmo SIGAD, um basicamente para documentos textuais/convencionais e outro para fotográficos, que é um banco de imagens composto pelo acervo fotográfico das atividades desenvolvidas na Agência desde a sua criação.

No site, disponível para o público externo, é possível visualizar algumas informações das fotografias. Para o público interno, os metadados são mais completos, constando classificação arquivística, local de arquivamento e outros.

O que me chamou atenção foi a divisão, em dois módulos, de uma mesma atividade: gestão arquivística informatizada.

Quando falamos em gestão informatizada de documentos imagéticos, um banco de imagem e um SIGAD podem ter características em comum, mas será que representariam a mesma coisa? A princípio, um banco de imagens poderia ser considerado um serviço onde é possível obter imagens ou fotografias para fins diversos: publicidade, trabalhos acadêmicos, jornalisticos e outros. Por outro lado, o e-arq define SIGAD como sendo "o conjunto de procedimentos e operações técnicas característico do sistema de gestão arquivística de documentos, processado por computador".

Para melhor ilustrar a discussão sobre o que deveria ou não constar em um SIGAD, usarei uma frase que ouvi hoje de um analista de TI no ECM ROAD SHOW: "deve ser inserido em um sistema informatizado qualquer coisa, em qualquer mídia, desde que seja útil".

quarta-feira, 4 de maio de 2011

Arquivos fotográficos no site WikiLeaks

Copiado do WikiLeaks Central
Taiguara Vilella 
(professor de arquivologia da UFES, mestre em 
História Social - USP, gnose888@gmail.com)

A partir de uma reunião realizada na Universidade Federal do Espírito Santo sobre a viabilização de um Doutorado Interinstitucional em Ciências da Informação com a Universidade de Brasília (UnB), se colocou a necessidade do mapeamento do perfil de pesquisa para os possíveis candidatos. A partir deste enfoque, o seguinte tema poderia ser desenvolvido com orientação do profº Drº André Porto Ancona Lopez - "Arquivos fotográficos no site WikiLeaks: estudo do vazamento de fotografias Still", a partir de material classificado como Top Secret/SCI level acerca dos crimes de guerra do Exército dos Estados Unidos na ocupação do Iraque. No que tange ao Acervo Fotográfico publicado no site WikiLeaks, existem questões-problemas a serem respondidas sobre as fotografias Still de Bagdá/Iraque. Abaixo é apresentado uma série de chaves-problematizante como diretriz inicial ao desenvolvimento da pesquisa onde a problematização encadeada resultaria em partes ou capítulos de uma possível tese como se segue: 

1ª Chave de questões 
Análise dos Arquivos Fotográficos 


 
Copiado de WikiLeaks Collateral Murder 35 e 36
1a ) Que tipo de fotografias foram publicadas no site WikiLeaks?
1b) Este material pode ser considerado como arquivos fotográficos?
1c) Que características demonstram que estas fotografias podem ser identificadas como arquivos?
1d) Quais são os elementos destas fotografias e sua confiabiliddae?
1e) Que análises podem ser feitas destas fotografias?
1f) Qual narrativa imagética pode ser compreendida a partir destas fotografias?
2ª Chave de questões 
Gênese Documental e Contextos Envolventes 

Copiado de Anderson D'Ávila
2a) Qual a gênese documental destas fotografias?
2b) Qual o contexto da gênese documental de produção das fotografias Still e do evento que as fotografias retratam (guerra americana contra Iraque e sua ocupação)?
2c) Quais informações, como evidência, estão contidas nestas fotografias, tanto do ponto de vista dos documentos de arquivo, como dos materiais imagéticos?
2d) Como as evidências imagéticas se articulam em relação aos crimes de guerra?
2e) Qual o contexto de publicação dos arquivos fotográficos no site WikiLeaks?
2f) Qual o contexto de surgimento e proposta de publicação do próprio site WikiLeaks enquanto meio público de TIC - Tecnologia da Informação e Comunicação? 
3ª Chave de questões
Classificação Arquivística, Graus de Sigilo e domínios sobre a Verdade 
Copiado de Green Left
3a) A partir do estatuto probatórios do arquivo, o que podem provar estes arquivos fotográficos (e informações enquanto evidências) no que tange aos crimes de guerra cometidos pelo Exército dos Estados Unidos na ocupação do Iraque?
3b) A informação, como evidência materializada pelos arquivos fotográficos, poderia atender a demandas de juristas e pesquisadores por verdades jurídicas e também sócio-históricas sobre o episódio de crime de guerra fotografado?
3c) Quais parâmetros foram adotados na Classificação Arquivística destas imagens quanto a natureza das informações e grau de sigilo?
3d)Qual vínculo causal fundamentaria a classificação destas fotografias como Top Secret/SCI level?
3e) Quais teorias poderiam elucidar a classificação arquivística quanto ao grau de sigilo?
3f) Quais seriam as consequências penais para o governo estadunidense caso o vazamento de fotografias que retratam seus crimes de guerra forem levados ao poder judiciário nacional e internacional? 
4ª Chave de questões
Direitos Humanos versus Segredos de Estados: conflitos de interesse entre os cidadãos e o governo 
Copiado de Okay Geek
Copiado de Law Inter Alia
4a) Que consequências e penalidades estão sendo imputadas ao informante da Inteligência Americana por ter colaborado com o site WikiLeaks com imagens dos crimes de guerra do Exército dos Estados Unidos?
4b) Quais são os interesses conflitantes entre a classificação arquivística entre "público e o secreto"?
4c) Quais são os interesses conflitantes entre o público e o secreto no caso retratado pelas fotografias em questão?
4d) Qual o choque entre legislações nacionais/mundiais sobre livre acesso a informação como garantia a cidadania e a opacidade do Estado em relação as fotografias publicadas pela WikiLeaks?
Copiado de Stories & News   Copiado de O portal do Infinito   
4e) Quais incompatibilidades entre o discurso atual de "Governaibilade Democrática e Transparência Administrativa" com a manuteção do sigilo aos documentos e as punições e perseguições aos componentes e colaboradores do site WikiLeaks?
4f) Seria um crime ou mérito expor, revelar e denunciar publicamente crimes de guerra através de imagens atendendo interesse comum entre cidadãos e órgãos de manutenção dos Direitos Humanos?

5ª Chave de questões
Conclusões sobre o direto a cidadania e sua relação com os valores probatórios e informativos de arquivos fotográficos
Copiado de Urban Love dec.18.2010
5a) Seria um crime perseguir, prender e vilipendiar cidadãos que expõe crimes de guerra por interesse público?
5b) Seria um crime perseguir, prender e vilipendiar cidadãos que expõe informações públicas de interesse comum entre outros cidadãos e órgãos de manutenção dos Direitos Humanos?
5c) Quais são os mecanismos legais para proteger toda pesquisa que resultar em publicação de material classificado de interesse da cidadania e liberdade de informação e expressão?
5d) Seria um crime proibir ou perseguir publicações como WikiLeaks?
5e) Qual o valor probatório e o valor informativo das fotografias em pauta no site WikiLeaks para Tribunais e Sociedades Civis?
5f) Qual conclusões é possível chegar sobre a exposições de provas imagéticas de crimes de guerra e sua da reação opressiva por parte dos estados em relação a liberdade de informação, aos direitos humanos e a cidadania?

terça-feira, 19 de abril de 2011

Nasce uma nova ciência, será?

Copiado de Secure Business Infrastructure
Será que o processo de produção automática de imagens, quem tem raízes na fotografia e, posteriormente, na digitalização poderia ser o responsável pela formação de uma nova área do conhecimento, uma nova ciência? A Imaging.org se autodefine como "Society for Imaging Science and Technology". Antes mesmo de entrar em considerações de ordem teórica é necessário tentar entender melhor o termo "imaging", cuja tradução para o português é bem problemática. "Imaging" seria o processo de imaginar, mas que não é sinônimo de imaginação. Tampouco seria possível tentar uma nova palavra, como por exemplo, "imaginologia", uma vez que o sufixo "ing" remeteria ou a uma ação/processo ou, até mesmo, a uma técnica. Apesar do estranhamento inicial, a palavra "imagística" já começa a ser utilizada em alguns espaços virtuais. Há algum tempo atrás, o uso do vocábulo "imagético" (ver post aqui) sempre necessitava de algumas linhas explicativas quando usado em situações acadêmicas. Tanto eu (em 2001), como Aline Lacerda (em 2008), fomos questionados em nossas defesas de doutorado sobre a pertinência do termo. Hoje imagético tem sido cada vez mais utilizado, tornando-se mais familiar (o que não justifica a ausência de que haja uma definição conceitual, pelo contrário). Será que o mesmo ocorrerá com a imagística? Meu colega Mike Carden, dos Arquivos Nacionais da Austrália, escreveu-me, sem nenhuma observação conceitual preliminar: "entendo que a ciência da imagística digital tem suas raízes no scaneamento e na fotografia. Essa área, porém, com grandes projetos em curso em todo o mundo para digitalização de documentos de papel para o acesso, tem sérios desafios quanto à preservação". 

O processo de produção de imagens automáticas têm estado cada vez mais presente nos microscópios de grande precisão e resolução, em diversas áreas de diagnóstico de saúde, na preservação de documentos, na produção de documentos de identificação e na sua validação, na migração de informações e, até mesmo, no controle de trânsito. Sabemos que a existência de uma sociedade científica internacional e a busca e aprimoramento constante em termos de inovação podem caracterizar, contemporaneamente, um campo científico, mas será que são suficientes? Será que o estudo dos acervos fotográficos poderia estar inserido em tal área? Ou isso dependeria do enforque a ser dado aos acervos (como objeto de estudo)? Será que a imagística propicia (ou tenta, ou permite) uma explanação para melhor entender fenômenos? Não há dúvida que algumas de suas técnicas permitem que isso seja feito por outras áreas, mas será que ela tem potencial para fazê-lo de modo mais autônomo? 

Muitas questões e nenhuma resposta conclusiva. Mais informações para quem quiser conhecer um pouco mais sobre o problema podem ser buscadas no portal da sociedade internacional em http://www.imaging.org. Há também uma conferência internacional prevista para breve, cujo programa pode ser baixado aqui.

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Alguns softwares e plataformas web para registros imagéticos

Ao pensar em uma plataforma de arquivos para utilização no projeto “ Os Registros Imagéticos Como Estratégia de Comunicação e Sustentabilidade Cultural” ver link do projeto (acesse aqui),  iniciou-se uma pesquisa movida pela seguinte pergunta: Quais os tipos de softwares estão dispostos no mercado que atendam aos registros imagéticos e que abordem as normas nacionais e internacionais no qual sejam possíveis  a utilização pelas entidades culturais?

No entanto, foi pensado alguns requisitos para estes softwares e/ou plataformas:
- Ser open source;
- Possibilidade de utilização on line via WEB;
- A possibilidade tanto de uso inicial como conta/cliente Free;
- Poder fazer os testes e até adaptação para o uso específico na área dos registros imagéticos;
- Que tenham incorporados as normas arquivísticas nacionais e internacionais:
  • NOBRADE – Norma Brasileira de Descrição Arquivística
  • ISAD(G) – International Standard Archival Description
  • EAD – Encoded Archival Description
  • ISAAR – International Standard Archival Authorities Records (Corporate, Persons, Families).
Como resultado inicial podermos encontrar alguns softwares que contemplem alguns dos requisitos acima, um deles, o DIGITARQ é uma plataforma desenvolvida em conjunto pelo Arquivo Distrital do Porto, Direcção-Geral de Arquivos e Universidade do Minho, tem como objetivo a simplificação e optimização do trabalho num arquivo definitivo tanto ao nível operacional como ao nível da gestão.  Este, já estão sendo utilizados pelas autoridades Portuguesas através do PPA - Portal Português de Arquivo, no site, está sendo usado como plataforma de acesso web – tipo cliente/servidor, no entanto, através do site do DIGITARQ podemos conhecer um pouco de sua história e baixar uma versão monoposto. Ainda, há uma vantagem  de poder se utilizar de forma avançada e colaborativa. 

Agora, temos outro que é o SEPIADES, este, tem uma conotação mais voltada para registros imagéticos, pois os materiais fotográficos muitas vezes não são descritos em um nível em que as torne facilmente acessíveis aos usuários. Ainda, o interesse em coleções fotográficas também tem crescido nas últimas décadas e as coleções mantidas por bibliotecas, museus, arquivos e outras instituições de arquivo constituem um tesouro de informações sobre a história dos povos que precisam ser aberto para usuários e ser preservado para gerações futuras. Com isso, a digitalização dos materiais fotográficos em si é complexa, devido à grande variação de materiais e os diferentes requisitos dos usuários, e uma área em que poucas instituições ganharam experiência suficiente. É um software livre, desenvolvido pelo Instituto holandês dos serviços de informação científica (NIWI). Para conhecer o software SEPIADES e só acessar.  

Estes softwares já contam com uma série de artigos e tutorias publicados na internet que poderá auxiliar aos que tiverem interesse em conhecer   suas funcionalidades. Bem! Ainda estamos em fase inical de estudo das funcionalidades, assim que tivermos avançado traremos mais  informação sobre o DIGITARQ, SEPIADES e outros.