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sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Registro da visita-debate da turma "Imaginando"


Na sexta-feira, dia 06/set, a turma da disciplina "Imaginando" (Seminários e, organização da informação) da pós-graduação em Ciência da Informação fez uma visita-debate coletiva, à mostra fotográfica "Ausênc_as Brasil" de Gustavo Germano (ver post aqui).

Ausênc_as Brasil estabelece um diálogo entre o passado e o presente, alinhando imagens de militantes políticos mortos e desaparecidos pelas ditaduras Militares do Brasil e da Argentina no seio de seus familiares e as imagens dos familiares registrando suas ausências, destacando a força da afetividade e da memória dos acontecimentos.

Gustavo Germano é um fotógrafo Argentino, ele que foi familiar de detido e desaparecido político. A mostra é rica pela possibilidade da participação dos familiares dos mortos e desaparecidos que abriram seus álbuns fotográficos e se expuseram em sua dor e sofrimento, partilhando com a sociedade suas imagens e de seus entes que se foram. A aula foi muito proveitosa e nos fez refletir, não apenas pelo momento que passaram os atores, mas sobre a possibilidade de interpretação e o sentido da fotografia.


O verdadeiro conteúdo de uma fotografia é invisível.
Porque não deriva de uma relação com a forma, mas
sim com o tempo.
John Berger


Algumas fotos da visita-debate estão disponíveis aqui.


Texto e fotos: Alessandra Araújo

terça-feira, 3 de setembro de 2013

Gustavo Germano em Brasília

 

Nesta 6ªf, dia 06/set, às 14:30 a turma da disciplina "Imaginando" (Seminários e, organização da informação) da pós-graduação em Ciência da Informação fará uma visita-debate coletiva, à exposição "Ausencias", de Gustavo Germano, estando os interessados convidados a se integrar ao grupo (veja post aqui para entender o que é essa disciplina).

O artista trabalha com uma mensagem política muito contundente, construía pelo não-uso de elementos visuais; é isso mesmo a força elocutória de sua mensagem está naquilo que não é fotografado. As ausências são evidenciadas por meio de fotos comparativas, como é o caso, para exemplificar, da imagem de duas irmãs, que representa o desaparecimento de uma delas no período ditatorial argentino. Na primeira, em uma foto de arquivo pessoal, ambas posam junto a um vaso de flores, que está sobre um aparador. Na segunda, feita 26 anos depois, repete-se a cena, desta vez somente com a irmã sobrevivente e, detalhe importante, sem as flores; as legendas com ausências ainda contribuem para evidenciar a mensagem (veja as fotos desse exemplo aqui no DigifotoWeb).

Já que na página do Museu Nacional da República (que era para ser Museu Nacional Honestino Guimarães) não há nenhum destaque à exposição de Gustavo Germano (apenas a coloca, sem nenhuma informação na agenda da instituição), fomos buscar na imprensa hermana a nota de divulgação da exposição atual. O blog DigifotoWeb foi, provavelmente, o primeiro veículo brasileiro a por em evidencia o trabalho do fotógrafo argentino, como pode ser visto em post anterior aqui, há exatos três anos e meio. 

A exposição estará aberta à visitação no Museu Nacional da República, em Brasília, até o dia 30/set, de 3ª a Dom, das 09:00hs às 18:30hs. 

terça-feira, 6 de abril de 2010

Tipos de ocorrência de documento imagético no universo dos arquivos


1970 

Maria Irma Ferreira
Maria Susana Ferreira


2006
.

Maria Susana Ferreira


Em texto anterior indiquei que:
De um modo mais esquemático, poderíamos supor três tipos de ocorrência de documento imagético no universo dos arquivos: integrado em outros documentos (positivos fotográficos anexos a um processo, por exemplo); como resultado final de uma ação (registros fotográficos de uma assessoria de prefeito, por exemplo) ou como uma coleção que não guarda uma relação orgânica com seu produtor, ou cujo vínculo já não é mais possível de determinar.  Tal diferenciação apresenta características fundamentais quanto à organicidade dos documentos. (LOPEZ, 2000, p. 221)
Apesar de ainda concordar com o que escrevi há algum tempo, a segunda situação (o documento fotográfico autônomo em relação a anexos textuais) sempre me pareceu mais uma exceção do que uma ocorrência típica. Anteontem tomei conhecimento de uma exposição de Gustavo Germano, sobre os desaparecidos políticos durante o regime militar argentino. Não se tratam, é óbvio, de documentos arquivísticos, porém museológicos. Entretanto a força elocutória das imagens (aos pares e associadas às legendas) é muito forte.

Diversos links e blogs tratam do tema. É só "googlear" (como faz o perú) para poder fruir o trabalho fotográfico de uma infinidade de locais virtuais. Infelizmente não encontrei nenhum que trouxesse apenas as imagens sem cabeçalhos ou palavras de ordem contra um dos mais lamentáveis episódios da história recente argentina. O uso de tais artifícios textuais competem com as imagens em um desnecessário esforço de explicá-las. Na verdade esse tipo de procedimento enfraquece o poder comunicativo das imagens. É como assistir a um filme falado em português com legendas que se proponham a ir além dos diálogos da tela. É como se os apreciadores do trabalho de Gustavo Germano não confiassem no poder comunicativo das imagens.Na página do fotógrafo militante há um link para o blog dele, com vários textos que explicam melhor o contexto das fotos e a proposta do artista. O fato é que mesmo sem tantas informações textuais essas imagens são vetores de informação crítica.

A melhor URL que encontrei para apreciar as fotos sem tantos chavões e palavras de ordem foi este. Acesse aqui e depois deixe aqui seu comentário sobre o poder elocutório das imagens, lembrando de que este trabalho não é de natureza arquivística. A sugestão é analisar as imagens antes de acessar o site do fotógrafo, em:  http://www.gustavogermano.com/.