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terça-feira, 30 de julho de 2013

¿Que ciudad soy yo?

Há alguns símbolos que emblematicamente identificam cidades muito específicas no mundo, como por exemplo a Torre Eifel, a Estátua da Liberdade,  o Cristo Redentor, a Torre de Pisa, o Coliseo etc. Outros símbolos buscam, por vezes serem associados a uma cidade ou mesmo um país. 

Os símbolos reproduzidos acima são de autoria de um dos mais importantes aristas uruguaios de todos os tempos cujos motivos geométricos e a configuração fracionada e proporcional dos espaços pictóricos são encontrados em diferentes referencias artísticas, estéticas e publicitárias em vários locais de Montevideo e, consequentemente, traduzidos como símbolos identificadores e/ou definidores de uma cultura uruguaia, intelectual, no nível de uma identidade nacional. 

Em outros locais como, por exemplo, o estado do Espírito Santo (Brasil), uma comida específica feita de um determinado modo é considerado como um patrimônio cultural imaterial, característico do capixaba. A moqueca capixaba, além de unicamente levar azeite como gordura, agrega coentro, tomate, cebola, colorau e o peixe e/ou fruto do mar da variedade a ser servida. Outra característica marcante dessa iguaria é o fato de ter que ser feita, necessariamente em panelas de barro de Goiabeiras, cujo modo de confecção, materiais  utilizados e a transmissão de tal saber fazem parte do primeiro patrimônio imaterial tombado no Brasil.

O desafio da charada atual consiste em identificar em que cidade foram tiradas as duas fotos abaixo:



As melhores respostas concorrerão a um mini dulce de leche, muy típico del país de la ciudad fotografiada arriba.

Serão consideradas válidas as respostas postadas nos comments até 24 hs após a publicação do próximo post.

Caso você ainda não tenha resolvido o problema, é possível que as duas fotos abaixo tragam pistas e informações suficientes e definitivas:

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espanha é campeã da copa 2010... Espanha?



A imagem acima provavelmente passou desapercebida do espectador brasileiro, porém, certamente, foi muito bem notada pelos espanhóis, principalmente pelos catalães. A bandeira da Catalunya e a taça,  empunhadas pelo jogador Puyol têm um efeito simbólico muito grande no complexo cenário dos imaginários nacionais da Espanha. A imagem, como informação, pode ser portadora de uma carga simbólica muito forte. Tais imagens-símbolos costumam ser reproduzidas em inúmeros documentos na tentativa de afirmação dos ideais nelas identificados. 

É importante que ao lidar com documentos imagéticos sejamos capazes de diferenciar as imagens (informação) dos documentos que as contém. Na reprodução acima temos várias imagens, mais abstratas, ou menos, porém nenhuma concreta e, de algum modo conflitantes: a vitória (representada pela taça), a Catalunya (representada por sua bandeira), a Espanha (representada por seu jogador) etc. Para tantas imagens (que valem mais do que 1.000 palavras) temos apenas um documento: este post, fruto de meu interesse acadêmico. Um documento com texto e imagem articuladas. 

A imagem, como informação independente de um documento pode ter múltiplos desdobramentos e influências. Podem ser mentais, podem impulsionar "imaginários" políticos e podem ser incorporadas a suportes, constituindo documentos para que tenham maior funcionalidade. A imagem de Puyol com a copa e a bandeira catalã provavelmente será transposta para posteres, camisetas, blogs etc. Longe dos debates, ao menos para mim fica a satisfação de ver que o melhor futebol triunfou.


Mesmo antes da decisão (e antes da comemoração de Puyol) alguns jornais brasileiros já apontavam a tensa relação Espanha-Catalunya no plano simbólico da copa do mundo, com alguns desdobramentos nada simbólicos (veja aqui reportagem do Correio Braziliense). Algumas imagens desempenharam papel crucial no estabelecimento, manutenção ou desarticulação de ordens políticas e sociais, como nos mostra o livro de Tomás Pérez Vejo sobre as guerras de independência ocorridas na América espanhola. Será que a forte imagem do jogador catalão terá maiores desdobramentos, no plano simbólico, no acirrado e histórico embate do nacionalismo espanhol?