Mostrando postagens com marcador UNESP-PPGCI. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador UNESP-PPGCI. Mostrar todas as postagens

domingo, 12 de maio de 2013

Limites e especificidades dos documentos audiovisuais e suas instituições de guarda

A foto acima foi tirada na reserva técnica da coleção fotográfica da Biblioteca Nacional do Chile e representa uma aquisição recente (o que justifica a aparência de desorganização) de uma coleção de um estúdio fotográfico. A preocupação em tratar a totalidade dos documentos dos titular, de modo a não perder a organicidade, fez com que, nesse momento inicial de pré-organização, nada fosse desmembrado. Assim, até os cenários utilizados foram preservados. Se observarmos bem o texto acima podemos ver alguns termos, intencionalmente colocados, que demandam, no mínimo, maiores explicações. Afinal, trata-se de uma biblioteca, com uma arquivo (chamado de coleção) que preserva documentos tradicionalmente tidos como de museu. Os acervos fotográficos e audiovisuais têm particularidades bastante interessantes e, sobretudo, instigantes, do ponto de vista teórico da Arquivologia.

Luiz Antonio Santana da Silva, que defenderá dissertação sobre isso amanhã (ver post aqui) nos proporciona uma breve reflexão sobre o tema, que está longe de dar conta da complexidade do problema (não se propôs a isso), mas indica alguns ponto iniciais:
Algumas questões gerais sobre documentos audiovisuais nos arquivos, bibliotecas e museus.
 Luiz Antonio Santana da Silva 

A Arquivologia, assim como a Biblioteconomia e a Museologia, é uma subárea do campo do conhecimento científico inseridas na Ciência da Informação (CI) interligadas por um fator unificador: a informação. Nesse sentido, a informação, que gera conhecimento é registra sobre um suporte (físico ou digital), isto é, o documento que primordialmente é objeto de estudo para as 3 Marias. 
 Assim, para Paul Otlet (1937) documento é o livro, a revista, o jornal; é a peça de arquivo, a estampa, a fotografia, a medalha, a música; é também, atualmente, o filme, o disco e toda parte documental que precede ou sucede a emissão radiofônica. O espírito visionário de Otlet já previa que novos gêneros e formatos surgiriam com as modificações ocorridas no contexto social, o que afeta diretamente as instituições.
Logo, os arquivos, bibliotecas e museus passariam a receber em seus acervos esses novos documentos como resultados dessas transformações. Mais especificamente, para Arquivologia de acordo com Bellotto e Camargo (1996), o documento audiovisual pode ser definido como gênero documental que utiliza como linguagem básica à associação do som e da imagem. Essa definição é a mais coerente, visto que não há unanimidade no conceito de documento audiovisual no cenário arquivístico. 
Dessa forma, as Unidades de Informação supracitadas se configuram, basicamente, da seguinte forma:

O que mantêm?
Arquivos: registros ativos, semiativos ou inativos em qualquer formato, gênero e normalmente únicos;
Bibliotecas: materiais publicados em todos os formatos;
Museus: objetos, artefatos, documentos associados. 
Por que são visitados?
Arquivos: prova de ações e transações, pesquisa, divertimento (apenas em arquivos permanentes onde as características do acervo e o valor secundário atraem vários públicos);
Bibliotecas: informação, pesquisa, educação, divertimento;
Museus: pesquisa, educação, divertimento.

Em suma, pode-se dizer que a Biblioteconomia e a Museologia tratam de documentos individuais e a Arquivologia de conjuntos únicos documentais. Destaca-se que, ainda há grande necessidade de aprofundamento nesse tema, seja no arquivo, biblioteca ou museu, já que ao se abordarem questões que modificam paradigmas ou tradições, torna-se necessário embasamento teórico consistente e suficientemente coerente.

segunda-feira, 25 de março de 2013

Mais uma dissertação de Mestrado do GPAF


Luiz Antonio Santana da Silva, aluno da Unesp (Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação, PPGCI/Unesp, Campus Marília) e membro do GPAF, em pouco menos de 1 mês deverá defender sua dissertação de mestrado, que faz uma discussão conceitual sobre os documentos audiovisuais na Arquivologia, conforme os dados abaixo.
Data: 29/abr/2013 13/05/2013
Local: Reitoria da Unesp, São Paulo (SP) PPGCI/Unesp, Campus Marília
Título: Abordagens do documento audiovisual no campo teórico da Arquivologia
OrientaçãoProfa. Dra. Telma Campanha de Carvalho Madio
Resumo:
A necessidade dos documentos audiovisuais serem reconhecidos como documentos de arquivo é resultado da evolução dos suportes e novos gêneros documentais que passaram a ser usados para registrar informações. Além disso, devido às características próximas do real que a linguagem audiovisual proporciona, as instituições e indivíduos têm escolhidos esses novos suporte e gêneros para registrar suas atividades. No decorrer deste estudo foi possível visualizar, de maneira objetiva, a inserção por meio da discussão teórica, dos documentos audiovisuais nos arquivos, assim como a formulação de metodologias e o tratamento dado a esses documentos ainda munidos de valor primário. 
Aprofundando a discussão, tentou-se apresentar e discutir questões levantadas pelos principais teóricos e eventos internacionais da área a respeito de documentos audiovisuais e, consequentemente, buscar um caminho para compreender os conflitos referentes a esses documentos em ambiente de arquivo, como por exemplo, as divergências presentes no conceito de documento audiovisual; traçar o perfil do documento audiovisual desde sua institucionalização dentro dos arquivos; responder o porquê desses documentos serem chamados de arquivos especiais ou fundos audiovisuais; abordar conceitos de documento de arquivo a fim de caracterizar o documento audiovisual como tal; discutir formas de organização da informação em documentos audiovisuais a partir do uso das funções arquivísticas empregadas já na idade corrente da documentação. 
Portanto, este trabalho visa abordar questões centrais da Arquivologia quanto ao tratamento documental voltado aos documentos de arquivo do gênero audiovisual. Esse entrelaçamento de desafios e perspectivas busca uma melhor compreensão para a organização adequada dos documentos audiovisuais em arquivos após a identificação e resolução de problemas encontrados na literatura, propondo que esses documentos sejam tratados no momento de sua produção, já que constituem documentos de arquivo igualmente aqueles documentos tradicionais de arquivo.

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

GPAF na UNESP-Marília


No dia 20/09/2011 três pesquisadores do GPAF estarão participando de atividades na UNESP/Marília. A profa. Telma Carvalho (vice-líder do grupo) será a responsável pelos trabalhos que estão assim divididos:

  • Manhã: apresentação de projetos de fotografia desenvolvidos na Unesp/Marília
  • Tarde 1ª parte: palestra Profa. Aline Lacerda (UFF)
  • Tarde 2ª parte: apresentação sumária dos trabalhos desenvolvidos pelo núcleo da UnB do GPAF (responsável: Prof. André Lopez).

Maiores informações: telmaccarvalho@marilia.unesp.br

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Arquivo fotográfico de empresa fotográfica


A dissertação de mestrado de Eliana Kátia Pupim abordou o acervo de uma empresa produtora de álbuns fotográficos de formatura. O setor "Arquivo Albuns Fotográficos" apresenta interessantes características conceituais pois parte dos documentos que ali estão são ao mesmo tempo registros de atividades executadas (portanto arquivo) e ao mesmo tempo produtos a serem vendidos (portanto estoque). O trabalho, orientado pela Profa. Telma Campanha de Carvalho, trabalhou com um diagnóstico do setor, valendo-se de um tipo documental chave para compreender a gestão documental da orgabização o Cadastro de Identificação Para Posterior Entrega de Serviço, ou CIPPES. Esse documento é descrito (do ponto de vista da diplomática) e tem seu trâmite exemplarmente (do ponto de vista da tipologia documental) detalhado em um fluxograma:

Fluxograma de CIPPES
Clique na imagem para ampliá-la
.
A contribuição do diagnóstico para a elaboração de um programa de gestão documental em empresa fotográfica[1]
Eliana Kátia Pupim[2]
Telma Campanha de Carvalho Madio[3]
A instituição privada com fins lucrativos necessariamente trabalha com foco na melhoria constante dos resultados de suas operações, dessa forma garantindo a entrada de ativos. O arquivo é freqüentemente consultado no intuito de se obter respostas a questões de ordem jurídica, administrativa, política e diplomática. O presente trabalho objetivou delinear a estrutura organizacional de uma renomada empresa brasileira do segmento de fotografia, no intuito de conhecer as atribuições, as atividades e as rotinas específicas de seu setor denominado Arquivo de Álbuns Fotográficos, contextualizando-o e proporcionando elementos para a efetiva organização dos serviços prestados pelo setor. O estudo optou pelo método descritivo-exploratório através da observação das rotinas diárias e entrevistas com aplicação de questionário semi-estruturado a funcionários do setor e aos chefes de departamentos da empresa. Os resultados da coleta de dados foram sintetizados através de um organograma estrutural da empresa, do fluxograma que descreve a criação do documento que contém todas as informações relativas ao produto final da empresa, bem como a construção de um organograma funcional que permite compreender as atividades desenvolvidas pelo setor Arquivo de Álbuns Fotográficos. 

[1] Dissertação defendida em agosto de 2010 no Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade Estadual Paulista/ UNESP- Campus de Marília. 
[2] Trabalha no Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza, katia_pupim@hotmail. 
[3] Docente da pós e graduação da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, UNESP, Departamento de Ciência da Informação - Campus de Marília, telmaccarvalho@marilia.unesp.br