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quarta-feira, 6 de novembro de 2013

Exposição interativa do Imaginando

Arte: Laila Figueiredo Di Pietro

A equipe da disciplina Imaginando (ver post aqui), resolveu contribuir com a semana universitária com uma exposição interativa. A primeira exibição ocorrerá na UnB, ICC Norte, nesta sexta feira, 8/11, a partir das 15hs. A atividade é aberta ao público em geral. Divulgue e prestigie!

Leia mais sobre o projeto nos links disponíveis nessa página

Caso você deseje replicar a exposição em outro local e horário aqui em Brasília, favor usar o campo comentário, abaixo, para indicar o interesse. Se você desejar aplicar (o verbo está correto, pois é uma exposição interativa) a exposição em outra cidade; isso também é possível, mediante a impressão dos textos de referência, compreensão da metodologia  e confecção dos banneres em sua localidade.

terça-feira, 10 de setembro de 2013

Imágenes de la resistencia: uma memória social revelada pelo arquivo pessoal de Juan Carlos Cáceres

Fonte: Imágenes de la Resistencia
A imagem acima foi copiada do site Imágenes de la Resistencia (acesse) e faz parte do bloco de fotografias de "protestos populares", um dos diversos álbuns que compilam mais de 3.000 fotografias produzidas durante o regime militar no Chile.

Cáceres, estudante da Universidad Católica de Chile, por curiosidade, ousadia ou visão, agarrou sua máquina fotográfica e produziu um importantíssimo acervo imagético, que imortalizam os atores civis e militares dos longos 17 anos da ditadura chilena. 

O golpe de estado de 1973 deu início ao regime autoritário de Pinochet, que se manteve através das ações do Dirección de Inteligencia Nacional, a DINA, e da aliança político-militar, idealizada pelo Chile, entre os países da América Latina e seus respectivos governos militares, a Operação Condor. Essas e diversas outras iniciativas tornaram possíveis os atos de detenção, tortura, execução e desaparecimento de pessoas. Essa postura de governo contradiz com toda e qualquer determinação de direito do ser humano.

Além da importância inegável das fotografias de Cáceres, a necessidade humana, social e individual de recordar o passado e tentar reparar os danos causados às vítimas e familiares, faz com que seu valor seja imensurável. A organização e descrição do acervo, a última, acredito, realizada pelo próprio fotógrafo, nos permite identificar elementos da fotografia que seriam perdidos caso esse trabalho nunca fosse realizado.

Como exemplo, a fotografia escolhida para esse post, foi titulada por Cáceres:
“En la Plaza de la Constitución fueron exhibidos los autos de los escoltas de Pinochet después que intentaran asesinarlo miembros del FPMR en el Cajon del Maipo.”
Também datada de 9 de setembro de 1986, a fotografia estaria completamente perdida e descontextualizada se chegasse às mãos de alguém que não esteve presente no momento e, pior ainda, se não conhecesse profundamente a história da ditadura chilena. Muito menos saberíamos, hoje, a data exata do documento. 

Juán Carlos Cáceres, conscientemente ou não, nos deixa um arquivo repleto de valor e significado, o que não seria possível sem a preocupação do fotógrafo em recuperar o sentido de suas obras por meio de suas características fundamentais, e proporcionar seu acesso. O projeto se explica:
“Imágenes de la resistencia es un testimonio visual de cómo los actores sociales, en todas sus dimensiones, las figuras políticas de la época, los grupos armados, la resistencia popular, las manifestaciones estudiantiles, todo el cuerpo social contrario al Régimen Militar, fue capaz de aunar sus fuerzas en post de establecer una democracia en nuestro país.”

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Fotografias saqueadas: breve história sobre as fotografias resgatadas da ditadura argentina

Fonte: Instituto Espacio para La Memória
As fotos acima retratam três cidadãos argentinos que foram capturados e torturados durante o último período de ditadura no país, autodenominado Proceso de Reorganización Nacional e mantidos presos na chamada ESMA, antiga Escuela de Mecánica de la Armada, que funcionou como centro de detenção clandestino nesse período e por onde passaram quase 5.000 detidos e desaparecidos (90% foram assassinados). Tais fotografias foram “salvas” por um fotógrafo, também preso e torturado durante mais de quatro anos, Victor Basterra.
Basterra foi sequestrado em 1979 junto com sua esposa e filha recém-nascida e permaneceu na ESMA até dezembro de 1983 e vigiado até agosto de 1984. Durante esse período, foi designado a fotógrafo dentro do centro clandestino e passou a sacar fotografias dos militares para produzir documentos falsos para ações ilegais das Forças Armadas.

“Te equivocaste, Marcelo”, dijo Basterra, “yo no saqué las fotos”. “Pusiste en el libro que yo las había sacado, y en realidad las sacaron ellos. Yo sacaba las fotos de los milicos, para hacerle los documentos, pera las de los compañeros las sacaban ellos, tenían un fotógrafo que hacia eso”.
“Yo no apreté el botón”, aclara. “Pero un día, trabajando en el laboratorio vi que tenían una pila de fotos para quemar, era ya el 83, viste, ya se venían los cambios. Y entre ellos vi mi retrato, mi propia foto cuando me acababan de chupar, la que sacaran el mismo día en que nos fotografiaran a todos contra la misma pared. Entonces metí la mano en la pila, y me guardé los negativos que pude agarrar, los escondí entre la panza y el pantalón, ahí los puses, cerca de los huevos”.
“A esa altura parecía que habían decidido perdonarme la vida, que había sido un buen muchacho y merecía seguir viviendo, vigilado pero, en fin, inofensivo. No podían pensar que en cuanto pude saqué las fotos de la ESMA de a poquito, en las salidas, entonces si metidas bien en la zona de abajo, entre los huevos y el culo. No me revisaban casi, pero si llegaban a encontrar una de esas fotos, era boleta”.
(Marcelo Brosdky e Victor Basterra –
Memória en construcción: el debate sobre la ESMA)

Capa do livro organizado por Marcelo Brodsky
No diálogo acima, copiado do livro organizado por Marcelo Brodsky, que perdeu seu irmão durante o período de terrorismo, também preso e assassinado na ESMA, Victor Basterra explica que não apertou o botão da câmera para tirar as fotografias, e que “apenas” as tirou de uma pilha que iria queimar-se e levar consigo uma parte muito importante da história da ditadura na Argentina. Para salva as fotografias, Basterra as guardou e levou aos poucos escondidas em suas roupas para fora do centro, quando já tinha permissão para voltar à sua casa após cumprir suas tarefas.
As fotografias foram escondidas por Basterra até o fim do período e reveladas durante o Juicio a las Juntas, processo judicial organizado em 1985 pelo presidente Alfonsín (1983-1989), que reuniu provas contra os organismos e pessoas responsáveis pelo ocorrido durante a ditadura.


Na mesma introdução do livro, Marcelo Brodsky complementa:
Me equivoqué, es cierto, Victor. No aprestaste el gatillo. Pero sacaste las fotos, y lo hiciste dos veces. Y la dos te fue la vida en ello. Las sacaste de la pila, las salvaste de la hoguera, las quitaste del olvido.
Y después la sacaste de nuevo. Las pusiste ahí abajo, muchos huevos, la verdad, y las llevaste afuera, ¿al mundo real?. Las escondiste adentro e las sacaste afuera. Claro que las sacaste, Victor. Las sacaste dos veces aun que no hayas apretado el gatillo.

Victor Basterra

Compreendemos com a fala de Brodsky que, apesar de Basterra não ter apertado o gatilho para tirar as fotos, foi autor das mesmas por duas vezes: quando as salvou da fogueira e quando conseguiu tirá-las da ESMA.

Ao conhecer um pouco mais sobre a ditadura na Argentina e a história de Victor Basterra e “suas” fotografias, me pareceu interessante apresentá-la e questionar alguns pontos como, por exemplo, por que as fotos seriam eliminadas na ESMA, quem é efetivamente o autor dos documentos fotográficos e onde e como as fotografias originais deveriam ser armazenadas e organizadas.

segunda-feira, 28 de maio de 2012

Organização de acervo imagético: Arquivologia X Biblioteconomia




Os acervos imagéticos são comumente organizados a partir das técnicas existentes na Biblioteconomia, com foco nas informações encontradas a partir da imagem. A utilização da indexação de assuntos para o armazenamento e recuperação de fotografias em uma biblioteca de imagens parece suprir as necessidades desse modelo de centro de informação, uma vez que abrange diversas possibilidades de interpretação do conteúdo da imagem. Qual seria a contribuição, então, da organização de acervos fotográficos a partir de teorias da Arquivologia, como a Diplomática e a Tipologia Documental?

As coleções de bibliotecas têm como função principal o insumo, ou seja, a reutilização da informação para diversos fins, independente de seu contexto de produção. Para a Arquivologia, porém, a principal função de um acervo é a prova do cumprimento das atividades institucionais, tendo como base as relações de proveniência e contexto de produção.

Uma das contribuições para uma coleção de fotografias de uma análise Diplomática, que identifica os aspectos formais do documento e Tipológica, que consiste na “ampliação da Diplomática em direção à gênese documental” (BELLOTTO, 2002), ao conhecimento por parte do bibliotecário da real intenção da fotografia, facilitando o reconhecimento das imagens contidas no item.

A foto acima, por exemplo, seria indexada por um profissional da Biblioteconomia a partir de termos como: igreja, religião católica, praça, entre outros. Caso esse profissional não conseguisse, apenas com a foto, reconhecer a localidade onde está situada esta igreja, não seria possível a inserção dos termos que identificasse esse aspecto. Com as informações obtidas a partir das análises Diplomática e Tipológica, essa informação estaria preservada junto ao documento, e seria possível, neste caso, incluir termos que ligasse esse item à cidade de Jundiaí e outras informações importantes.

Comentário: Esse post tem como intenção iniciar uma discussão sobre os inúmeros benefícios do trabalho em conjunto dos profissionais da informação, pretendendo apenas expor um aspecto relevante da situação proposta.

sexta-feira, 20 de abril de 2012

Reflexão sobre características da Diplomática em documentos audiovisuais


A Diplomática identifica nos documentos as características formais que os definem. As análises de materiais não convencionais, hoje realizadas muitas vezes não permitem identificar dados típicos da Diplomática tradicional, tais como protocolos iniciais e finais. O desafio a ser enfrentado pela Diplomática especial perpassa a adaptação dos elementos tradicionais na análise dos documentos contemporâneos. Nossa preocupação relaciona-se aos registros imagéticos e audiovisuais. O material audiovisual pode ser armazenado de diversas formas, em vários formatos e diferentes suportes. A facilidade que temos hoje de manipular uma imagem de vídeo, permite que a mesma imagem em movimento seja parte integrante de diferentes arquivos ou bibliotecas. 

A análise e organização de informação de tais documentos carece de maiores definições conceituais quanto aos seus elementos constitutivos. Por exemplo: em um documento textual a identificação do protocolo e escatocolo não costuma ser problemática, mas como é que fica essa questão em um programa de telejornal? Quais seriam o protocolo e escatocolo do telejornal? Se uma empresa de telecomunicação armazena sua produção jornalística na íntegra, ou seja, com todas as partes que identificam o programa jornalístico que veiculou aquelas notícias (abertura do programa e créditos), é possível facilmente detectar características de protocolo inicial e final. Quando são armazenadas as mesmas imagens em seu formato "bruto", o seja, sem as edições finais do programa, tais características não são encontradas.

Para uma visão mais geral dessa questão veja vídeo sobre pesquisa de graduação realizada por Laila Di Pietro aqui e/ou baixe o trabalho completo a partir daqui.

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Laila Di Pietro e André Lopez

sexta-feira, 16 de março de 2012

Reuniões semanais do GPAF

O núcleo da UNB do GPAF reuniu-se sexta-feira, 2 de março, para definição do horário das reuniões semanais do grupo. Os encontros têm como objetivo a discussão de temas e projetos relacionados ao GPAF e a cada semana um participante do grupo apresentará idéias de um novo assunto.

As reuniões acontecerão toda SEXTA-FEIRA (exceto feriados), às 16 horas. A participação dos integrantes do grupo é de extrema importância para que todos contribuam para as discussões e projetos em andamento.

Foi decidido um cronograma inicial indicando os coordenadores de discussão de cada semana, a partir daqueles que estiveram presentes na reunião do dia 2. Os integrantes interessados em participar das reuniões semanais deverão escolher e divulgar as datas seguintes para suas apresentações.

Como produto das reuniões, foi decidido que as discussões devem gerar textos que serão publicados em formas de post no blog do DIGIFOTO. A responsabilidade do post é do coordenador da semana, mas a elaboração do texto pode ser feita em grupo ou individualmente.

Contamos com a presença de todos para que as reuniões do GPAF colaborem para a evolução das discussões sobre a organização de acervos imagéticos e dos projetos de Iniciação Científica, Mestrado e Doutorado que estão em andamento.

Aproveitamos para convidar todos os interessados em discutir os temas do Grupo para participarem das reuniões presenciais e também contribuírem com seus conhecimentos através dos comentários nas postagens que serão produtos destas reuniões.

Não esqueçam de se inscrever no blog para receber suas atualizações!