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quinta-feira, 26 de junho de 2014

Arquivo Fílmico e Sonoro Australiano

Dois trabalhos de Ray Edmondson 

por Luiz Antonio Santana da Silva
(mestre em CI e pesquisador do GPAF)

Copiado de Flickr: NFSA
Ray Edmondson defendeu, em dezembro de 2011, sua tese doutoral intitulada “National Film and Sound Archive: the quest for identity: factors shaping the uneven development of a cultural institution” na Universidade de Camberra, Austrália, na qual apresenta um panorama histórico da constituição do Arquivo Nacional Fílmico e Sonoro australiano. Edmondson expõe por mais de 400 páginas sua experiência envolvendo o universo dos arquivos sonoros e audiovisuais, além de discorrer sobre a prática, a teoria, a solução, o problema e inquietações do universo desse gênero documental, que tem sido frequentemente discutido por profissionais da informação. A abordagem aponta como nuances do tema as divergências existentes na discussão de documentos sonoros e audiovisuais como documentos de arquivo quanto: à busca por um lugar desses gêneros documentais como documentos de cunho arquivístico, nas instituições culturais já existentes no país no início do século XX; à modelagem dos profissionais para a nova instituição; ao próprio conceito desses documentos audiovisuais; além dos atritos inerentes que resultaram da criação do NFSA, como instituição independente, a partir de 1935. 

Fruto desse trabalho, que vai expandir e auxiliar os pesquisadores da área, foi o artigo recém-publicado, intitulado “FIAF and the antipodes: the long path to the National Film and Sound Archive of Australia (NFSA)”. Nele o autor aborda com mais profundidade como se deram as discussões para que o NFSA fosse criado e atritos pessoais que teve com diretores australianos de unidades de informação, por manter seu posicionamento inabalável, de criar um arquivo de som e filme, fiel aos preceitos arquivísticos. 

                                    Links:



sexta-feira, 6 de junho de 2014

O que começar a ler para "salvar" fotografias em situação de risco?


Por conta da escassez de estudos na área, muitas pessoas acabam recorrendo ao GPAF na busca de referência sobre preservação de acervos fotográficos. O escopo do grupo não está exatamente voltado para esse tipo de problema, mas, mesmo assim, este post tentará apresentar algumas referências inciais, que têm nos servido como inspiração.

O primeiro a saber é que um conjunto fotográfico nunca deve ser entendido como algo isolado. Ele, de algum modo, se relaciona com uma coleção, um fotógrafo, um arquivo, um produtor, uma função, um modo de registrar o presente, um valor social, uma importância histórica etc. O importante, então, é situar os documentos, antes de mais nada, em uma perspectiva de patrimônio fotográfico para, depois, pensar nos aspectos técnicos do tratamento e organização. A parte técnica pode, didaticamente, ser pensada em dois grandes focos: um físico, dedicado à preservação e a conservação; e um informacional, que se ocupará de trabalhar as técnicas, conteúdos, contextos (históricos e arquivísticos), bem como a política de acesso, divulgação, cópias, direitos etc.

Esquematicamente teríamos, então, a seguinte estrutura de relações de temas:
1. Patrimônio fotográfico
  • 1.1. Tratamento Físico
    1.1.1 - preservação
    1.1.2 - conservação
    1.1.3 - restauração
    1.1.n - etc.
  • 1.2.  Tratamento informacional
    1.2.1 - técnicas e materiais
    1.2.2 - autores (pessoais e institucionais)
    1.2.3 - funções originais

    1.2.4 - funções posteriores
    1.2.5 - contextos históricos e sócio-culturais
    1.2.6 - contextos administrativo e arquivístico
    1.2.7 - acesso e divulgação
    1.2.8 - cópias e direitos
    1.2.n - etc.
O ponto de referencia inicial está em inglês e localiza-se no site do Photographic and Audiovisual Archives Group do Conselho Internacional de Arquivos (acesso aqui). Lá há duas páginas que trarão boas referências preliminares: a do "kit de sobrevivência" (acesso aqui), com informação básica e resumida sobre recursos mínimos necessários;  e a de "recursos do PAAG" (acesso aqui), que apresenta uma boa relação de documentos e manuais técnicos, disponíveis para consulta na Web. As outras páginas são importantes para informações mais avançadas e/ou complementares.

Nosso blog, além dos links para o PAAG, traz também acesso a muitos textos na caixa "recursos", no canto superior esquerdo. Os textos disponibilizados pelo Centro de Pesquisa e Difusão da Imagem (CRDI), em Girona, Catalunya, trazem importantes reflexões sobre a compreensão e implicações práticas do conceito de Patrimônio Fotográfico além de muitos textos técnicos relativos ao tratamento físico. Os textos trabalhados pelo GPAF em disciplinas da pós-graduação são mais voltados para o tratamento informacional, sobretudo quanto às relações das imagens fotográficas com o contexto de produção documental. É importante indicar que não são divisões estanques e que há textos de toda natureza em ambos grupos de links.

Dentro de tão vasto universo vale à pena ler pelo menos o seguinte:
  • Um grande manual, que é uma referencia completa e obrigatória:
    > Boadas, J.; Casellas, L.; Suquet, M. Manual para la gestión de fondos y colecciones fotográficas. Girona: Biblioteca de la Imagen, CCG Ediciones - Ajuntament de Girona (CRDI), 2001, Disponível aqui; link alternativo aqui.
  • Duas discussões iniciais bem fundamentadas sobre Patrimônio Fotográfico:
    > Boadas, J. Patrimonio fotográfico: estrategias de gestión y preservación, dins el documento escrito y el documento fotográfico. Las Palmas de Gran Canaria: Anroart Ediciones, 2007, p. 15 a 32. Disponível aqui;
    >> Iglésias, D. Materiales fotográficos: conocer, analizar y preservar. 4a. Jornada Provincial de Archiveros. Còrdova, 2009. Disponível aqui.
  • Três textos relacionados às questões físicas e técnicas:
    > Diagnóstico: Pérez, J. L'Estudi diagnòstic per a arxius d'imatges. 4es Jornades Imatge I Recerca: Antoni Varés . Girona, 1996. Disponível aqui.
    >> Equipamentos: Boadas, J.; Iglésias, D. Equipamientos y materiales para la instalación de un archivo audiovisual : el Centre de Recerca i Difusió de la Imatge (CRDI), a Restauración & Rehabilitación. Revista Internacional del Patrimonio Histórico , núm. 89 (2004). Disponível aqu.
    >>> Novas tecnologias: Casellas, L-E; Iglésias, D. Nuevas tecnologías y tratamiento de fondos y colecciones fotográficas. 2as Jornadas Imagen, Cultura y Tecnología . Madrid, 2003. Disponível aqui.
  • Quatro textos sobre contexto e questões arquivísticas:
    Arquivo fotográfico: Heredia, A. La fotografía y los archivos. In: Foro Iberoamericano de la Rábida. Jornadas Archivísticas, 2, 1993, Palos de la Frontera. La fotografía como fuente de información. Huelva: Diputación Provincial, 1993. Disponível aqui.
    >> Documento fotográfico DE arquivo: Lopez, A. Photographic document as image archival document., 2009 . In 8th Conference on Technical and Filed Related Problems of Traditional and Electronic Archiving, Radenci/Slovenia, 25 - 27 March 2009. Disponível aqui.
    >>> Documento fotográfico EM arquivo: Carvalho Madio, T. Uma discussão de documentos fotográficos em ambiente de arquivo. In: VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Estudos avançados em Arquivologia. Marília: Cultura Acadêmica, 2012. cap. 3. p. 55-68. Disponível aqui (link alternativo aqui).
    >>>> Contextualização: Lopez, A. Contextualización archivística de documentos fotográficos. Alexandria: revista de Ciencias de la Información, Lima, ano V, n.8, jan./dez. 2011. Disponível  aqui
  • Cinco livros mais recentes com diversidade de temas (nem todas disponíveis on-line):
    > Salvador, A. Ruiz, A. Archivos fotográficos: pautas para su integración en el entorno digital. Granada: UGr, 2006.
    >> Dirección de Bibliotecas, Archivos y Museos. Apuntes metodológicos para la documentación de fotografias. Santiago de Chile: DIBAM, 2012. Disponível aqui.
    >>> Fundación Patrimonio Fílimico Colombiano. Principios y técnicas en un archivo audiovisual. Bogotá, 2010. Disponível aqui.
    >>>> Recio, J. (org.) Gestión del patrimonio audiovisual en medios de comunicación. Madrid: Síntesis, 2013.
    >>>>> Sanchéz-Vigil, J. Salvador, A. Documentación fotográfica. Barcelona: UOC, 2013.

quarta-feira, 5 de março de 2014

Crónicas sobre imaginarios culturales


La memorización según nos explica Ricoeur en el texto La memoria, la historia, el olvido (2003:83), nos permite entender los usos y los abusos de un proceso donde imperan ideologías dominantes en las que los seres humanos fueron inscritos en una serie de saberes, destrezas y posibilidades de hacer mediante la educación, la religión y la vida en sociedad. Frente a esto cabe la pregunta, si se trata de imposición, de hegemonía cultural, ¿qué sentido tiene recordar?

Para nuestra segunda sesión nos acompañará Jorge Mario Betancur, quien nos hablará, entre otras cosas, sobre su último libro "Déjame gritar", que recopila seis crónicas que indagan sobre el amor, la infelicidad y la imposición de imaginarios culturales. Un relato que está en la frontera de la realidad y la ficción para recordarnos las formas en las que la sociedad antioqueña ha forjado su ideología. 

Horario y local
12 de marzo de 2014, a las 6:00, p.m. en el Centro Cultural de la Facultad de Artes de la UdeA, en el Barrio Carlos E. Restrepo (antiguo MAMM).

Para saber más sobre la obra de Jorge Mario:

Por Luis Carlos Toro 
(coordinador del grupo de estudios interdisciplinario Memoria y Sociedad)

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2014

Grupo Memoria y Sociedad


O trabalho documental com registros fotográficos sempre perpassa aspectos relacionados à estética (pelas questões visuais) e a memória (por conta dos registros documentais, sejam arquivos, coleções etc.). O grupo de estudos interdisciplinar "Memoria y Sociedad", que é parte do grupo de pesquisa Información, Conocimiento y Sociedad de la Escuela da Escuela Interamericana de Bibliotecología da Universidad de Antioquia (EIB-UdeA). Um dos objetivos do grupo é ampliar o escopo da discussão sobre memória e direitos humanos para outras áreas do saber, tais como Estudos Culturais Contemporâneos, Arquivologia, Nova História Cultural, Artes, Estética, Antropologia, Sociologia, Psicologia, Linguística, Comunicação e Ciência Política. 

Para 2014 o grupo estabeleceu uma lista provisória de palestras e debates que abrangem as mais diversas áreas e temáticas:
  • Cinema e memória
  • Memória e estética
  • Audiovisual y memória
  • A entrada da memória em cena.
  • Jornalismo e memória.
  • Lugares de memória.
  • Memoria da violência e conflito armado nas artes.
No último dia 12 de fevereiro Sandra Arenas apresentou o trabalho intitulado "Altares espontáneos: rituales de luto y formas de resistencia" (baixe o texto completo aqui). 

Maiores informações sobre as próximas sessões podem ser obtidas diretamente com o coordenador do grupo Memoria y Sociedad, Luis Carlos Toro (lctoro@bibliotecologia.udea.edu.co)

Leia o documento completo do grupo de estudos Memoria y Sociedad para 2014 em: http://gpaf.info/GEMyS.pdf



quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Nova turma IMAGINANDO

"Imaginação" - cc André Malverdes 2013
A foto acima é um auto-retrato produzido após o final de uma turma concentrada de Imaginando, realizada em julho/2013, na UFES, com alunos de doutorado (ver post aqui e página aqui). Ela bem retrata o esforço criativo, as imagens produzidas e, principalmente, a necessidade de flexibilidade e concentração mental para debater, repensar e solidificar conceitos através da produção de imagens.

A metodologia foi desenvolvida inicialmente por um grupo de professores da Universidad Complutense de Madrid (baixe aqui livro referente ao projeto) e replicada no âmbito do GPAF pela primeira vez em 2012, com a colaboração da Prof. Antonia Salvador Benitez (ver posts aqui e aqui; ver página aqui), culminando com a apresentação de um poster sobre essa experiência no WICI (baixar pdf aqui). 

A turma atual já teve uma aula introdutória na semana passada e iniciará, efetivamente, os trabalhos na 6ªf, dia 06/setembro, devendo realizar as seguintes atividades;

O programa da disciplina (baixe aqui) contém uma bibliografia sumária sobre a questão dos acervos fotográficos e algum material de referência e discussão conceitual sobre os tópicos principais que serão abordados. 

O publico externo à disciplina está convidado a acompanhar o desenrolar da disciplina por este blog, lendo, opinando e produzindo imagens-conceito e, no caso de interessados residentes em Brasília, comparecer às aulas (favor entrar em contato prévio com apalopez@gmail.com).

Alea jacta est!

sexta-feira, 19 de julho de 2013

Nova oportunidade IMAGINANDO

Clique aqui para fazer download do pdf do poster (1,9Mb)

Na semana que se iniciará agora será feita uma nova aplicação da metodologia imaginando com os alunos de doutorado do DINTER/UnB-UFES. O programa e as orientações gerais estão em pagina específica (aqui). Para o primeiro encontor é fundamental que os participantes tomem conhecimento do projeto, lendo o material de referência indicado (especialmente o livro coordendo por J Miguel Sanchéz Vigil, http://apalopez.info/GPAF/IMAGINANDO_texto_color.pdf) e já tragam alguma compreensão relativa aos conceitos que serão trabalhados.

Outro insumo fundamental será a produção de imagens pelos participantes, para o que é fundamental trazar algum equipamento capaz de produzir fotos digitais (telefone, câmera, ipad etc.), sempre lembrando que quanto melhor for a qualidade do equipamento, melhor aproveitamento se poderá ter das imagens.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Lançamento de livro que está entre a criação artística e a iconografia e documentação

 A01 [cod.19.1.1.43] — A27 [s|cod.23]

Marquem na agenda: dia 30 de abril

No Arquivo Geral da Cidade do Rio de Janeiro, às 16 horas, será lançado o mais recente livro de Rosângela Rennó, intitulado A01 [cod.19.1.1.43] — A27 [s|cod.23]. Trata-se de um livro-de-artista, impresso em offset, capa dura e 336 páginas em cor, edição de 500 exemplares, numerados. 

Por ocasião do lançamento será realizado um debate aberto ao público com a presença de Beatriz Kushnir, diretora do Arquivo Geral, Joaquim Marçal Ferreira de Andrade, pesquisador da Divisão de Iconografia da Biblioteca Nacional e professor adjunto de fotografia da PUC-Rio e da artista visual Rosângela Rennó.

EM TEMPO: para quem não pôde ir, a mesa redonda do lançamento está disponível.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Disciplina com professor estrangeiro

Copiado de Biblioteca Complutense

A disciplina Tópicos Especiais em Organização da Informação – Turma A, Acervos Fotográficos, cód 382787 terá inicio amanhã às 14:00hs, dia 25/10, no auditório da FCI com palestra internacional da Profa. Antonia Salvador Benitez da Universidad Complutense de Madrid. A disciplina será ofertada de modo concentrado com aulas às 5ªs de tarde e às 2ªs, 3ªs e 4ªs de noite, de modo que não será necessário avançar por janeiro para o cumprimento da carga horária. A palestra de amanhã representa a aula inaugural da disciplina e está aberta a todos os interessados.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

O zoom da imagem

A apresentação abaixo, intitulado Zoom, do livro de Istvan Banyai, podemos perceber a função do Zoom no olhar da imagem e a importância do contexto na leitura da mesma.

"Zoom" é um livro só de imagens que, pouco a pouco, vão dando uma visão mais ampla do mesmo contexto como se estivessemos a reduzir o zoom. É muito interessante ver a integração de uma parte da imagem num conjunto em que vai passando a ser cada vez menos importante à medida que fazemos o recuo do zoom.

Este livro provocante, sem palavras, pode ser "lido" tanto de trás para frente como de frente para trás. Suas ilustrações dão a ilusão como se o leitor tivesse se afastado rapidamente de cada página. Os leitores que se preparem para uma aventura não só surpreendente como até filosófica.

segunda-feira, 7 de maio de 2012

Livro sobre fotografias de salas de cinema tem versão eletrônica gratuíta

Está disponível versão eletrônica gratuita do livro "Memórias fotográficas: a história das salas de cinema de Vitória", de autoria do Arquivista e Historiador André Malverdes. A obra conta com 102 imagens dos cinemas de rua do Espírito Santo, nas quais se busca recuperar os detalhes das salas, inaugurações, suas fachadas, telas e momentos que marcaram os seus freqüentadores e proprietários. 

O objetivo do trabalho foi possibilitar um passeio, através das imagens, pelos cinemas que marcaram a cidade, os bairros e o interior no seu espaço físico e no cotidiano, como formas de lazer que fizeram a  então Cinelândia Capixaba. Na época a caminhada pelos “cinemas de calçada” era a grande diversão da população.

O trabalho é resultado do projeto de pesquisa "Cine Memória: A história das Salas de Cinema do Espírito Santo" realizado pelo Departamento de Arquivologia do Centro de Ciências Jurídicas e Econômicas da UFES, patrocinado pela Lei Rubem Braga e pela Arcelor Mittal. 

Para conhecer mais essa publicação, veja post anterior neste blog e/ou solicite o livro diretamente para o autor através do e.mail malverdes@gmail.com com nome, instituição, estado e explicando o interesse pela obra.

Público na fila para a sessão de inauguração do Cine São Luiz, com o filme "Aviso aos
Navegantes", na rua 23 de maio, 100, Centro, Vitória, ES, com capacidade de 586 lugares.
De frente de terno José Haddad Filho e sua namorada Mitzi. 1951.
Acervo Família Rocha. - Projeto "Cine memória: a história das salas de cinema do Espírito Santo"

VOCÊ TEM MAIS ALGUMA INFORMAÇÃO SOBRE ESSA IMAGEM?

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Contextualização Arquivística de Documentos Fotográficos

A imagem acima, de autoria de Benedito Duarte, integra o acervo do Arquivo de Negativos da Secretaria de Cultura de São Paulo (SAN). Uma visão conteúdista da imagem buscaria identificá-la junto ao seu fotógrafo e à cena retratada. O problema é que esse tipo de abordagem geralmente acaba por desprezar (não por intenção, porém por consequência) os dados contextuais de geração arquivística; ou seja, a mando de quem tal foto foi produzida e para quais finalidades administrativas? Além disso é vital entender os motivos pelos quais o documento foi preservado, isto é para o atendimento de quais  funções probatórias.


Tais pontos são a chave para uma melhor solução do desafio anterior, que será mais detidamente abordado no próximo post e estão presentes em uma situação real analisada em texto publicado na revista Alexandrí@;  Revista de Ciências de la Información de la Facultad de Letras y Ciencias Humanas de la Pontificia Universidad Católica del Perú (ISBNe 1991-1653). 

O artigo aborda a conceituação de documentos fotográficos de arquivo, os quais costumam ter seu sentido administrativo original adulterado quando são constituídas coleções de imagens não assumidas como tais. O ponto de partida é a situação concreta, ocorrida no SAN no final do século XX. A conclusão apresenta uma proposta, sob a ótica da Arquivologia, para que as características administrativas dos documentos fotográficos de arquivos possam se fazer presentes.

Acesse aqui a versão on-line do texto (demora um pouco para carregar). Se preferir baixe o artigo em PDF aqui.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Memórias fotográficas: a história das salas de cinema de Vitória


O livro Memórias Fotográficas das Salas de Cinema de Vitória contempla alguns dos cinemas que funcionaram em Vitória, apesar do título também apresenta imagens dos cinemas da Região Metropolitana e do interior do estado. O trabalho é um resultado da pesquisa do projeto CINEMEMÓRIA - A História das salas de cinema do Espírito Santo, com a coordenação do Professor André Malverdes do Departamento de Arquivologia da UFES durante 11 anos de pesquisa em arquivos públicos, jornais, acervos pessoais e familiares. 

O livro tem patrocínio da Lei Rubem Braga da Prefeitura Municipal de Vitória e da Arcellor Mittal, com apoio do Departamento de Arquivologia da UFES, Programa de Pós Graduação em História/UFES, Arquivo Público do Estado do Espírito Santo, Associação dos Arquivista do ES, Gráfica Santo Antônio e Rima Comunicação Estratégica. A obra apresenta 110 imagens que contemplam as salas de cinema no ES desde o seu primórdio em 1907 até a década de 1990 com fotos das inaugurações, estréias, interiores, público, fachadas e notícias dos jornais e revistas do estado.

O livro estará a venda na Livraria da UFES no campus de Goiabeiras, no Sebo Veredas na Rua da Lama e durante o lançamento com palestra do autor em local e data ainda a ser confirmado. Esperamos que este trabalho possibilite a todos a satisfação de um passeio pelos “cinemas de calçada”, que era, então, a maior diversão da população. Entendemos que, assim como à época, o prazer de ir ao cinema é, ainda hoje, sinônimo de sonho e magia.

Mais informações:
Andre Malverdes (malverdes@gmail.com)
Professor do Departamento de Arquivologia/UFES

quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

Reunião aberta do GPAF


Hoje, as14h00 o Grupo de Pesquisa Acervos Fotográficos (veja página aqui), fará uma reunião aberta, como parte das atividades do Workshop Internacional de Ciência da Informação 2010 (acesse blog aqui). A ocasião contará com a Professora Antonia Salvador Benitez, da Universidad Complutense de Madrid, como convidada, que além de proferir palestra, participará ativamente das discussões e da análise dos trabalhos de pesquisa que vêm sendo realizados pelos pesquisadores e alunos do GPAF.  A professora Antônia (ver ficha aqui), é autora, dentre outra publicações, de livro dedicado ao tema dos arquivos fotográficos. Acesse aqui a sinopse da obra.


fotos tiradas durante a palestra e publicadas no mesmo momento

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Documentos imagéticos


As múltiplas possibilidades de ocorrência da imagem, nos arquivos, nos fez optar pela denominação documentos imagéticos. Essa expressão propõe englobar as diversas categorias da imagem de modo mais amplo do que os termos fotografia, pintura, obras de arte etc. A rubrica iconografia foi descartada basicamente por este termo estar incomodamente associado (direta ou indiretamente) tanto às questões da imagem enquanto linguagem, como à identificação de conteúdos na imagem. O objeto central de nossas indagações é o documento de arquivo de gênero imagético, independentemente de suas implicações icônicas ou lingüísticas. 

Uma rubrica ligada primordialmente à imagem é conceitualmente mais operativa. Essa ampliação permite entender o diferencial dado pela dimensão imagética do documento de arquivo e as respectivas implicações quanto à percepção visual. A dimensão imagética não exclui, a priori a análise de conteúdo dos documentos do ponto de vista técnico, artístico, simbólico, histórico, cultural etc. Os estudos iconológicos de Panofsky, que tratam da questão da perspectiva são fundamentais para a discussão da fotografia. É justamente no conceito de documento que a representação imagética reproduzida acima impõe uma análise além da estética e da representação artística para levar em consideração os aspectos de produto cultural ligado à difusão editorial de obra literária. Arte, imagem e sociedade se imbricam na análise de documentos imagéticos de arquivo. 

A organização de documentos imagéticos de arquivo deve ir além da mera descrição técnica, posto que, muitas vezes, os conteúdos visuais estão inseridos em uma trama de relações bastante mais complexa do que "descritores" e tesauros. Sem nenhuma preocupação com as questões arquivísticas, o historiador da arte Jorge Coli lança essa semana um estudo sobre algumas das relações entre arte e sociedade, inserindo alguns documentos imagéticos (as obras de arte) em um contexto amplo de relações. Para aqueles interessados em melhor visualizar as obras analisadas pelo autor há uma galeria publica de imagens aqui


A sinopse da editora assim apresenta a obra:
  • Jorge Coli, professor titular da Universidade de Campinas e um dos grandes especialistas na arte do século XIX, revisita com originalidade as obras de mestres como Goya, David, Ingres, Manet, Courbet e pintores brasileiros como Pedro Américo e Almeida Jr. Com um olhar livre de esquemas teóricos prévios, atento sobretudo às próprias obras, o autor traça relações inesperadas entre arte, cultura e sociedade. A ideia que norteia seu percurso é a de liberdade do homem. Nas suas próprias palavras: “Todos os estudos aqui presentes trazem, como pressuposto ou como centro, aspectos da liberdade nas artes durante o século XIX – pública, política, coletiva, individual ou artística. Esta liberdade, una e múltipla, reveste-se de um vivido sensível, no qual o corpo, bem físico, é o protagonista”.

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espanha é campeã da copa 2010... Espanha?



A imagem acima provavelmente passou desapercebida do espectador brasileiro, porém, certamente, foi muito bem notada pelos espanhóis, principalmente pelos catalães. A bandeira da Catalunya e a taça,  empunhadas pelo jogador Puyol têm um efeito simbólico muito grande no complexo cenário dos imaginários nacionais da Espanha. A imagem, como informação, pode ser portadora de uma carga simbólica muito forte. Tais imagens-símbolos costumam ser reproduzidas em inúmeros documentos na tentativa de afirmação dos ideais nelas identificados. 

É importante que ao lidar com documentos imagéticos sejamos capazes de diferenciar as imagens (informação) dos documentos que as contém. Na reprodução acima temos várias imagens, mais abstratas, ou menos, porém nenhuma concreta e, de algum modo conflitantes: a vitória (representada pela taça), a Catalunya (representada por sua bandeira), a Espanha (representada por seu jogador) etc. Para tantas imagens (que valem mais do que 1.000 palavras) temos apenas um documento: este post, fruto de meu interesse acadêmico. Um documento com texto e imagem articuladas. 

A imagem, como informação independente de um documento pode ter múltiplos desdobramentos e influências. Podem ser mentais, podem impulsionar "imaginários" políticos e podem ser incorporadas a suportes, constituindo documentos para que tenham maior funcionalidade. A imagem de Puyol com a copa e a bandeira catalã provavelmente será transposta para posteres, camisetas, blogs etc. Longe dos debates, ao menos para mim fica a satisfação de ver que o melhor futebol triunfou.


Mesmo antes da decisão (e antes da comemoração de Puyol) alguns jornais brasileiros já apontavam a tensa relação Espanha-Catalunya no plano simbólico da copa do mundo, com alguns desdobramentos nada simbólicos (veja aqui reportagem do Correio Braziliense). Algumas imagens desempenharam papel crucial no estabelecimento, manutenção ou desarticulação de ordens políticas e sociais, como nos mostra o livro de Tomás Pérez Vejo sobre as guerras de independência ocorridas na América espanhola. Será que a forte imagem do jogador catalão terá maiores desdobramentos, no plano simbólico, no acirrado e histórico embate do nacionalismo espanhol? 

quinta-feira, 27 de maio de 2010

Fotografias de arquivo e política

Os documentos fotográficos de arquivo sempre estiveram muito ligados à política e à história. O post de hoje traz informação sobre um evento e um artigo sobre o tema.

O colóquio tem como objetivo reunir pesquisadores experientes na área para discutir as relações entre imagem e política no Brasil, do ponto de vista da história da fotografia e da história cultural do político. A partir da valorização de acervos de fotografias de arquivos, pretende-se provocar o debate sobre a construção social da imagem de personalidades da política no Brasil e as diversas vertentes estéticas da fotografia moderna, bem como a obra de fotógrafos e a prática fotográfica que envolve a política no século XX. Trata-se de problematizar o papel da fotografia como recurso da propaganda política e do controle social, ao mesmo tempo, ressaltar o poder de atração e fascinação da imagem política.

A programação completa do colóquio pode ser baixada aqui.

Dentre as várias qualidades há que ser destacada a palestra de Maria Teresa Bandeira de Mello, do Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro e integrante do grupo de pesquisa Acervos Fotográficos, do CNPq (acesse aqui a página do grupo) sobre as imagens constantes do acervo do AERJ. 

Um trabalho anterior da equipe Digifoto fotografias de investigação da Delegacia de Ordem Política e Social do Paraná foram analisadas para entender, sob a ótica do historiador, as ações dessa organização em Maringá, durante o período ditatorial.
 
Clique aqui para acessar o artigo.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Aluno de IC do Digifoto publica artigo em periódico A2


A Iniciação Científica de Leandro de Melo Borges teve como resultado final um importante relato de experiência sobre o tratamento dado aos documentos fotográficos de arquivo pelo Centro de Documentação da UnB. O periódico é um dos mais conceituados da área de Ciência da Informação no Brasil, classificado no estrato A2 pelo sistema Qualis da CAPES. 

Resumo: 
O Centro de Documentação da Universidade de Brasília (Cedoc) é um órgão de assessoramento da administração superior da Universidade. Tem por finalidade recolher, preservar e garantir o acesso aos documentos arquivísticos de valor permanente, produzidos e acumulados pelas áreas meio e fim da UNB, bem como aos bens culturais e históricos, constituindo instrumento de apoio à administração, à cultura, à história e ao desenvolvimento científico e tecnológico. O artigo está limitado às fotografias oriundas do Decanato de Ensino de Graduação (DEG), constantes do acervo, verificando a adequação do tratamento desse material às diretrizes teórico-metodológicas da arquivologia. Foi percebido que o sistema configura-se de maneira a privilegiar o conteúdo das imagens, ao contrário do que se espera de um arquivo, onde o contexto arquivístico deveria ser ponto primordial para a organização e descrição das fotografias.

Referência e acesso:
LOPEZ, A., BORGES, L. Uma visão arquivística sobre os documentos fotográficos referentes ao decanato de ensino de graduação presentes no acervo do Centro de Documentação da Universidade de Brasília. Ciência da Informação, Brasília, DF, Brasil, v. 38, n. 3, p.160-176, set./dez. 2009. Disponível aqui.

Recomenda-se que o artigo seja cotejado com o projeto inicial de pesquisa (baixar aqui).

O que é o sistema Qualis?
O sistema Qualis visa estabelecer níveis de qualidade dos diversos periódicos para análise quantitativa da produção científica brasileira. As críticas a essa atribuição de valores, como parâmetro predominante para a avaliação dos programas de pós-graduação é muito criticada. Existem inúmeros artigos, blogs, ensaios etc. que condenam esse sistema (ver aqui um exemplo). Os periódicos científicos estão divididos em três categorias (A, B e C), sendo que a primeira apresenta apenas 2 estratos (A1 e A2), a segunda 5 estratos (B1, B2, B3, b4 e B5) e na última, nenhum estrato. Os periódicos classificados como C têm pontuação igual a zero. Os demais têm a pontuação definida por cada área da pós-graduação. Em Ciência da Informação só existe um periódico classificado no extrato máximo, A1 (Library Trends, USA). No segundo estrato, A2 a lista também é restrita para a CI, com apenas 3 periódicos nacionais, um deles é a revista "Ciência da Informação", onde o artigo foi publicado. É uma revista que tem critérios muito rigorosos para avaliação de artigos e é tão concorrida que está fechada para novas submissões desde setembro de 2009.

Ilustrações de Maurits Cornelis Escher 
(o "patrono" da MCEbyte)