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sexta-feira, 6 de junho de 2014

O que começar a ler para "salvar" fotografias em situação de risco?


Por conta da escassez de estudos na área, muitas pessoas acabam recorrendo ao GPAF na busca de referência sobre preservação de acervos fotográficos. O escopo do grupo não está exatamente voltado para esse tipo de problema, mas, mesmo assim, este post tentará apresentar algumas referências inciais, que têm nos servido como inspiração.

O primeiro a saber é que um conjunto fotográfico nunca deve ser entendido como algo isolado. Ele, de algum modo, se relaciona com uma coleção, um fotógrafo, um arquivo, um produtor, uma função, um modo de registrar o presente, um valor social, uma importância histórica etc. O importante, então, é situar os documentos, antes de mais nada, em uma perspectiva de patrimônio fotográfico para, depois, pensar nos aspectos técnicos do tratamento e organização. A parte técnica pode, didaticamente, ser pensada em dois grandes focos: um físico, dedicado à preservação e a conservação; e um informacional, que se ocupará de trabalhar as técnicas, conteúdos, contextos (históricos e arquivísticos), bem como a política de acesso, divulgação, cópias, direitos etc.

Esquematicamente teríamos, então, a seguinte estrutura de relações de temas:
1. Patrimônio fotográfico
  • 1.1. Tratamento Físico
    1.1.1 - preservação
    1.1.2 - conservação
    1.1.3 - restauração
    1.1.n - etc.
  • 1.2.  Tratamento informacional
    1.2.1 - técnicas e materiais
    1.2.2 - autores (pessoais e institucionais)
    1.2.3 - funções originais

    1.2.4 - funções posteriores
    1.2.5 - contextos históricos e sócio-culturais
    1.2.6 - contextos administrativo e arquivístico
    1.2.7 - acesso e divulgação
    1.2.8 - cópias e direitos
    1.2.n - etc.
O ponto de referencia inicial está em inglês e localiza-se no site do Photographic and Audiovisual Archives Group do Conselho Internacional de Arquivos (acesso aqui). Lá há duas páginas que trarão boas referências preliminares: a do "kit de sobrevivência" (acesso aqui), com informação básica e resumida sobre recursos mínimos necessários;  e a de "recursos do PAAG" (acesso aqui), que apresenta uma boa relação de documentos e manuais técnicos, disponíveis para consulta na Web. As outras páginas são importantes para informações mais avançadas e/ou complementares.

Nosso blog, além dos links para o PAAG, traz também acesso a muitos textos na caixa "recursos", no canto superior esquerdo. Os textos disponibilizados pelo Centro de Pesquisa e Difusão da Imagem (CRDI), em Girona, Catalunya, trazem importantes reflexões sobre a compreensão e implicações práticas do conceito de Patrimônio Fotográfico além de muitos textos técnicos relativos ao tratamento físico. Os textos trabalhados pelo GPAF em disciplinas da pós-graduação são mais voltados para o tratamento informacional, sobretudo quanto às relações das imagens fotográficas com o contexto de produção documental. É importante indicar que não são divisões estanques e que há textos de toda natureza em ambos grupos de links.

Dentro de tão vasto universo vale à pena ler pelo menos o seguinte:
  • Um grande manual, que é uma referencia completa e obrigatória:
    > Boadas, J.; Casellas, L.; Suquet, M. Manual para la gestión de fondos y colecciones fotográficas. Girona: Biblioteca de la Imagen, CCG Ediciones - Ajuntament de Girona (CRDI), 2001, Disponível aqui; link alternativo aqui.
  • Duas discussões iniciais bem fundamentadas sobre Patrimônio Fotográfico:
    > Boadas, J. Patrimonio fotográfico: estrategias de gestión y preservación, dins el documento escrito y el documento fotográfico. Las Palmas de Gran Canaria: Anroart Ediciones, 2007, p. 15 a 32. Disponível aqui;
    >> Iglésias, D. Materiales fotográficos: conocer, analizar y preservar. 4a. Jornada Provincial de Archiveros. Còrdova, 2009. Disponível aqui.
  • Três textos relacionados às questões físicas e técnicas:
    > Diagnóstico: Pérez, J. L'Estudi diagnòstic per a arxius d'imatges. 4es Jornades Imatge I Recerca: Antoni Varés . Girona, 1996. Disponível aqui.
    >> Equipamentos: Boadas, J.; Iglésias, D. Equipamientos y materiales para la instalación de un archivo audiovisual : el Centre de Recerca i Difusió de la Imatge (CRDI), a Restauración & Rehabilitación. Revista Internacional del Patrimonio Histórico , núm. 89 (2004). Disponível aqu.
    >>> Novas tecnologias: Casellas, L-E; Iglésias, D. Nuevas tecnologías y tratamiento de fondos y colecciones fotográficas. 2as Jornadas Imagen, Cultura y Tecnología . Madrid, 2003. Disponível aqui.
  • Quatro textos sobre contexto e questões arquivísticas:
    Arquivo fotográfico: Heredia, A. La fotografía y los archivos. In: Foro Iberoamericano de la Rábida. Jornadas Archivísticas, 2, 1993, Palos de la Frontera. La fotografía como fuente de información. Huelva: Diputación Provincial, 1993. Disponível aqui.
    >> Documento fotográfico DE arquivo: Lopez, A. Photographic document as image archival document., 2009 . In 8th Conference on Technical and Filed Related Problems of Traditional and Electronic Archiving, Radenci/Slovenia, 25 - 27 March 2009. Disponível aqui.
    >>> Documento fotográfico EM arquivo: Carvalho Madio, T. Uma discussão de documentos fotográficos em ambiente de arquivo. In: VALENTIM, Marta Lígia Pomim. Estudos avançados em Arquivologia. Marília: Cultura Acadêmica, 2012. cap. 3. p. 55-68. Disponível aqui (link alternativo aqui).
    >>>> Contextualização: Lopez, A. Contextualización archivística de documentos fotográficos. Alexandria: revista de Ciencias de la Información, Lima, ano V, n.8, jan./dez. 2011. Disponível  aqui
  • Cinco livros mais recentes com diversidade de temas (nem todas disponíveis on-line):
    > Salvador, A. Ruiz, A. Archivos fotográficos: pautas para su integración en el entorno digital. Granada: UGr, 2006.
    >> Dirección de Bibliotecas, Archivos y Museos. Apuntes metodológicos para la documentación de fotografias. Santiago de Chile: DIBAM, 2012. Disponível aqui.
    >>> Fundación Patrimonio Fílimico Colombiano. Principios y técnicas en un archivo audiovisual. Bogotá, 2010. Disponível aqui.
    >>>> Recio, J. (org.) Gestión del patrimonio audiovisual en medios de comunicación. Madrid: Síntesis, 2013.
    >>>>> Sanchéz-Vigil, J. Salvador, A. Documentación fotográfica. Barcelona: UOC, 2013.

sexta-feira, 14 de março de 2014

I Congreso Internacional de Documentación Fotográfica


As XXIII Jornadas da Facultad de Ciencias de la Documentación, da Universidad Complutense de Madrid, neste ano, abrigam o I Congreso Internacional de Documentación Fotográfica, cuja temática principal homenageia o 175º aniversário da fotografia. O evento acontecerá de 2 a 4 de abril de 2014 e é gratuito. Os que desejarem certificado de assistência devem preencher o formulário de inscrição aqui. A progamação é bem intensa e diversificada, abrangendo múltiplos temas relacionados à documentação fotográfica, como por ser visto no programa geral aqui. Uma versão mais compacta, no formato de tríptico pode ser vista aqui.

O evento é organizado pelo grupo de pesquisa sobre recuperação da informação na Web (GRIWEB) e pela própria Facultad de Ciencias de la Documentación. O GPAF, muito se vê honrado de poder estar presente, apresentado trabalhos relacionados aos acervos fotográficos brasileiros e brasilienses.

A página de referencia do evento pode ser acessada aqui.

segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

VI Jornadas Fotodoc

Las VI Jornadas Fotodoc "Ese oscuro objeto de deseo" se celebrarán el próximo jueves 12 de diciembre, en horario de 9.15 a 14h, en la Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid, según el programa abajo:

Jueves, 12 de Diciembre de 2013
de 9'15 a 14'00 h - Sala de conferencias
Director: Juan Miguel Sánchez Vigil
  • 9:15 Apertura Inauguración:
    José María de Francisco Olmos (Decano de la Facultad)
  • 9:30 El plagio en la fotografía
    Alberto Cabello (Abogado, Vicepresidente del GAJ)
  • 10:15 La fotografía en las artes escénicas
    Antonio Cabello (Arte Fotográfico)
11:00 Descanso
  • 11:30 El fondo Lladó en el Archivo del Centro Ciencias Humanas y Sociales del CSIC
    Rosa Villalón y Raquel Ibáñez
  • 12:15 La fotografía como creación 
    Luis Casteló (UCM)
  • 12:45  El fotoperiodismo como vocación 
    Federico Ayala y Luis Vega (Diario Abc)
  • 13:15 Presentación del libro Madrid, Crónica de un cambio, del fotoperiodista Gabriel Carvajal (Diario Ya)
    Almudena Sánchez (Editorial Temporae-La Librería)
  • 14:00 Clausura
    Decano de la Facultad de Ciencias de la Documentación
Entrada libre hasta completar el aforo. Se expedirá certificado de asistencia

Un pequeño balance de las jornadas anteriores, las V Fotodoc, celebradas en mayo/2013, está disponible acá

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Novas tags para melhor recuperar a informação do blog


A indexação de postagens visa facilitar e orientar a busca do usuário por informações ou temas. Por meio de indexadores (tags), os usuários podem selecionar os elementos e serem direcionados para um conjunto de posts. A organização das postagens do blog foi feita a partir de sete categorias: “Autores dos posts”, “Grandes áreas”, “Conceitos (envolvidos e/ou discutidos)”, “Temas (filtrados pelo interesse do blog)”, “Tipo de enfoque (e/ou nível acadêmico)”, “Institucionalização (organizações, grupos e/ou pessoas envolvidos)” e “País ou região”. Cada categoria contempla várias tags, usadas para identificar as informações contidas nos posts. É feito um controle paralelo das tags e das categorias, sempre com o cuidado de evitar o uso excessivo de marcadores em mais de uma categoria. 

Trata-se do início de um controle de vocabulário, que, nesta etapa, exige revisões contínuas. O sistema está em constante elaboração, posto que o progressivo aumento da quantidade de postagens passa a demandar refinamentos nos recursos de busca e indexação. Por exemplo, uma anterior da tag “novos pesquisadores” era considerada suficiente para localizar posts relacionados ou escritos por alunos do GPAF. Com o passar do tempo, com a apliação da equipe e com a finalização de trabalhos de alunos e início de outros, essa tag se monstrou insuficiente e já foi desdobrada desdobrada por autoria e nível da pesquisa. As categorias referentes ao local e à instituição ou grupo complementam a autoria, quanto às informações mais obejtivas de cada post. Para o local, optamos por anotar não somente os páises, como também algumas regiões mais específicas (por exemplo, “Catalunha”) e mais amplas (como “Iberoamérica”, “Websphere”, ou mesmo “Indeterminada”). O relação institucional refere-se à principal instituição (ou grupo, ou até mesmo pessoa) contemplada no post.

A informação mais relacionada ao conteúdo em si da postagem foi organizada em três níveis, que visam ir das características mais abrangentes às mais específicas. No nível mais amplo encontram-se as principais grandes áreas trabalhadas, tais como “Arquivologia em geral”, “Ciência da Informação”, “Comunicação” etc. Como uma espécie de detalhamento temos um nível intermediário, composto pelos conceitos relaconados, como, por exemplo, “documentos imagéticos”, “descrição arquivística”, “memória” etc. Na base do detalhamento optamos por anotar os principais temas, ou assuntos, remetidos pelos posts, como, por exemplo, “Acervo fotográfico” “Redes sociais”, “Arte” e outros. É importante mencionar que a eleição dos indexadores responde à demanda dos pesquisadores do GPAF e ao principal foco do blog. Isso significa que a indexação não é exaustiva e não visa atribuir para cada postagem o maior número de possibilidades de recuperação por indexadores; pelo contrário: a ideia é evitar a proliferação de termos, buscando trabalhar com categorias razoavelmente anplas, porém capazes de permitir uma primeira qualificação dos aspectos principais. 

A categoria “Tipo de enfoque” tenta definir tanto o nível acadêmico relacionado à postagem (como, por exemplo, pesquisa de mestrado, doutorado etc.) como o tipo de informação (como, por exemplo, publicação, evento, discussão conceitual e outras)

sábado, 25 de maio de 2013

Sugerencia cinematográfica


Unas de las mejores películas que he visto últimamente. esencial para quien trabaja con fotografía (especialmente con fotos de archivo); fundamental para quien esta preocupado con los derechos humanos y obligatoria para todos los hermanos de Argentina. La trama es casi que de novela negra, como si fuera un thriller en slow motion , con un ritmo de camera increíblemente lento, hecho a propósito para que se pueda apreciar la impecable fotografía; perfecta en los detalles de color, proporción de elementos, líneas, luz y perspectivas. Una película muy inteligente que no ofrece ninguna respuesta obvia, ni al final.

sábado, 18 de maio de 2013

Pequeno balanço das V Jornadas Fotodoc



Na semana passada tive a oportunidade de participar das V Jornadas de Fotografía y Documentación (Fotodoc), evento organizado conjuntamente com as Jornadas do Seminario Español de Recuperación de Información (SERI). O nome do evento foi extraído de um poema da pesquisadora e poeta Alicia Arias Coello: “Vertidos urgentes” (ver blog do evento aqui). 

Dois aspectos mais marcantes saltam á vista do visitante estrangeiro. O primeiro é a confluência dos eventos, obtendo (como diria Claúdio Duque) maior sinergia. Tenho assistido, ultimamente, no Brasil, uma proliferação de pequenos eventos. Cada vez mais restrito às particularidades dos pequenos grupos de trabalho e pesquisa. Quando, eventualmente os grupos brasileiros conseguem estar juntos em algo maior costuma ocorrer a separação física das atividades de cada núcleo, com raríssimos momentos, formais, de troca de ideias; como se diz no Brasil:“cada um no seu quadrado”. O segundo aspecto interessante é a “tipologia” jornada. O termo está em desuso no Brasil, onde se prefere denominações menos modestas e, supostamente, mais atrativas como Workshop, Congresso e outras tantas e, de preferência, com um qualificativo “internacional” em algum lugar do título (acabei de ver, por casualidade, a chamada para “congresso internacional”, em uma cidade o interior do país que exige que para a inscrição de trabalhos, via sistema, seja imprescindível indicar o CPF; ou seja, internacional apenas para quem registro na Recita Federal...). As jornadas daqui foram precisamente o que a palavra significa: um dia de atividades. 

A mesa de abertura, com a presença do decano da faculdade (equivaleria a um diretor) foi extremamente rápida, direta e sem longos discursos, tão frequentes na universidade brasileira. Não se chamou reitor, vice-reitor e nem ninguém das altas esferas da administração universitária. Tiveram a palavra o decano e depois cada um dos coordenadores dos eventos simultâneos: Juan Miguel Sanchez Vigil pela FOTODOC e Juan Antonio Comeche pelo SERI. O principal objetivo declarado foi o de proporcionar uma miscelânea de estudos e abordagens relacionados aos temas explicitados nas denominações dos dois eventos. A vontade de ampliar as discussões, ao invés de concentrar em tópicos cada vez mais específicos, costuma ser muito útil para que haja oxigenação das ideias, para que novos debates possam aflorar e, sobretudo, para que não sejam sempre as mesmas pessoas a apresentar trabalhos. 

Tive o privilégio de ser o primeiro a apresentar, exageradamente anunciado por Sánchez Vigil como conferência magistral, em uma mesa conjunta com meu colega Juan Antonio Comeche, lider do grupo de pesquisa sobre gestão de recuperação de informação digital na web (GRIWEB). Eu falei a respeito da finalização do projeto DigifotoWeb, com destaque à algumas questões contundentes relacionadas às imagens (ver página sobre minha apresentação aqui). Comeche analisou algumas das possibilidades e tentativas atuais relacionadas à recuperação de informações imagéticas. A divisão de metodologias para tal tarefa em função da priorização de enfoques intrínsecos (cor, textura, formas e/ou relações espaciais) ou extrínsecos (autor, título etc.) me fez pensar mais seriamente na validade de uma diplomática imagética, menos voltada ao contexto documental. 

Não sei se a proximidade de abordagem entre o trabalho de Juan Antonio e o meu foi algo compartilhado pela audiência, mas o fato é que a segunda mesa pareceu-me bem mais adequada ao conceito de miscelânea proposto. A primeira apresentação esteve a cargo de Raquel de León, do Museu Ferroviário que buscou dar um extenso e detalhado panorama das coleções ali custodiadas. Infelizmente o tempo foi curto nos deixando com aquele gostinho de quero-mais. Felizmente, parte das informações está disponível na página da fototeca do museu. Ao olhar com mais cuidado esse ambiente virtual é possível perceber uma interessante separação das coleções, do material de arquivo e do material de natureza biblioteconômica. De imediato pensei na tese de doutoramento que Niraldo José Nascimento, em seu afã, queria realizar sozinho o que o museu ferroviário de Madrid fez com uma equipe profissional. 

A segunda fala deste bloco esteve a cargo do advogado Alberto Cabello, que conseguiu abordar o sempre delicado tema dos direitos de imagem (os direitos das pessoas fotografadas) fugindo do óbvio, com exemplos muito contundentes e corajosos, envolvendo, sem temor, ícones contemporâneos da fotografia espanhola. A questão por ele colocada não se resume ao plano legal; indo mais além, com peso às questões éticas e morais. Por exemplo, começou, em tom crítico, denunciando a tradição de fotógrafos reconhecidos que se aproveitam de situações extremas em países do terceiro mundo, sem a anuência das pessoas fotografadas (e/ou sem o real conhecimento do uso, inclusive comercial, que será feito das imagens) para ganharem muito dinheiro com a comercialização das imagens. A primeira coisa que me veio à mente foi que no Brasil não é preciso ir longe para entender esse tipo de problema... 

A apresentação seguinte da segunda mesa versou sobre um projeto internacional relacionado a uma, até recentemente desconhecida, coleção que congrega fotografias fundamentais para a história visual de Portugal, Brasil, México e outros países iberoamericanos. A apresentação esteve a cargo do erudito coordenador, Wifredo Rincón García que já houvera anteriormente realizado uma exposição sobre parte daquela coleção (ver folder explicativo aqui). Sua apresentação também serviu para convidar pesquisadores interessados, sobretudo os internacionais, a integrarem uma comitiva que fará parte de uma reunião conjunta com representantes diplomáticos dos países afetos à coleção. 
A última apresentação da manhã (que em Espanha vai até as 14:00hs) esteve relacionada ao trabalho de edição gráfica na grande imprensa. Em um formato similar a um talk show (guardadas as devidas proporções e sem nenhum demérito) o professor de documentação da Universidad Complutense de Madrid, Federico Ayala apresentou e mediou um bate-papo muito agradável com o fotografo e editor gráfico Matias Nieto König. Ambos trabalham para um jornal de altíssima tiragem, o ABC, que apresenta um projeto gráfico diferenciado e único em relação aos demais jornais diários daqui. Matias Nieto expôs vários aspectos relacionados à opção do ABC em trabalhar com o conceito de capa na imprensa diária, buscando atrair ao público para uma imagem bastante chamativa, que ocupa pelo menos metade da página, ao invés de já adiantar reportagens e notícias, como é mais usual. Na falta de algum dos exemplos apresentados por Matias Nieto, encontrei um post bastante explicativo, que analisa uma capa polêmica do ABC (ver post aqui). O projeto, na verdade, troca informação textual (mais precisa, porém mais exigente quanto ao tempo de leitura, exigindo proximidade física e atenção do possível leitor) por informação visual (de assimilação mais rápida, sem requerer tanta proximidade). O sempre instigante debate sobre a articulação comunicativa entre imagem e texto, teve, nessa apresentação, um ótimo espaço para reflexão. 

Na parte da tarde tivemos, logo ao reinício, uma apresentação bastante interessante de Antonio Cabello, professor da Complutense, que deveria ser sobre os gêneros fotográficos e acabou sendo, na minha compreensão, sobre possibilidades de classificação e/ou organização de imagens por conteúdo. O mais relevante é que a apresentação, explicitamente, optou por não mostrar nenhuma solução (ou sugestão de solução). Os exemplos mostrados iam cada vez mais sugerindo que, à medida de cada necessidade, deve-se criar esquemas de classificação que funcionem em cada caso. A exposição começou e acabou com uma estante vazia, nos instigando a refletir e propor modelos, com cuidado para não cair em armadilhas universalizantes, lembrando que, em última instância, tais esquemas refletem, principalmente, as necessidades práticas de quem os elaborou. 

Na sequência, a professora Alicia Arias Coello, nos brindou com sua face artística ao apresentar uma pequena introdução de sua experiência poética nas redes sociais. Além da beleza que foi ter um espaço dedicado à emoção em uma jornada acadêmica, ela permitiu melhor entender, na prática, as relações existentes entre a criação intelectual e os atuais meios de difusão, compartilhamento, recriação, que contam, hoje, com diversos elementos daquilo que Claudio Duque estuda no campo denominado multimodalidade, com a articulação de texto, design, imagem (estática e em movimento) e sons. O ápice da recriação ficou a cargo de referencias à poeta argentina Alfonsina Storni, cuja música em homenagem à sua morte (Alfosina y el mar) é bem conhecida na voz de Mercedes Sosa, que já fora objeto de recriação artística de Sánchez Vigil (muitos acadêmicos-artistas presentes). Deixo aqui a dica para ouvir um versão mais “rústica” da música, que está em cd caseiro de uma cantora de rua em Santiago de Chile (ouça aqui Alfosina y el mar na gravação de Claudia Álvarez). O encerramento deu-se com um rearranjo de alguns versos de Sánchez Vigil feito por Alicia Arias com “Sonata ao luar” ao fundo. 

A penúltima apresentação coube à professora Maria Oliveira Zaldua, que expôs resultados de sua recente pesquisa, derivada de seu doutoramento, sobre a produção de teses relacionadas à fotografia na Espanha, em qualquer área do conhecimento. Os dados são bastante interessantes a apontam para um crescimento do tema nas áreas relacionadas à Ciência da Informação. Acredito que a ampliação desse tipo de pesquisa para o Brasil poderia redundar em um ótimo projeto de doutorado, sobretudo para mapear a ocorrência de trabalhos em áreas não diretamente ligadas à fotografias, tais como história e arquivos. 

Para finalizar Francisco José Valentín, aluno de doutorado em fase final, fez um excelente painel sobre os metadados, com destaque aos mais usuais no universo da fotografia, com alguns exemplos muito interessantes de aplicação. Um dos exemplos mostrava como pode haver diferenças significativas entre a adoção de um modelo de descritivo e a utilização correta e eficiente. Muitas vezes instituições indicam adotar esta ou aquela diretriz para a descrição e recuperação da informação, mas, na prática, a aplicação é mal feita e/ou incompleta, fazendo com que os objetivos não sejam plenamente atingidos. O exemplo dado por Francisco mostrava uma coleção de fotografias, supostamente, descritas com base no MOREQ, mas que apresentava quase todos os campos em branco e/ou com informações demasiadamente genéricas. 

Após a rápida e objetiva mesa de encerramento, restou a satisfação de ter podido fazer parte de um evento interessante (cujo formato objetivo e eficiente poderia ser inspirador no Brasil) e, principalmente, ter tido contato com outras dimensões relativas aos documentos fotográficos que, usualmente, por acabar dedicando-me muito ao foco especializado do que pesquiso, acabo por não conhecer mais profundamente. 

Espera-se que brevemente, no blog do evento, as apresentações todas estejam disponíveis, ao lado de nossas fotos, tiradas por Maria Oliveira. É questão de aguardar e conferir... 

Links mencionados: 

sexta-feira, 3 de maio de 2013

V JORNADAS FOTODOC


Las V Jornadas Fotodoc "Vertidos urgentes" se celebrarán el próximo martes 7 de mayo, en horario de 9.30 a 18h, en la Facultad de Ciencias de la Documentación de la Universidad Complutense de Madrid.  Entrada libre hasta completar el aforo. Se expedirá certificado de asistencia

Pulse aquí para hacer download del prospecto de divulgación en alta calidad (2.13MB).

quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

Material do curso da Profa. Antonia


O blog do DigifotoWeb disponibiliza o material utilizado pelo curso da profa. Antonia Salvador, ministrado no CEDOC/UnB durante os dias 19 e 20 de novembro de 2012. Trata-se de um "kit" em arquivo zipado composto pelo PDF das 4 apresentações exibidas durante as aulas e uma série de anexos em Word para elaboração de documentos de referência, de docação etc.

Baixe o arquivo zip aqui.

quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Disciplina com professor estrangeiro

Copiado de Biblioteca Complutense

A disciplina Tópicos Especiais em Organização da Informação – Turma A, Acervos Fotográficos, cód 382787 terá inicio amanhã às 14:00hs, dia 25/10, no auditório da FCI com palestra internacional da Profa. Antonia Salvador Benitez da Universidad Complutense de Madrid. A disciplina será ofertada de modo concentrado com aulas às 5ªs de tarde e às 2ªs, 3ªs e 4ªs de noite, de modo que não será necessário avançar por janeiro para o cumprimento da carga horária. A palestra de amanhã representa a aula inaugural da disciplina e está aberta a todos os interessados.

segunda-feira, 13 de junho de 2011

1º Prêmio Internacional de Fotografia SEDIC



A Asociasión Española de Documentación e Información convoca todos os interessados a participarem do 1º Prêmio Internacional de Fotografia.

A obra premiada será publica na íntegra ou um detalhe da mesma como capa de um livro da editora Pàginas de Espuma, em qualquer de suas coleções. E receberá um prêmio em dinheiro de 1500 euros.

Ela também será incluída de forma destacada em uma exposição virtual na página do SEDIC  http://www.swedic.es, em uma exposição física itinerante através de cidades diferentes que será anunciada oportunamente e com a devida antecedência.

Para mais informações clique  aqui

Postado por Cleila Barbosa

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Documento imagético integrado em outros documentos


A imagem, enquanto elemento integrante de outros documentos, não pode ter sua classificação dissociada; nestes casos, a imagem não existe enquanto unidade documental. O que pode — e deve — ser feito é tão-somente a separação física, devidamente referenciada, em função da conservação. A descrição arquivística, mesmo que feita em um nível de minúcia individualizada, deverá ater-se ao documento maior, de cujo conteúdo a imagem é apenas parte. Isso não exclui a possibilidade de uma referenciação parcial, baseada apenas no conteúdo das imagens, o que representaria uma atividade à parte da classificação arquivística — e complementar para a organização documental —, inexistindo, na classificação, quaisquer procedimentos diferenciados quanto aos documentos imagéticos.

Exemplos de documento imagético integrado em outros documentos 
  • O acervo do Archivo General de la Guerra Civil Española foi constituído sob um direcionamento temático, reunindo materiais relacionados à Guerra Civil Espanhola. O acervo composto inicialmente por documentos do exército — resultantes da repressão franquista à maçonaria e aos comunistas —, foi ampliado com a aquisição de documentos e coleções particulares ligados ao tema central, com destaque para conjuntos de documentos fotográficos. Os positivos fotográficos constantes de processos viram-se, em um primeiro momento, separados fisicamente para fins de conservação e, posteriormente, tiveram sua descrição agregada a dos demais documentos fotográficos daquela instituição, referentes à Guerra Civil. O diferencial, neste caso, é que os positivos só foram separados dos processos após a elaboração de um plano de classificação. Fichas de referenciação foram inseridas no local original de tais imagens, nos processos, remetendo à sua nova localização física. As imagens foram submetidas à uma descrição detalhada, pautada pelas normas da Isad (g), que incorporou informações sobre a origem arquivística dos documentos dos quais foram separadas, tanto no plano de classificação, como no processo inicial. Tais informações estão cruzadas em uma base de dados, juntamente com referências a outras imagens de fundos e coleções distintas (cf. DESANTES, 1996).
  • Uma situação similar também pode ser vista no Archivo del Reino de Galícia com relação aos documentos cartográficos (mapas, plantas e desenhos), que tiveram sua referenciação anotada em um catálogo seletivo, agregando informações relativas a diversos fundos e coleções, porém indicando plenamente a situação de cada conjunto documental nos respectivos planos de classificação (cf. ARCHIVO DEL REINO DE GALICIA, 1995).

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Espanha é campeã da copa 2010... Espanha?



A imagem acima provavelmente passou desapercebida do espectador brasileiro, porém, certamente, foi muito bem notada pelos espanhóis, principalmente pelos catalães. A bandeira da Catalunya e a taça,  empunhadas pelo jogador Puyol têm um efeito simbólico muito grande no complexo cenário dos imaginários nacionais da Espanha. A imagem, como informação, pode ser portadora de uma carga simbólica muito forte. Tais imagens-símbolos costumam ser reproduzidas em inúmeros documentos na tentativa de afirmação dos ideais nelas identificados. 

É importante que ao lidar com documentos imagéticos sejamos capazes de diferenciar as imagens (informação) dos documentos que as contém. Na reprodução acima temos várias imagens, mais abstratas, ou menos, porém nenhuma concreta e, de algum modo conflitantes: a vitória (representada pela taça), a Catalunya (representada por sua bandeira), a Espanha (representada por seu jogador) etc. Para tantas imagens (que valem mais do que 1.000 palavras) temos apenas um documento: este post, fruto de meu interesse acadêmico. Um documento com texto e imagem articuladas. 

A imagem, como informação independente de um documento pode ter múltiplos desdobramentos e influências. Podem ser mentais, podem impulsionar "imaginários" políticos e podem ser incorporadas a suportes, constituindo documentos para que tenham maior funcionalidade. A imagem de Puyol com a copa e a bandeira catalã provavelmente será transposta para posteres, camisetas, blogs etc. Longe dos debates, ao menos para mim fica a satisfação de ver que o melhor futebol triunfou.


Mesmo antes da decisão (e antes da comemoração de Puyol) alguns jornais brasileiros já apontavam a tensa relação Espanha-Catalunya no plano simbólico da copa do mundo, com alguns desdobramentos nada simbólicos (veja aqui reportagem do Correio Braziliense). Algumas imagens desempenharam papel crucial no estabelecimento, manutenção ou desarticulação de ordens políticas e sociais, como nos mostra o livro de Tomás Pérez Vejo sobre as guerras de independência ocorridas na América espanhola. Será que a forte imagem do jogador catalão terá maiores desdobramentos, no plano simbólico, no acirrado e histórico embate do nacionalismo espanhol?