quinta-feira, 3 de maio de 2012

Digifoto foi tema de palestra "en la U"


Em 17/03 o projeto Digifoto foi objeto dos encontros periódicos promovidos pelo Archivo Andrés Bello, da Universidad de Chile. O evento, previsto para ser um bate-papo com umas 25 pessoas superou as expectativas, lotando a belíssima sala de eventos e deixando, infelizmente, pessoas interessadas do lado de fora. Na discussão foram abordados alguns aspectos relacionados às especificidades dos documentos imagéticos e fotográficos, com foco em situações arquivísticas. Alguns exemplos relacionados à própria pesquisa do Digifoto e à situações concretas do Archivo Andrés Bello foram abordados. 

Um dos pontos importantes discutidos foi a questão da suposta "organização" arquivística de documentos fotográficos por conteúdo - procedimento não recomendado e sem sustentação teórica -  no momento em que abrimos uma caixa de papelão repleta de documentos fotográficos não identificados. Nela havia num retrato de estúdio de um casal em trajes nupciais, provavelmente do princípio do século XX. A audiência, ao ser indagada, foi unânime em indicar que a foto referia-se ao assunto "matrimônio". A segunda pergunta às mesmas pessoas foi relativa à própria atuação profissional; foram quase unânimes em se auto-identificarem como não-arquivistas. Evidenciou-se, então, que para identificar aquela foto como "matrimônio" não haveria necessidade de formação (ou prática) em Arquivologia, explicitando que a "inteligência arquivística" consiste, na realidade, em identificar e sistematizar as informações contextuais dos documentos fotográficos e não do conteúdo imagético. A dificuldade, no caso dos documentos fotográficos, está no fato de que a separação física dos acervos, dando precedência ao valor patrimonial dos objetos fotográficos (em detrimento dos documentos de arquivo) muitas vezes pode tornar a informação arquivística inatingível.

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