Por Jordana Padovani
O
artigo Teoria do Conhecimento, de
Ingetraut Dahlberg, discutido na matéria Gestão de Documentos
Fotográficos, versa sobre as questões relacionadas à formulação de
conceitos, como eles são construídos e de que forma são utilizados para
construção da ciência.
Para iniciar, pontuemos a questão mais importante considerada
pelo autor: conhecimento é linguagem. O que se pode inferir a partir disto? Que
a linguagem é uma expressão dos pensamentos e que através desta expressão construímos
o processo do conhecimento.
No texto, na página 101, o autor explicita como se constrói
conceitos através da linguagem,
“Podemos então
dizer que a linguagem constitui a capacidade do homem designar os objetos que o
circundam assim como de comunicar-se com os seus semelhantes...As linguagens
utilizadas nas necessidades da vida diária denominam-se linguagens naturais.
Além destas, o homem criou outras, chamadas linguagens especiais ou linguagens formalizadas
(...)”.
A observação do que nos cerca faz com que
desenvolvamos a linguagem e a partir da linguagem criamos a nossa relação com o
mundo e com os objetos que nos circundam. Temos alguns tipos de objetos, o
primeiro tipo de objeto é o objeto individual, aquele que representa o aqui e o
agora. O segundo tipo é o objeto geral, que cria conceitos a partir dos objetos
individuais.
Desta forma, no nosso dia a dia criamos enunciados
a partir daquilo que é individual e daquilo que é geral, e por consequência temos
a construção dos conceitos. Entendemos os objetos a partir da observação,
criando enunciados que tornam os objetos inteligíveis para nossa vida. Os
enunciados são as referências dos elementos dos conceitos que criamos a partir
do conhecimento e da observação. Alguns desses conceitos são individuais e
outros são gerais. No dia a dia, expressamos nosso conhecimento através de
conceitos gerais que podem acarretar em imprecisões, portanto sem grandes consequências.
Entretanto, quando tratamos de ciência não há espaço para imprecisão, tem que
se definir os conceitos de forma cuidadosa, com todas as suas características.
Consequentemente pode-se definir o conceito como a compilação
de enunciados verdadeiros sobre determinado objeto, fixada por um símbolo linguístico.
Como o autor frisa na página 102,
“Esse símbolo pode
ser verbal ou não-verbal, ou seja, pode ser formado de sinais ou conjunto de
sinais independentes das palavras”.
O próprio conceito do CONCEITO é baseado na
construção dos enunciados que representam o que cada objeto significa. Isto
pode se dar através da apresentação de características especificas do objeto ou
através da explicação do que é este objeto. Cada enunciado representa um
predicado do objeto, partindo do que é mais geral ao mais específico.
Assim, criam-se categorias, hierarquias funções, relações,
intenções e extensões e espécies. Tais divisões fazem com que o conceito se
torne aquilo que é mais importante para a ciência, que é a sua precisão.
Finalizando os conceitos precisam ser definidos
para criar o embasamento teórico que a ciência exige para a descrição do mundo
que nos cerca. A definição do conceito pode ser nominal ou real, expressando desta
forma o que realmente o objeto representa. Na sua definição real, o conceito
pode representar realidades simples ou complexas, criando assim a própria base
para uma teoria do conhecimento que expresse a realidade.
Referência:
DAHLBER,I. Teoria do Conceito. Ciência da Informação, Brasilia, v.7,n.2,p.101-7, 1978.
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