terça-feira, 10 de setembro de 2019

Alguns apontamentos sobre "Teoria do Conceito" de Ingetraut Dahlberg


                                                                                                               Por Jordana Padovani



O artigo Teoria do Conhecimento, de Ingetraut Dahlberg, discutido na matéria Gestão de Documentos Fotográficos, versa sobre as questões relacionadas à formulação de conceitos, como eles são construídos e de que forma são utilizados para construção da ciência.
                                                               
Para iniciar, pontuemos a questão mais importante considerada pelo autor: conhecimento é linguagem. O que se pode inferir a partir disto? Que a linguagem é uma expressão dos pensamentos e que através desta expressão construímos o processo do conhecimento.

No texto, na página 101, o autor explicita como se constrói conceitos através da linguagem,

“Podemos então dizer que a linguagem constitui a capacidade do homem designar os objetos que o circundam assim como de comunicar-se com os seus semelhantes...As linguagens utilizadas nas necessidades da vida diária denominam-se linguagens naturais. Além destas, o homem criou outras, chamadas linguagens especiais ou linguagens formalizadas (...)”.

A observação do que nos cerca faz com que desenvolvamos a linguagem e a partir da linguagem criamos a nossa relação com o mundo e com os objetos que nos circundam. Temos alguns tipos de objetos, o primeiro tipo de objeto é o objeto individual, aquele que representa o aqui e o agora. O segundo tipo é o objeto geral, que cria conceitos a partir dos objetos individuais.


Desta forma, no nosso dia a dia criamos enunciados a partir daquilo que é individual e daquilo que é geral, e por consequência temos a construção dos conceitos. Entendemos os objetos a partir da observação, criando enunciados que tornam os objetos inteligíveis para nossa vida. Os enunciados são as referências dos elementos dos conceitos que criamos a partir do conhecimento e da observação. Alguns desses conceitos são individuais e outros são gerais. No dia a dia, expressamos nosso conhecimento através de conceitos gerais que podem acarretar em imprecisões, portanto sem grandes consequências. Entretanto, quando tratamos de ciência não há espaço para imprecisão, tem que se definir os conceitos de forma cuidadosa, com todas as suas características.

Consequentemente pode-se definir o conceito como a compilação de enunciados verdadeiros sobre determinado objeto, fixada por um símbolo linguístico. Como o autor frisa na página 102,

“Esse símbolo pode ser verbal ou não-verbal, ou seja, pode ser formado de sinais ou conjunto de sinais independentes das palavras”.

O próprio conceito do CONCEITO é baseado na construção dos enunciados que representam o que cada objeto significa. Isto pode se dar através da apresentação de características especificas do objeto ou através da explicação do que é este objeto. Cada enunciado representa um predicado do objeto, partindo do que é mais geral ao mais específico.

Assim, criam-se categorias, hierarquias funções, relações, intenções e extensões e espécies. Tais divisões fazem com que o conceito se torne aquilo que é mais importante para a ciência, que é a sua precisão.

Finalizando os conceitos precisam ser definidos para criar o embasamento teórico que a ciência exige para a descrição do mundo que nos cerca. A definição do conceito pode ser nominal ou real, expressando desta forma o que realmente o objeto representa. Na sua definição real, o conceito pode representar realidades simples ou complexas, criando assim a própria base para uma teoria do conhecimento que expresse a realidade.


Referência:
DAHLBER,I. Teoria do Conceito. Ciência da Informação, Brasilia, v.7,n.2,p.101-7, 1978.

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