segunda-feira, 17 de setembro de 2018

A primeira fotografia no México

Por Tânia Moura

Primeira foto com daguerreótipo 
Fonte: https://masdemx.com

As origens da fotografia mexicana remontam o século XIX, segundo explica Manuel de Jesus Hernández (1981) no artigo “a origem da fotografia no México”. A primeira fotografia realizada no país é de autoria de Jean Prelier Dudoille, francês que teria desembarcado no Porto de Veracruz, no Golfo do México, em dezembro de 1839. O fotógrafo francês teria sido pioneiro no registro de imagens utilizando o daguerreótipo, aparato inventado pelo físico e pintor Louis Daguerre (1787-1851) que registrava imagens por meio de processos químicos. Na imagem (foto 1) é possível ver a cúpula da igreja do convento de São Francisco e ao fundo a fortaleza de San Juan Ulúa com alguns barcos ao ancorados ao fundo.

O artigo de Jesus Hernandez aborda o tema da história da fotografia mexicana, focando a borda a questão das primeiras fotografias feitas com o daguerreótipo no México. O autor argumenta que, embora alguns pesquisadores indiquem contradições acerca da data, a invenção teria sido introduzida no país no ano de 1840, sob ampla expectativa do público informado e extensa publicidade sobre sua finalidade e utilidade. O fato teria ocorrido quase que imediatamente após o daguerreótipo ter sido oficialmente anunciada na França. Hernandez considera relevante identificar a situação sócio-política e estética do México durante esse período e indica que os periódicos que circularam entre 1839-1840 davam ampla divulgação sobre a chegada da nova máquina ao país. Acrescenta que desde sua entrada no país, o processo de fotografia, foi considerado como uma das artes plásticas. Finaliza o artigo indicando as características, vantagens e desvantagens do daguerreótipo, aparato que causou uma revolução nas teorias da luz e da óptica.

Referências:

HERNÁNDEZ, M.J. (1981). El origen de la fotografía en México. Connotaciones, núm. 1, 1981, AMIC/E1 Caballito, México, pp. 63-70.

Más del México. (2016). Esta es la fotografía más antigua en México: la primera imagen capturada en el país. Disponível em: https://masdemx.com/2016/04/esta-la-fotografia-antigua-mexico.





quinta-feira, 6 de setembro de 2018

Guia do Centro de Fotografia de Montevidéu (CdF)


Por Rafael Dias da Silva

Sobre o CdF

O Centro de Fotografia de Montevidéu (CdF) foi criado em 2002 e é uma unidade da Divisão de Informação e Comunicação da Prefeitura de Montevidéu. Desde julho de 2015 funciona no Edifico Bazar, edifício histórico localizado na Avenida 18 de Julio (Foto 1).

O objetivo do CdF é trabalhar a fotografia com o objetivo de incentivar a reflexão e o pensamento crítico sobre temas de interesse social, fomentando o debate sobre a formação de identidades e contribuindo para a construção da cidadania. Além disso, busca ser uma instituição de referência a nível regional e nacional, gerando conteúdos, atividades, espaços de intercâmbio e desenvolvimento nas diferentes áreas que compõem a fotografia.

O CdF tem sete espaços exclusivos para exposição de fotografia: três salas localizadas no prédio da sede (no térreo, primeiro andar e subsolo) e em galerias de fotos no Parque Rodó, Prado, Ciudad Vieja e Villa Dolores, concebidas como espaços ao ar livre para exposição permanente.


Foto 1

Sobre o Guia

O Guia (Foto 2) apresenta inicialmente a origem do Arquivo Fotográfico, em 1915, quando a prefeitura de Montevidéu criou uma seção dentro do Escritório de Informações, dedicada ao registro fotográfico da cidade. No ano seguinte começou-se a produzir imagens específicas sobre as festas de verão e carnaval. Os fotógrafos Isidoro Damonte e Carlos Ángel Carmona estavam encarregados desse trabalho, registrando as transformações nas edificações de Montevidéu, os meios de transporte, as atividades sociais e culturais, os passeios públicos e as comemorações nacionais, procurando destacar a "beleza" e a "modernidade" da cidade, que é explicada pelos fins turísticos e de propaganda que tinham essas imagens.

Além disso, eles eram responsáveis por coletar, via compra ou doação imagens "antigas", para reproduzi-las e integrá-las ao arquivo. Isso explica que o porquê das primeiras imagens datarem o ano de 1865. Isso significa um total aproximado de 30.000 negativos e positivos monocromáticos, principalmente em suporte de vidro e, em menor medida, de plástico e papel, numa variedade de formatos.

O trabalho de Damonte e Carmona foi estendido até o final da década de quarenta. Depois deles, outros fotógrafos continuaram com o registro da cidade, mas a taxa de produção de imagens diminuiu. Na década de 1960, a prefeitura criou um serviço de Imprensa que também produziu fotografias.

Foto 2


Em 1997, foi criado o Arquivo Fotográfico de Montevidéu (AFMVD), com o objetivo de preservar e valorizar as imagens produzidas pela Prefeitura, além de produzir imagens contemporâneas sobre a cidade.

Em 2002, tornou-se o Centro de Fotografia (CdF). Dois anos depois, o CdF criou o grupo de séries Contemporâneas (FMCMA), que agrupou as fotografias contemporâneas do AFMVD, juntamente com as imagens documentais produzidas por os fotógrafos municipais da Assessoria de Imprensa durante a década anterior.

Na sequência, o Guia apresenta a composição da descrição de trinta e nove conjuntos documentais. As informações são sistematizadas em Fichas elaboradas com base na Norma Uruguaia de Descrição Arquivística – NUDA e na Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística (ISAD-G). Além disso, o CdF utiliza o Manual para a Gestão de Fundos e Coleções Fotográficas, de Joan Boadas, Lluís-Esteve Casellas e M. Ángels Suquet para realizar o seu trabalho de descrição.

Nos Anexos do Guia são apresentadas algumas informações interessantes, como por exemplo uma Linha do Tempo, que indica as datas-limites dos conjuntos documentais. 

São apresentados também os procedimentos de Gestão do Arquivo Fotográfico do CdF, que são realizados através do:

  1. Controle Físico (planejamento e execução de ações de conservação preventiva e digitalização);
  2. Controle Intelectual (organização dos conjuntos documentais, análise do conteúdo das imagens e das informações relativas ao contexto da sua produção) e
  3. Acesso - Através de um Catalogo online (página da CdF), exposições, publicações chamadas “Gelatina y Plata”, além de uma loja com produtos temáticos.

Também é apresentada a Política de Entrada e Tratamento de Doações. Atualmente o CdF aceita fotografias apenas em caráter de doação. A avaliação para entrada no acervo é realizada por uma Comissão que tem como membros um licenciado em história, um fotógrafo e um arquivista.

Quando as fotografias ingressam formalmente no acervo do CdF, elas são objeto dos seguintes procedimentos:

  • Geração de Código Alfanumérico (com a procedência e o número de registro);
  • Conservação Preventiva (limpeza mecânica); 
  • Troca para um envelope feito de papel livre de ácido;
  • Digitalização;
  • Inserção de Metadados IPTC da imagem digital.

Após esses procedimentos, o doador é contatado para devolução dos originais (se for entrar no acervo a cópia digital), se os objetos de doação forem os originais, esses ingressam na “câmara de conservação”.

Por último é apresentada a Política de Produção Fotográfica, com a Missão e a Visão do CdF e um Glossário de termos associados ao Guia.


Referências

Guía del Archivo Fotográfico del CdF / Centro de Fotografía de Montevideo.
1ª ed. Montevideo: CdF. 2017. Disponível em:
Acesso em: 29 de agosto de 2018.