quinta-feira, 29 de abril de 2010

Exposição "Ruy Santos: Imagens Apreendidas"


A exposição "Ruy Santos: Imagens Apreendidas" foi inaugurada no dia 27/04, no Centro Cultural Justiça Federal, no Rio de Janeiro.

A mostra fotográfica foi organizada sob a curadoria de Maria Teresa Ferreira Bastos, pós-doutoranda da Escola de Comunicação da UFRJ com o projeto de pesquisa "Fotografia e Comunismo: Imagens da Polícia Política no Arquivo Público do Estado do Rio de Janeiro" e reúne material inédito produzido pelo fotógrafo e cineasta, Ruy Santos (1916-1989), considerado o fotógrafo 'oficial' do PCB e cujo acervo foi desmantelado pela Polícia Política em 1948, com sua prisão.

Vale a pena conferir e divulgar:  http://www.ccjf.trf2.gov.br/prog/prog.htm 

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Fototeca Digital Fotógrafos y Editores Franceses en México

A coleção digital feita pela equipe de pesquisadores do Instituto Mora representa uma tentativa muito interessante de montagem de um repositório fotográfico que, além das imagens e suas descrições temáticas trata ainda dados relativos aos forográfos e aos históricos de cada coleção. A descrição e a organização das informações segue, no que é possível, as diretrizes da ISAD-g. O tradicional resumo da imagem é abandonado e, em lugar dele, entram dados técnicos e uma miniatura fotográfica. Como se tratam de coleções, os dados relativos ao contexto de produção arquivístico não são sistematicamente evidenciados e, quando é o caso, são indicados no histórico do conjunto. Outro ponto bastante importante na solução mexicana foi a decomposição da autoria fotográfica, conforme Aline Lacerda já havia apontado em sua tese (baixe aqui).
O Digifoto e essa fototeca têm uma linha mestra comum: a idéia de montagem de um repositório digital que não fique sujeito à subjetiva interpretação de conteúdos da imagem, além da buscar estruturar a informação, apenas no que é pertinente, de acordo com a ISAD-g.
Os projetos se distiguem quanto ao foco arquivístico do tratamento da informação, uma vez que a fototeca mexicana está voltada para  as atividades de pesquisa histórica, visando a construção de um corpus documental, devidademente contextualizado quanto à sua produção histórica. As funções administrativas e arquivísticas, nesse caso não são postas em relevo, aspecto relevante para o Digifoto, na busca da constituição de séries tipológicas. O Digifoto propõe ainda, seguindo o método iconológico de Panofsky (baixe aqui artigo sobre essa questão), a decomposição do conteúdo em elementos pré iconográficos e iconográficos.
O mais interessante é que os projetos, apesar das diferenças, são bastante complementares. Em novembro de 2009 o Digifoto teve o privilégio de visitar o Instituto Mora e poder conversar com a equipe de pesquisa (Fernando Aguayo e Lordes Roca) e a equipe técnica da Fototeca Digital na busca de aproximação das duas propostas:
Acesse aqui a fototeca digital do Instituto Mora. Se preferir vá direto ao catálogo on-line.

sábado, 17 de abril de 2010

Como iniciar uma proposta de iniciação científica


O objetivo deste post é dar umas "dicas" para os pesquisadores iniciantes interessados em participar do Digifoto. Se você tem interesse e ainda não se cadastrou faça-o agora e receba sempre as atualizações do assunto no blog. É só acessar o post do dia 2/abril e preencher seus dados no campo comentário. Muitos interessados, além dos inscritos, me mandaram e-mails manifestando vontade, porém preocupados com o fato de não terem nenhum projeto ainda. 
Não há nenhum motivo para preocupação. Todos eles, sem saber, já iniciaram o projeto ao manifestarem vontade. Lembrem-se que iniciação científica não ocorre apenas por meio de projeto formal de PIBIC. Em 2008 dois alunos da Arquivologia fizeram um importante trabalho, na modalidade de Atividade Complementar (PAC) de busca sistematizada e fichamento de textos relativos à fotografia nos arquivos. Apesar de não terem tido PIBIC, eles efetivamente foram "iniciados" na pesquisa científica. 
Isso significa que propor um aprofundamento bibliográfico sobre um tema de seu interesse pode vir a ser um projeto de iniciação científica. Significa também que a iniciação científica pode ocorrer independente da formalização de um PIBIC.
O Blog apresenta portanto 4 tipo de possibilidades de início de projeto, basta acessar os projetos discentes na caixa específica:
  • uma reflexão mais teórica: projeto Laiane
  • uma aproximação mais prática: projeto Leandro e projeto de aluna desistente
  • um aprimoramento de leituras: projeto PAC de mapeamento bibliográfico
O tema geral deve estar ligado à questão da organicidadade do documento fotográfico nos arquivos. A pergunta específica de partida deve atender os anseios e curiosidades de cada aluno.

Deixe aqui sua pergunta inicial e não tenha receio de ser uma pergunta "boba", sem solidez teórica etc. Perguntas iniciais são mesmo assim.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

Blog da vez


Uma aluna de graduação em Arquivologia da UnB, para atender às exigências da disciplina de Diplomática e Tipologia Documental criou um blog focado na questão da fotografia. O blog é recente mas já traz interessantes questõs sobre autenticidade dos documentos fotográficos e sobre a veracidade das imagens representadas. A questão é candente desde a criação da fotografia. Hoje, com a democratização dos meios de produção e ajuste de imagens indiciais, a questão da veracidade assume contornos mais definidos, mas, e a autenticidade? 
Duas questões, pelo menos, continuam candentes:
  • Será que a análise sobre veracidade dos documentos fotográficos contemporâneos difere dos documentos fotográficos analógicos?
  • Será que a discussão sobre a autenticidade segue o mesmo paralelo da análise sobre a veracidade?
Para uma discussão conceitual inicial sobre a veracidade e autenticidade pode ser encontrada em DURANTI, 1999, cap.1

Uma análise de alguns exemplos está disponível em LOPEZ 2009

terça-feira, 6 de abril de 2010

Tipos de ocorrência de documento imagético no universo dos arquivos


1970 

Maria Irma Ferreira
Maria Susana Ferreira


2006
.

Maria Susana Ferreira


Em texto anterior indiquei que:
De um modo mais esquemático, poderíamos supor três tipos de ocorrência de documento imagético no universo dos arquivos: integrado em outros documentos (positivos fotográficos anexos a um processo, por exemplo); como resultado final de uma ação (registros fotográficos de uma assessoria de prefeito, por exemplo) ou como uma coleção que não guarda uma relação orgânica com seu produtor, ou cujo vínculo já não é mais possível de determinar.  Tal diferenciação apresenta características fundamentais quanto à organicidade dos documentos. (LOPEZ, 2000, p. 221)
Apesar de ainda concordar com o que escrevi há algum tempo, a segunda situação (o documento fotográfico autônomo em relação a anexos textuais) sempre me pareceu mais uma exceção do que uma ocorrência típica. Anteontem tomei conhecimento de uma exposição de Gustavo Germano, sobre os desaparecidos políticos durante o regime militar argentino. Não se tratam, é óbvio, de documentos arquivísticos, porém museológicos. Entretanto a força elocutória das imagens (aos pares e associadas às legendas) é muito forte.

Diversos links e blogs tratam do tema. É só "googlear" (como faz o perú) para poder fruir o trabalho fotográfico de uma infinidade de locais virtuais. Infelizmente não encontrei nenhum que trouxesse apenas as imagens sem cabeçalhos ou palavras de ordem contra um dos mais lamentáveis episódios da história recente argentina. O uso de tais artifícios textuais competem com as imagens em um desnecessário esforço de explicá-las. Na verdade esse tipo de procedimento enfraquece o poder comunicativo das imagens. É como assistir a um filme falado em português com legendas que se proponham a ir além dos diálogos da tela. É como se os apreciadores do trabalho de Gustavo Germano não confiassem no poder comunicativo das imagens.Na página do fotógrafo militante há um link para o blog dele, com vários textos que explicam melhor o contexto das fotos e a proposta do artista. O fato é que mesmo sem tantas informações textuais essas imagens são vetores de informação crítica.

A melhor URL que encontrei para apreciar as fotos sem tantos chavões e palavras de ordem foi este. Acesse aqui e depois deixe aqui seu comentário sobre o poder elocutório das imagens, lembrando de que este trabalho não é de natureza arquivística. A sugestão é analisar as imagens antes de acessar o site do fotógrafo, em:  http://www.gustavogermano.com/.

sexta-feira, 2 de abril de 2010

Sugestões para montar um plano de trabalho de Iniciação Científica


O projeto de Iniciação Científica deve, ao mesmo tempo, representar um avanço na pesquisa do orientador e um desenvolvimento dos interesses de pesquisa do aluno. Isso significa que o projeto do aluno deve estar vinculado ao trabalho do orientador, porém preservando um interesse de pesquisa mais específico de cada aluno. Essa é a diferença entre o PROJETO (do orientador) e o PLANO DE TRABALHO INDIVIDUAL (do aluno).

Nas caixas de texto das colunas da direita ("Textos ligados ao Digifoto") o projeto base pode ser encontrado, bem como os texto que norteiam a minha pesquisa. O conhecimento desse material é fundamental para que o aluno possa pensar em um aspecto mais específico para desenvolver.

Na outra caixa de textos estão disponíveis alguns exemplos de planos de Iniciação Científica anteriores, somente como exemplificação.
Lá o aluno interessado pode ver que a elaboração de um plano não é um bicho de 7 cabeças...

UnB lança edital para Iniciação Científica



Já está aberto o edital para Iniciação Científica da UnB.
>Clique aqui para acessá-lo.

O projeto Digifoto no período 2003-2005 contou com 7 projetos de IC, que resultaram em 17 apresentações de trabalhos em eventos científicos e alguns artigos. Os alunos que dele participaram não tiveram maiores dificuldades em serem aprovados para programas de mestrado.
>Acesse aqui o relatório ao CNPq, com o balanço da participação discente.

Aqui na UnB, a partir de 2005 a pesquisa teve apenas 2 Iniciações Científicas. Parece que aqui a preocupação com concursos é bem maior do que com o desenvolvimento acadêmico

Uma dessas iniciações da UnB virou um artigo que está sendo publicado na mais bem "quallisficada" revista nacional de Ciência da Informação. Aguarde pelo link neste blog.

Que tal aprimorar sua formação acadêmica e trocar algumas cervejas&baladas por um projeto de iniciação científica?

Quem tiver interesse basta preencher o campo comentário abaixo com os seguintes dados:
  • nome
  • e-mail
  • instituição
  • curso
  • início do curso
  • previsão de término do curso
  • já tem "rascunho" de projeto? Qual o tema? (se não tem, ainda, e quer participar inscreva-se mesmo assim)

Este blog: o início

Bem vindo ao blog do DigifotoWeb.

Considero que os princípios arquivísticos, especialmente no caso das imagens fotográficas em arquivos, são, na maioria das vezes, a única garantia para a correta compreensão do significado dos documentos. Infelizmente, no Brasil, quando se trata de fotografias, tais princípios tendem a ser esquecidos e os documentos são "organizados" de acordo com o conteúdo, supostamente em função das suas especificidades físicas.


Contrário a tal prática e fiel aos princípios arquivísticos, o célebre manual espanhol sobre fotografias em arquivo coloca que:
“O tratamento arquivístico aplicado às fotografias não difere, em termos gerais, daquele recebido pelo restante dos documentos de um arquivo.”  (Teresa Muñoz, 1997).
Qual a sua opinião sobre isso?