Foto do litoral de Marataízes. Autor: Odon Machado. s.d.
Sem entrar em detalhes, as redes sociais conquistaram os brasileiros. Primeiro foi o Orkut, seguido do Twitter e Facebook. Esse post tece alguns comentários sobre uma comunidade de pessoas que foi criada nessa última rede social, com um forte elemento aglutinador: a fotografia, ou, nos termos desse grupo de pesquisa, documentos imagéticos. Trata-se de representações simbólicas, históricas e afetivas de indivíduos que tiveram experiências vivenciais no balneário de Marataízes, litoral do Espírito Santo.
Redes sociais são, de acordo com Boyd e Ellison (2007), “[...] serviços baseados na Web que permitem aos indivíduos (1) construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado (2) articular uma lista de outros usuários com quem eles compartilham uma conexão, e (3) ver e percorrer essas listas e outras feitas por demais pessoas dentro do mesmo sistema. A natureza e a nomenclatura dessas conexões podem variar de local para local”. Complementa-se essa definição, a comunicação mediada por computador.
Essa possibilidade de articulação fez com que, em outubro de 2010, uma dessas pessoas, o advogado Ronald Mignone, com uma história de vida profundamente ligada ao balneário, criasse-se, no Facebook, um grupo fechado denominado “Marataízes”, do qual só participam convidados. Ainda que possam existir casos semelhantes que desconheço, o crescimento do grupo apresenta algumas características essenciais: intensa participação dos membros, crescimento acelerado e comunicação mediada, quase que totalmente, por documentos imagéticos.
Quantitativamente, na data desse post, contabiliza-se 280 membros e 1.771 publicações. Dessas, 568 são de documentos imagéticos.
Por serem de livre postagem, tais documentos constituem uma coleção polissêmica, multifacetada e caleidoscópica, não organizada, cujos temas navegam das praias às construções históricas, fotos antigas de família, barcos, aviões, pescadores, catadores de mariscos e semelhantes, acidentes naturais (ressacas), bailes de carnaval, etc., tornando impossível citar todos aqui.
O volume de documentos e a quase total ausência de informações que os identifique levou o próprio criador do grupo a perguntar sobre a foto que ilustra o início desse post: “Eu vi essa foto maravilhosa postada aqui. De quem é?”. Por esse motivo e, considerando-se seu valor histórico e afetivo, muitos membros já perceberam e manifestaram a necessidade de organizar essa coleção, de forma que, estando os documentos imagéticos devidamente identificados e armazenados, possam ser facilmente recuperados. Outros vêem, inclusive, a possibilidade de que o acervo venha a fazer parte do museu do balneário.
Configura-se, portanto, uma oportunidade de dupla via, no meu entender. De um lado o interesse de algum membro do Grupo de Pesquisa em Acervos Fotográficos-GPAF assumir o encargo de construir cientificamente o acervo como projeto de pesquisa e, de outro, a contribuição que poderá ser feita aos membros do grupo no Facebook, ao balneário de Marataízes, seus habitantes, turistas, pesquisadores e admiradores.
Para tanto, acredito ser viável conseguir recursos, seja no âmbito das instituições/órgãos financiadores de pesquisa (federais, estaduais e municipais), bem como, do setor privado, através da Lei de Incentivo à Cultura, por exemplo.
Quem tiver interesse em conhecer, esclarecer dúvidas ou colaborar, favor entrar em contato com os Administradores do Grupo: Ronald Mignone (ronaldmignone@hotmail.com); Antônio Miranda (amb2miranda@hotmail.com); Ricardo Mignone (ricardo.mignone@gmail.com); Ivilisi Soares de Azevedo e Victor de Moura. Infelizmente, não possuo o e-mail dos dois últimos.