quarta-feira, 6 de novembro de 2019

IV Encuentro de Archivos Fotográficos del Mercosur

No dia 25 de outubro de 2019 ocorreu o IV Encuentro de Archivos Fotográficos del Mercosur, evento paralelo ao XIII Congreso de Archivología del Mercosur (CAM). O encontro aconteceu no Centro Cultural de España Montevideo, no Uruguai, e teve como propósito apresentar e discutir o estado atual dos fundos e coleções fotográficas da América Latina e o tratamento desenvolvido por profissionais e instituições, destacando novas propostas e enfoques no que se refere a educação, transformação técnica, normalização do vocabulário, preservação, uso e difusão do patrimônio fotográfico.

O evento começou com uma conversa coordenada por André Porto Ancona Lopez (Brasil), contando com Mariana Avramo (Argentina), Fabián Hernández Muñiz (Uruguai) e Julieta Keldjian (Uruguai), na qual foram discutidas as fronteiras entre os documentos fílmicos e fotográficos para a pesquisa e gestão. Após essa conversa, palestraram dois integrantes do GPAF, Bruno Henrique Machado e Julia Donato, com as seguintes temáticas, respectivamente: desafios e perspectivas da classificação de fotografia no ambiente arquivístico; e estudos e procedimentos do Bibliofoto, repertório latino-americano sobre documentos fotográficos em arquivos. Também houve a palestra sobre o Laboratório de Preservação Audiovisual, do Archivo General de la Universidad de la República, do Uruguai, com a Isabel Wschebor Pellegrino. 

O evento foi transmitido ao vivo e pode ser visualizado no canal do YouTube do Centro de Fotografia de Montevideo, a partir dos seguintes links: 

https://youtu.be/w6TqWyv-ITo

https://youtu.be/1NxNdIY8HJI

https://youtu.be/t7A3F3qr7JA


Conversa "El quehacer archivístico: fronteras entre los documentos fotográficos y fílmicos para la investigación y la gestión". Da esquerda para direita: Mariana  Avramo, Fabián Hernández Muñiz, André Porto Ancona Lopez e Julieta  Keldjian.

Momento para as perguntas e debates após palestras. Da esquerda para a direita: Isabel Wschebor Pellegrino, Bruno Henrique Machado, André Malverdes e Julia Donato

Profissionais que participaram do evento
 
Foto com o público do IV Encuentro de Archivos Fotográficos del Mercosur

segunda-feira, 21 de outubro de 2019

Día Mundial del Patrimonio Audiovisual


27 de octubre: Día Mundial del Patrimonio Audiovisual
«Explora el pasado a través del sonido y las imágenes», UNESCO 2019

En el marco del proyecto de concientización del valor del documento audiovisual, el Archivo General de la Nación, realiza una campaña digital en la que incluye registros de actos cívicos y electorales que forman parte de su acervo documental.

En concordancia con su triple función social, ser fuente para la historia, el arte y la cultura; memoria institucional y garante de los derechos ciudadanos, el Archivo General, se une una vez más a la propuesta de la Unesco: “concientizar sobre la necesidad de tomar medidas urgentes y reconocer la importancia de los documentos audiovisuales, como parte integrante de la identidad naciona

El Departamento de Cine, Audio y Video, perteneciente al Archivo General de la Nación, lleva adelante este año la 4° edición de su proyecto de concientización del valor del documento audiovisual. En ese sentido, difundirá diferentes videos con registros documentales de su acervo referidos a actos cívicos y electorales, con el fin de poner en valor los procesos democráticos de Argentina. 

Los documentos audiovisuales contienen los registros principales de los siglos XX-XXI; son fundamentales para probar los hechos de la Administración Pública y otros actores sociales. Es importante que mantengamos su autenticidad, integridad, fiabilidad y respeto al contexto de creación y producción. 

Gran parte del patrimonio audiovisual del mundo ya se ha perdido irremediablemente a causa de la negligencia, la destrucción, el deterioro y la falta de recursos, competencias y estructuras, empobreciendo, de esta forma, la memoria de la humanidad.

quarta-feira, 16 de outubro de 2019

Exposição Coletiva - Novas Referências



Na próximo dia 19 de outubro, um dos integrantes do GPAF, Rinaldo Morelli participará da abertura da mostra "Novas Referências - Fotografia" apresentando a série Candângulos. A sala Acervo da Referência Galeria de Arte receberá a mostra coletiva com obras de André Dusek, Frederico Lamego, Luiz Nunes e Rinaldo Morelli às 17 horas. Também estará disponível ao público a mostra "Secos & molhados" de Kazuo Okubo. No dia da abertura os fotógrafos participarão de uma conversa aberta ao público. Estão todos convidados!

Informações da Mostra
Sábado: 19 de outubro de 17h as 20h - abertura e conversa com os fotógrafos
Mostra em Cartaz: até dia 23 de Novembro
Dias de funcionamento: segunda à sexta de 12h às 19h
                       sábado 10h às 15h
Local: Referência Galeria de Arte - 202 Norte Bloco B Loja 11 - Subsolo

Rinaldo Morelli - Sala Acervo
Kazuo Okubo - Sala Principal

quinta-feira, 10 de outubro de 2019

Palestras sobre o cineasta Stanley Kubrick

Na próxima semana, o GPAF recebe a palestrante Mônica Tenaglia para contar a sua experiência de trabalho no arquivo do cineasta Stanley Kubrick. As palestras acontecerão nos dias 14 e 16 de outubro, no laboratório da Faculdade de Ciência da Informação (FCI), da Universidade de Brasília, às 19 horas. Estão todos convidados!


terça-feira, 8 de outubro de 2019

A imagem - Eduardo Neiva Jr.


Beto Monteiro - 2/2019

Para fomentar o debate sobre o conceito da comunicação da informação, atividade desenvolvida pela disciplina Gestão de Documentos Fotográficos, do Programa de Pós-Graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília, destaco três momentos do livro intitulado “A imagem”, de Eduardo Neiva Júnior, lançado pela editora Ática, São Paulo, em 1986.

A forma da imagem    
1. (P.10) De que maneira o discurso e sua sequencia se compatibilizam com a imagem e sua configuração? Ainda é cedo para uma resposta definitiva. Mesmo correndo o risco de ser óbvio, prefiro dizer que imagem e discurso têm em comum a união indissolúvel de expressão e conteúdo.  
1.1 (P.11) A imagem, enquanto tal, dispensa a semelhança. O que se chama semelhança talvez seja mera familiaridade. As réplicas não surgem naturalmente, pois dependem de convenções de tal maneira interiorizadas que acreditamos na sua naturalidade inevitável. Graças às convenções, e apesar de sua inexistência enquanto coisas, podemos representar o que inexiste materialmente – por exemplo, dragões, unicórnios, fantasmas -, mas que se apresenta como imagem.  
A evidência, tipificada pela máxima “ver para crer”, caracteriza os signos visuais, enquanto os traços auditivos são menos discrimináveis; logo, exigem um grau maior de convencionalidade, o que não quer dizer que a imagem esteja livre de regras de constituição. É por exemplo dominante, na pintura ocidental, a regra de que os estímulos visuais devem ser entendidos através de sua relação com os objetos representados. Se não reconheço a referência, a frustração e a indiferença estragam a minha contemplação. Diante de um vácuo cultural, rejeito o que é percebido. 
2. (P.20) Uma senhora visita uma exposição de arte moderna e queixa-se de que nenhuma mulher real tem, como num quadro de Picasso, visto por ela, dois olhos oblíquos sobrepostos num mesmo perfil. Mesmo sem conhecer a distinção de Frege entre sentido e referência, o artista tem direito a responder que diante dos seus olhos não está uma mulher; trata-se de uma pintura. “A imagem não reproduz o visível; torna-se visível” (PAUL KLEE, 1973).  
Perspectiva 
3. (P.34) O ideal não é apenas enganar o olhar, mas colocar em ação uma cuidadosa estratégia de representação que, simultaneamente, iluda o olhar e a inteligência do espectador, lançando a visão contra o entendimento: um prazer perverso e vertiginoso.
Ilusão 
3.1 (P.48) Quando a relação entre imagem e coisa é imitativa, o suporte da representação funciona como um espelho, devolvendo, serenamente, a aparência do que é representado para o olhar. O espelho é uma metáfora idealizada do tipo de relacionamento que define a realidade. 
A imagem fotográfica 
3.2 (P.64) A fotografia transforma em cena o que vivemos. A eficácia social da foto é tanta que passamos a conduzir nossas vidas na lembrança da representação, como se fôssemos legitimados pelo registro do acontecimento. O ato de fotografar é obrigatório nos casamentos, batizados, comemorações e viagens; guardamos a foto da namorada na carteira; os estados civis são conservados em álbuns de família. Portanto, a fotografia sublinha a importância do momento: tudo que é importante deve ser fotografado. Deixamos de viver; posamos.

Referência:
NEIVA Jr., Eduardo. A imagem. São Paulo: Ática, 1986.

Os fenômenos de interesse para a Ciência da Informação - Wersig & Neveling

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Como parte da atividade proposta na Disciplina Gestão de Documentos Fotográficos do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB) são apresentados abaixo três trechos relacionados ao tema "Comunicação da Informação" extraídos do trabalho  Os fenômenos de interesse para a Ciência da Informação (WERSIG, Gernot; NEVELING, Ulrich, 1975, tradução: Tarcísio Zandonade) para serem discutidos em sala de aula.

"O caso extremo de polissemia na comunicação técnica da informação e da documentação é o termo ‘informação’. A análise semântica feita por um dos autores deste trabalho mostrou que existem, pelo menos, seis diferentes abordagens para o uso e significado do termo em todo o campo da disciplina.
Obviamente, cada uso e significado do termo é justificado, mas como a ambigüidade é um dos maiores entraves na comunicação científica e na elaboração de teorias, dever-se-á encontrar uma regra para avaliar qual é o significado que convém para cada objetivo. Podem-se caracterizar seis tipos ou abordagens principais de ‘informação’, com base na estrutura geral de relações entre homens e mundo.
A) A abordagem estrutural (orientada para a matéria)
B) A abordagem do conhecimento
C) A abordagem da mensagem
D) A abordagem do significado (característica da abordagem orientada para a mensagem)
E) A abordagem do efeito (orientada para o receptor)
F) A abordagem do processo"

"A abordagem puramente prática, com métodos tradicionais, de preferência biblioteconômicos, provou ser ineficaz para a solução do problema fundamental. A partir dos requisitos de uma prática que cresceu e se tornou cada vez mais complexa, emergiu o trabalho científico, e, em seguida, apareceu um grupo de pessoas, foi utilizada uma nova tecnologia e surgiu a comunicação especializada.
Desta maneira desenvolveu-se uma nova disciplina - não por causa de um fenômeno específico, o qual sempre existira e agora se transformou num objeto de problema cuja relevância para a sociedade foi completamente alterada. Hoje, o problema da transferência do conhecimento para aqueles que dele necessitam é uma responsabilidade social e esta responsabilidade social parece ser o motivo real da ‘ciência da informação’."

"A partir de uma combinação da evolução histórica, o desenvolvimento de necessidades sociais específicas e o desenvolvimento de novas metodologias e tecnologias fizeram emergir uma nova disciplina que é, às vezes, chamada ‘ciência da informação’ (ou por outros derivados do termo ‘informação’). Esta ciência é baseada na noção das necessidades de informação de certas pessoas envolvidas em trabalho social, e relacionadas com o estudo de métodos de organização dos processos de comunicação numa forma que atenda estas necessidades de informação. O termo básico ‘informação’ pode ser entendido somente se definido em relação a estas necessidades de informação: tanto a redução da incerteza causada por dados comunicados quanto como dados usados para reduzir incerteza.
Esta ciência está relacionada com a organização dos processos de comunicação destinados à informação para uma clientela específica. Esta é uma ciência em parte semelhante à comunicação de massa destinada ao preenchimento das necessidades de informação para o público em geral, justificáveis social e individualmente. Depois disto, disciplinas similares são biblioteconomia, museologia, arquivologia, educação (todas servindo a diferentes clientelas, de acordo com diferentes necessidades de informação).
Por outro lado, há diversas intersecções destas disciplinas com outras tradicionais, por exemplo:
• Psicologia (psicologia da informação);
• Sociologia (sociologia da informação);
• Economia (economia da informação);
• Ciência política (política da informação); e
• Tecnologia (tecnologia da informação)."

Referência:


WERSIG, Gernot; NEVELING, Ulrich. Os fenômenos de interesse para a ciência da Informação. Information Scientist, v. 9, n. 4, p. 127-140, Dec. 1975. Tradução: Tarcísio Zandonade. Disponível em <https://www.scribd.com/document/196242690/Os-fenomenos-de-interesse-para-a-ciencia-da-informacao-Wersig-Neveling-pdf>. Acesso em 7 out. 2019.

terça-feira, 17 de setembro de 2019

isad g

Uses & Misuses of ISAD(G) by Documentary Custody Institutions André Porto Ancona Lopez

The International Standard Archival Description, é a Descrição Padrão de Arquivo Internacional, mais comumente conhecida por sua sigla, ISAD (G) é o resultado da tentativa do Conselho Internacional de Arquivos (ICA) de estabelecer um parâmetro mundial de descrição de arquivo. Desde o anúncio de sua versão preliminar em 1988, em Ottawa, até sua popularização atual, a diretriz tem sido usada de maneira cada vez mais flexível. Também foi utilizado por gerentes e especialistas em diferentes tipos de instituições de custódia de documentos, indo além dos limites dos arquivos. Na primeira década, o ISAD (G) foi pouco divulgado, pouco conhecido pela comunidade de arquivos não especializados e pouco utilizado pelos países fora dos do grupo de trabalho inicial.

Um movimento mais significativo em direção à expansão do alcance da ISAD (G) pode ser esquematicamente situado a partir de 2003, com discussões mais sistemáticas sobre a adoção de diretrizes específicas em diferentes países e a respectiva elaboração de documentos de natureza nacional e regional. A discussão dos limites práticos e teóricos de um padrão que pretende ser internacional quase coincidiu com a publicação da segunda edição da diretriz. Esse movimento, cujos principais atores estavam na Espanha, praticamente inviabiliza a ideia de redigir uma terceira edição do documento. O que foi criado como Padrão Internacional começou a ser nacionalizado.
Em 2006, o Brasil aprova e publica sua diretriz específica, a Norma Brasileira de Descrição Arquivística (NOBRADE) (BRASIL, 2006). No final do mesmo ano, a Catalunha publica seus padrões regionais: a Norma de Descrição Arquivística da Catalunha - NODAC (BERNAL, 2006) - apesar de não ter incluído uma versão catalã do ISAD (G) na ICA; O NODAC é traduzido para espanhol e inglês no ano seguinte. Não são diretrizes concorrentes ou contraditórias, mas complementares à ISAD (G), com o objetivo de melhorar a descrição de acordo com as tradições, práticas e especificidades nacionais e regionais de arquivo. A existência de um padrão internacional que descreva documentos de arquivo é convertida em uma ferramenta de potencial interesse para museus, centros de documentação e até bibliotecas, responsáveis por lidar com documentos de natureza não arquivos.

A tentativa de usar o ISAD (G) em materiais sem vínculo arquivístico pode resolver alguns problemas específicos. No entanto, representará um grande esforço que, necessariamente, não se beneficiará da principal qualidade da diretriz; que será subutilizado e certamente não atenderá totalmente às demandas informacionais dos custodiantes de documentos não arquivístico.
As atividades de arquivo são apresentadas como uma rede diversificada, na qual cada atividade tem características específicas e está interconectada com as demais. Miller (1990) reafirma a dimensão que as atividades de descrição têm no processo de arquivamento, com sua ação restrita à parte final de um sistema complexo. Não se trata aqui de discutir se esse esquema é pertinente ou não para melhor entender as operações de arquivamento. Também não vale a pena mencionar a diferença clássica entre registros e arquivos. É importante perceber que o escopo da ISAD (G) é bastante específico e está vinculado a uma série de atividades anteriores, também específicas aos arquivos.
Descrição é a atividade que tem maior visibilidade, pois representa o principal ponto de contato de não especialistas com arquivos. Isso leva a comparações com outras áreas, responsáveis pela custódia de documentos semelhantes, nas quais ele ocupa locus sistêmico semelhante, mas não equivalente ao dos arquivos. O fato de a parte inferior do esquema de Miller - do item "armazenamento / preservação" - ser vista como representativa equivalente por outros tipos de instituições custodiantes de documentos não pode implicar uma transposição direta de instrumentos e procedimentos.

ISAD (G) está focado em atividades de descrição; além de representar um escopo de ação limitado e específico, não abrange:
Organização física e lógica de coleções e / ou instrumento de gestão para documentos atuais e intermediários: por se concentrar na descrição, o ISAD (G) não deve ser entendido como uma ferramenta para classificação e/ou arquivo de atividades de controle, apesar de referenciar tais dados (LOPEZ 2005); para essas atividades, existem ferramentas muito mais eficazes e apropriadas (que também podem ser desenvolvidas); a natureza dos dados necessários para as atividades de gerenciamento é totalmente diferente daquela exigida para descrição e para arquivos permanentes.

Descrição de coleções (mesmo que por arquivos) e / ou outros conjuntos de documentos não arquivados: uma das características essenciais dos documentos arquivados é o vínculo arquivístico, que será traduzido no esquema hierárquico de classificação. Também se reflete na estrutura multinível da diretriz, em materiais de arquivo - incluindo coleções - não possuem vínculo de arquivo, apesar de serem subdivididos. Eles não podem ser alocados nos níveis mais altos da diretriz (fonds, subfonds, séries e subséries); o uso da diretriz nesses casos desativa os campos para vínculo arquivístico e maximiza a descrição do conteúdo apenas dos itens documentais. No Brasil, a descrição exaustiva dos itens tem sido frequente onde quer que haja uma abundância de práticas de biblioteconomia nos arquivos. Aqui, as práticas de biblioteconomia da descrição por conteúdo são muito fortes, portanto problemáticas para o universo dos arquivos. Os documentos que não são contextualizados ou organizados - em séries, classes, subconjuntos (grupos) e documentos - 5 são, no entanto, frequentemente descritos, não compatíveis com a diretriz ou os princípios teóricos da Ciência do Arquivo.

Outro problema é que a diretriz carece de atualização e envelhece naturalmente. Criado no final dos anos 80 e concluído há mais de 10 anos, o ISAD (G) está desatualizado, por exemplo, no que diz respeito a documentos digitais, com base em um modelo de descrição de referência bem abaixo das capacidades atuais das tecnologias de informação e comunicação (TICs). Portanto, existe uma lacuna entre a proposta conceitual da diretriz e sua implantação, que é cada vez mais flexível, tanto para atender às próprias demandas de algumas tradições de arquivo, quanto para que outros tipos de documentos possam ser descritos com o ISAD (G). A adoção de uma maior flexibilidade para atrair mais usuários, em última análise, permite a descrição de grupos não arquivados, como as coleções contempladas pela NOBRADE. Ao flexibilizar o conceito de série, entendido como uma simples subdivisão por tópico, portanto, sem vínculo arquivístico, a Diretriz Brasileira (BRASIL, 2006, p. 16) possibilita a simplificação do produto final. Na prática, torna-se um mero cartão de descrição de itens documentais por tópico. Essa possibilidade leva à percepção incorreta de que certos tratamentos baseados em conteúdo seriam práticas comuns e comuns para arquivos, transformando a exceção em ocorrência hegemônica. Os limites da descrição e muitas vezes os próprios arquivos são assim extrapolados.

Uma das principais diferenças entre a descrição arquivística e a dos itens é o aspecto do vínculo arquivístico. Com as novas TICs, os detalhes do conteúdo documental são cada vez menos necessários, pois é possível fornecer acesso a cópias completas dos documentos. A descrição do arquivo deve ser primeiramente orientada a descrever o plano de classificação, tornando o vínculo de arquivo do fond inteligível para fornecer acesso aos documentos. É importante perceber que, no universo dos arquivos, é possível encontrar informações idênticas do ponto de vista do conteúdo com diferentes vínculos de propriedade e arquivo. Podem ser novos documentos gerados a partir de reproduções de conteúdo, como no caso das fotografias (LOPEZ, 2003, p. 78-79; LOPEZ2009, p. 264-265); bem como um novo significado atribuído e consequente mudança de uso, como no caso de algumas obras de arte (LOPEZ, 2000, p. 146 e ss.).
A agenda é vasta, complexa e improvável de ter uma conclusão consensual entre as mais diferentes entidades e instituições dedicadas à guarda de documentos. O fato concreto é que a crescente demanda por modelos prontos para serem aplicados hoje está impulsionando a influência da ISAD (G) além do mundo dos arquivos. Além do fato de que os documentos e a atividade de descrição estão sendo drasticamente alterados pelas novas TICs, a uma velocidade muito mais rápida do que a capacidade da ICA de revisar e expandir o escopo dessa forma de descrição de documentos que existe há um quarto de século.
)


Políticas de acesso aos primeiros documentos fotográficos de Brasília e de sua universidade, de André Lopéz.



                                                                                                       Jordana Padovani



O artigo POLÍTICAS DE ACESSO AOS PRIMEIROS DOCUMENTOS FOTOGRÁFICOS DE BRASÍLIA E DE SUA UNIVERSIDADE tem dois objetivos:

"(...) introduzir o leitor internacional à problemática da gestão e custódia dos primeiros documentos fotográficos de Brasília e levantar alguns pontos para a discussão das políticas de acesso –e de uso e apropriação comercial— das respectivas imagens".
Nesse contexto, vale destacar, de acordo com López: "A cidade de Brasília possui uma situação interessante devido à particularidade de haver sido artificialmente criada, em uma zona sem urbanização anterior, há pouco mais de 50 anos. Trata-se de uma das 100 maiores cidades do mundo, com população atual estimada em mais de 2,5 milhões de habitantes e um histórico urbano recente e muito registrado por lentes fotográficas. A construção é iniciada em 1956, no centro geográfico do Brasil. (...) A nova capital é inaugurada em 21 de abril de 1960, e, ainda hoje, muitos dos espaços e edifícios planejados no século passado continuam a ser construídos” (pp. 55-56). 
Uma relação importante, conforme López, é a que foi estabelecida entre Brasília e a UnB: "A história de Brasília e de sua universidade estão absolutamente entrelaçadas já que, desde os projetos de criação, uma não pode ser pensada sem a outra. Infelizmente, em ambos os casos, há um hiato de cerca de 25 anos entre a inauguração e a criação de um arquivo responsável pela custódia e pela gestão dos documentos permanentes, incluindo os registros fotográficos (...) A UnB, assim com a cidade que a abriga, teve sua construção fotografada. O grande destaque arquitetônico no período é o Instituto Central de Ciências, cujas obras foram iniciadas em 1967. Trata-se de um edifício com 720 metros de comprimento e 6.600 metros quadrados de área. A universidade teve, nos anos subsequentes à sua criação, sobretudo após o golpe militar de abril de 1964, importante papel no cenário político da capital, que culminou com uma invasão policial fotograficamente registrada em 1968 (2014, pp. 57-58; 60).
Destacam-se o Arquivo Público do Distrito Federal (ArPDF) e o Centro de Documentação da Universidade de Brasília (CEDOC), que são intuições de custódia do patrimônio fotográfico brasiliense. Alguns problemas são relatados por López, tais como:
"O ArPDF e o CEDOC não possuem política clara e firme para o controle de direitos de uso e reprodução das imagens custodiadas por seus respectivos acervos, que vá além da obrigatoriedade da indicação de fonte. Se, por um lado, tal situação facilita a difusão, acesso e conhecimento das importantes imagens sobre a criação da cidade e sobre importantes acontecimentos políticos ocorridos na UnB, por outro lado, estimula a adulteração dos documentos e/ou das informações sobre os mesmos, gerando risco de perda de titularidade e de direitos" (2014, p. 65).
 Em relação às conclusões do trabalho, López pontua que:
"Tanto os documentos fotográficos sobre a origem de Brasília custodiados pelo ArPDF, como as imagens referentes à UnB, geridas pelo CEDOC, representam um valioso patrimônio fotográfico para a história da cidade e do país. Algumas imagens possuem, ainda, particular valor histórico, estético e/ou técnico. Felizmente os setores aqui analisados, a despeito das frequentes limitações que soem existir em instituições públicas deste tipo no Brasil, possuem boas instalações e laboratórios técnicos para as atividades de conservação, preservação e digitalização. Os principais problemas observados referem-se a um tratamento documental pouco eficiente, desprovido de informações contextuais, revelador da necessidade de se retomar a aplicação dos princípios arquivísticos nas atividades de identificação, contextualização, classificação e descrição dos acervos. O risco decorrente de tais deficiências acabam por comprometer um importante patrimônio documental, tanto pelo aporte de conteúdo informacional pouco relevante ou equivocado, como pela perda de controle de uso do acervo por outrem. Empresas privadas lucram com a situação, pois, com maior ou menor competência, acabam por serem as principais (ou únicas) alternativas de acesso às imagens" (2014, p. 68).


Referência:
LOPEZ, A. Políticas de acesso aos primeiros documentos fotográficos de Brasília e de sua universidade. In:ZALDUA, M. (Org.). Del Artefacto Mágico al Píxel: estudios de Fotografía. Madrid: Fadoc/UCM, 2014; p. 55-69. 

segunda-feira, 16 de setembro de 2019

Ciência da informação: origem, evolução e relações - Tefko Saracevic

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Como parte da atividade proposta na Disciplina Gestão de Documentos Fotográficos do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB) são apresentados abaixo três trechos relacionados ao tema "recuperação da informação" extraídos do artigo Ciência da informação: origem, evolução e relações (SARACEVIC, 1996) para serem discutidos em sala de aula.


Calvin MOOERS (1951) cunhou o termo recuperação da informação, destacando que ele "engloba os aspectos intelectuais da descrição de informações e suas especificidades para a busca, além de quaisquer sistemas, técnicas ou máquinas empregados para o desempenho da operação." Considerando o problema da informação conforme definido, isto é, a explosão informacional, a recuperação da informação tornou-se uma solução bem sucedida encontrada pela CI e em processo de desenvolvimento até hoje. Como toda solução suscita seus próprios e específicos problemas, assim também a recuperação da informação e esses problemas estão contidos na concepção proposta por MOOERS:
a) como descrever intelectualmente a informação?
b) como especificar intelectualmente a busca?
c) que sistemas, técnicas ou máquinas devem ser empregados? (P. 44)

Um grande número de cientistas da computação estiveram proximamente envolvidos com pesquisa e desenvolvimento em recuperação da informação, assim como em muitos de seus desdobramentos, a ponto de serem reconhecidos como líderes em CI. Gerald SALTON é um bom exemplo. Por outro lado, existe uma vertente de pesquisa e desenvolvimento em ciência da computação que pouca ligação tem com os estudos iniciais em CI. Essa inclui os trabalhos com sistemas inteligentes, bases de conhecimento, hipertextos e sistemas relacionados, interfaces inteligentes e interação homem-computador e mesmo reutilização de software. Essas áreas tem um significativo componente informacional, associado com a representação da informação, sua organização intelectual e encadeamentos; busca e recuperação de informação; a qualidade, o valor e o uso da informação - todos tradicionalmente tratados pela CI. De modo inverso, essa corrente de pesquisa e desenvolvimento na ciência da computação fornece diferentes visões, modelos e enfoques e um paradigma diverso para a pesquisa e desenvolvimento em CI. (P. 50)

Desde os primórdios da CI, a noção de eficácia (por exemplo, a comunicação eficaz do conhecimento, o acesso eficiente aos recursos informacionais, a relevância e utilidade da informação, a qualidade da informação...) tem sido uma preocupação central. Os critérios de eficácia foram e continuam, claramente, sendo derivados da perspectiva humana, ou de considerações do comportamento informativo, mais do que de perspectivas ou critérios tecnológicos. Em outras palavras, enquanto a tecnologia é usada abundantemente, a eficácia de seu uso é colocada estritamente em termos humanos. Neste sentido, a relação eficácia-tecnologia torna-se um acontecimento acima e além da própria tecnologia. A pergunta: "até que ponto as aplicações tecnológicas permitem, realmente, o eficiente acesso à informação e à comunicação dos amplos estoques disponíveis de conhecimento?" transforma-se em questão fundamental. Geralmente, esses pontos ficam perdidos em meio à sedução das aplicações tecnológicas. Em muitas situações de pesquisa e desenvolvimento elas sequer são colocadas, como por exemplo, em muitas das pesquisas sobre sistemas inteligentes.
O ponto destacado é: "pode a noção de eficácia ser recuperada ou novamente redefinida como um aspecto crítico central da CI, um parâmetro para se avaliarem os avanços na pesquisa e na prática profissional? Em caso afirmativo, sob quais critérios?" (P. 56-57)

Referência:

SARACEVIC, Tefko. Ciência da informação: origem, evolução e relações. Perspectivas em Ciência da Informação, Belo Horizonte, v. 1, n. 1, p. 41-62, jan./jun. 1996. Disponível em <http://www.brapci.inf.br/_repositorio/2010/08/pdf_fd9fd572cc_0011621.pdf>. Acesso em 16 set. 2019.

terça-feira, 10 de setembro de 2019

Foto da genesis da informação


Heredia Herrera (1995), A. A fotografia e os arquivos

Parágrafos do artigo de Heredia Herrera, A. A fotografia e os arquivos Revista Photo & Documento, (2016).


Parágrafo 1
Ao falarmos de arquivos, se recorrermos, para defini-los, ao uso de um adjetivo alusivo à informação (arquivos econômicos, arquivos científicos), ou aos suportes que armazenam (arquivos óticos, arquivos fotográficos), estaremos defendendo e apoiando uma certa indefinição que, há tempos, nos ameaça. É preciso que fique bem claro que não rejeitamos a importância dos documentos portadores da aludida informação, ou das modernas possibilidades de registro e armazenamento, disponibilizadas pelas novas tecnologias. O que nos importa, como arquivistas, é conhecer tais documentos e tais formatos de armazenamento para estabelecer, exatamente, suas similaridades e diferenças em relação aos documentos de arquivo — no sentido mais rigoroso do termo — e a necessidade, ou conveniência, de optar por essa via de conservação ou armazenamento, para marcar claramente sua relação com os arquivos, cuja identidade primeira provém do vínculo institucional, não da qualidade de sua informação e nem dos suportes que a contém. Assim, sem evitar nossa responsabilidade em relação a tais documentos, devemos criar os meios para sua recuperação e preservação, e escolher a metodologia que permita seu aproveitamento máximo. (Heredia Herrera, A. A fotografia e os arquivos Revista Photo & Documento, 2016, 2).


Parágrafo 2 
“Ainda que se tenha dito que a “fotografia é um certificado de presença” (Barthes, 1990, p. 151), diante dela o arquivista sente nascer a suspeita quanto à veracidade; o jurista nega sua capacidade de prova; para o curador do museu falta à fotografia o status cultural e artístico; o historiador somente concedeu a ela um papel decorativo em suas pesquisas; e os especialistas em diplomática sequer a consideraram. Tudo isso, a despeito daqueles que acreditam que não existe fotografia que não seja um documento magnífico, e que a fotografia deixou de ser mera ilustração para ser fonte decisiva para a história. ” (Heredia Herrera, A. A fotografia e os arquivos Revista Photo & Documento, 2016, 2).

Anexo ao parágrafo 2;
Toda fotografia es un certificado de presencia. Este certificado es el nuevo gen que su invenci6n ha introducido en la familia de las imageries. Las primeras fotos contempladas por un hombre (Niepce ante La mesa puesta, por ejemplo) debieron darle la impresión de parecerse como dos gotas de agua a las pinturas (siempre la camera obscura); [p151].
O autor Roland Barthes estabelece uma correlação entre os processos ópticos de reprodução da imagem para nos mostrar que sem a intervenção pessoal, subjetiva, do observador — que pode ver nela muito mais do que o registro realista ou a mensagem codificada —, a fotografia ficaria limitada ao registro documental. A câmara clara não é, portanto, um tratado sobre a fotografia enquanto arte nem uma história sobre o tema. Absolutamente original, Barthes se lança à tarefa de decifrar o objeto artístico, a “obra” entendida como mecanismo produtor de sentido.

Parágrafo 3.
Resumindo, apontamos o seguinte: as fotografias, não sendo propriamente documentos de arquivo, são, sim, documentos cuja informação é complementar à dos documentos textuais e, como tais, requerem atenção, visando seu tratamento e processamento por parte de profissionais da documentação.
Podem ser encontradas como parte de processos integrantes de séries arquivísticas e, como tais, preservadas nos arquivos, embora sua forma de agrupamento mais habitual seja a coleção e, nesse caso, são encontradas tanto em arquivos, como em centros de documentação, bibliotecas e museus. (Heredia Herrera, A. A fotografia e os arquivos Revista Photo & Documento, 2016, 2) 

Anexo ao parágrafo 3 
O texto transmite o tema da fotografia na Arquivologia espanhola, a partir do trabalho de uma de suas mais célebres expoentes. Era uma conferência que estava esquecida pela bibliografia da área, que agora está sendo difundida, de uma maneira: cópia a cópia, isso há mais de 15 anos, entre diversos pesquisadores de fotodocumentação. Apresenta uma abordagem precisa sobre os documentos fotográficos nos arquivos, demarcando seu arcabouço conceitual, sob a ótica dos princípios arquivísticas. Simultaneamente, reconhece a realidade das coleções fotográficas e a necessidade de tratamento técnico, apresentando os resultados de um censo preliminar realizado em Andaluzia para averiguar a ocorrência de fotografias em diferentes tipos de instituição custodiadora.


O texto revela a questão da presença da ausência de elementos nos registros fotográficos e o trabalho inerente na sua preservação.


Antônio Carlos Britto acbtto@gmail.com

Alguns apontamentos sobre "Teoria do Conceito" de Ingetraut Dahlberg


                                                                                                               Por Jordana Padovani



O artigo Teoria do Conhecimento, de Ingetraut Dahlberg, discutido na matéria Gestão de Documentos Fotográficos, versa sobre as questões relacionadas à formulação de conceitos, como eles são construídos e de que forma são utilizados para construção da ciência.
                                                               
Para iniciar, pontuemos a questão mais importante considerada pelo autor: conhecimento é linguagem. O que se pode inferir a partir disto? Que a linguagem é uma expressão dos pensamentos e que através desta expressão construímos o processo do conhecimento.

No texto, na página 101, o autor explicita como se constrói conceitos através da linguagem,

“Podemos então dizer que a linguagem constitui a capacidade do homem designar os objetos que o circundam assim como de comunicar-se com os seus semelhantes...As linguagens utilizadas nas necessidades da vida diária denominam-se linguagens naturais. Além destas, o homem criou outras, chamadas linguagens especiais ou linguagens formalizadas (...)”.

A observação do que nos cerca faz com que desenvolvamos a linguagem e a partir da linguagem criamos a nossa relação com o mundo e com os objetos que nos circundam. Temos alguns tipos de objetos, o primeiro tipo de objeto é o objeto individual, aquele que representa o aqui e o agora. O segundo tipo é o objeto geral, que cria conceitos a partir dos objetos individuais.


Desta forma, no nosso dia a dia criamos enunciados a partir daquilo que é individual e daquilo que é geral, e por consequência temos a construção dos conceitos. Entendemos os objetos a partir da observação, criando enunciados que tornam os objetos inteligíveis para nossa vida. Os enunciados são as referências dos elementos dos conceitos que criamos a partir do conhecimento e da observação. Alguns desses conceitos são individuais e outros são gerais. No dia a dia, expressamos nosso conhecimento através de conceitos gerais que podem acarretar em imprecisões, portanto sem grandes consequências. Entretanto, quando tratamos de ciência não há espaço para imprecisão, tem que se definir os conceitos de forma cuidadosa, com todas as suas características.

Consequentemente pode-se definir o conceito como a compilação de enunciados verdadeiros sobre determinado objeto, fixada por um símbolo linguístico. Como o autor frisa na página 102,

“Esse símbolo pode ser verbal ou não-verbal, ou seja, pode ser formado de sinais ou conjunto de sinais independentes das palavras”.

O próprio conceito do CONCEITO é baseado na construção dos enunciados que representam o que cada objeto significa. Isto pode se dar através da apresentação de características especificas do objeto ou através da explicação do que é este objeto. Cada enunciado representa um predicado do objeto, partindo do que é mais geral ao mais específico.

Assim, criam-se categorias, hierarquias funções, relações, intenções e extensões e espécies. Tais divisões fazem com que o conceito se torne aquilo que é mais importante para a ciência, que é a sua precisão.

Finalizando os conceitos precisam ser definidos para criar o embasamento teórico que a ciência exige para a descrição do mundo que nos cerca. A definição do conceito pode ser nominal ou real, expressando desta forma o que realmente o objeto representa. Na sua definição real, o conceito pode representar realidades simples ou complexas, criando assim a própria base para uma teoria do conhecimento que expresse a realidade.


Referência:
DAHLBER,I. Teoria do Conceito. Ciência da Informação, Brasilia, v.7,n.2,p.101-7, 1978.

segunda-feira, 9 de setembro de 2019

El contexto archivístico como directriz para la gestión documental de materiales fotográficos de archivo - André Porto Ancona Lopez

Por Rafael Dias da Silva

Sobre o artigo, que será discutido na matéria Gestão de Documentos Fotográficos, a ideia é apresentar 3 pontos que nos chamaram mais a atenção. Esses pontos deverão ser postados no Blog do GPAF e debatidos em sala de aula.

Resumo:



Dadas as especificidades dos documentos imagéticos, o autor propõe algumas diretrizes para o gerenciamento documental de materiais de arquivos fotográficos. A dificuldade de recompor os motivos da produção documental leva a que vários modelos atuais partam das informações visuais como referenciais para a organização documental, desconsiderando os dados arquivísticos. Caso o documento disponível não seja adequadamente contextualizado, o valor probatório dos documentos de primeira e segunda idade pode ser comprometido, assim como o acesso aos documentos permanentes. Autores consagrados destacam a necessidade de contemplar dados geracionais para que não ocorra a perda da autenticidade do registro fotográfico. Para tornar o gerenciamento de documentos do arquivo fotográfico de arquivo mais eficiente, tenta-se relacionar no projeto DIGIFOTO/CNPq, elementos de informação visual (apoiados em referências de Panofsky), com dados de organicidade arquivística. Os princípios do DIGIFOTO devem ser sistematizados em um sistema eletrônico para registro, gestão, descrição - inspirada na norma Isad (g) - e acesso a materiais de arquivo.


INFORMAÇÃO FOTOGRÁFICA E DOCUMENTO DE ARQUIVO FOTOGRÁFICO

Torcida de Futebol
Detalhe da faixa


Este documento é um recorte de jornal que faz parte da coleção pessoal do Sr. Emiliano de Andrade. Ele está localizado na sua carteira juntamente à seus documentos pessoais - Carteira de Identidade, Carteira de Motorista, etc. - ao lado de outros de natureza afetiva, como fotografia da esposa, do neto, etc. O recorte - como documento do Sr. Emiliano - é único, apesar de as informações veiculadas (a imagem) serem apresentadas como uma forma de reciclagem. De fato, o documento de interesse do historiador do período após 1964 é a notícia do jornal, associada à imagem que o acompanha, e não o recorte do Sr. Emiliano, apesar de ser portador de uma imagem tecnicamente idêntica. A importância da notícia como evento jornalístico - foi a primeira manifestação a favor da anistia feita por uma torcida de futebol, uma das maiores do Brasil - geralmente se destaca da função exercida pelo documento nas atividades do titular do acervo.

A mesma imagem foi usada para criar documentos diferentes, com diferentes funções e propriedade. A tabela abaixo exemplifica as transformações produzidas na imagem do ponto de vista do contexto documental:


Diferentes contextos da imagem da torcida de futebol

A imagem da torcida do Corinthians representa uma informação que foi reproduzida em diferentes documentos desde a sua criação até a reprodução do recorte neste trabalho. Em cada um desses momentos, a informação primária permanece constante; a imagem em si se mantém praticamente inalterada, exceto por algumas modificações em sua resolução gráfica. No entanto, em cada caso, ele integra um novo documento, com funções e direitos diferenciados (o que é significativo para a contextualização documental). Apresenta também mudanças no suporte documental (negativo, positivo, fotolito, papel de jornal, disco magnético, papel alcalino), na técnica de reprodução (fotografia, impressão gráfica, impressão computadorizada) e na espécie documental.

A DESCRIÇÃO ARQUIVISTA E ISAD (g)

A Norma Geral Internacional de Descrição Arquivística, mais conhecida por seu acrônimo, Isad (g), é o resultado de uma tentativa de estabelecer um padrão mundial para descrição de arquivo pelo Conselho Internacional de Arquivos (CIA). Hoje, e principalmente devido ao grande avanço da Internet, a disseminação e discussão da norma tem sido bastante extensa. Em vários sites, como o do Arquivo Nacional ou o da Associação de Arquivistas de São Paulo (Arq-Sp), divulgam um grande número de textos e informações arquivísticas, permitindo uma melhor divulgação de materiais normativos e, portanto, uma discussão mais profunda entre o crescente número de especialistas e técnicos. No Brasil, o Conselho Nacional de Arquivos (Conarq) criou, em setembro de 2001, a Câmara Técnica de Normalização da Descrição Arquivística (CTNDA), com o objetivo de desenvolver padrões nacionais para a aplicação da Isad (g), que culminou na publicação de uma norma brasileira, a Nobrade, em 2006.

O PROJETO DIGIFOTO / CNPq E A PROPOSTA DE ISADFOTO

O projeto "Mapeamento e digitalização de documentos fotográficos de Maringá e arredores", DIGIFOTO-CNPQ, foi desenvolvido pelo Departamento de História da Universidade Estadual de Maringá (DHI-UEM), em colaboração com o Departamento de Ciência da Informação e Documentação da Universidade de Brasília (CID-UnB), recebendo apoio financeiro do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). A pesquisa, realizada entre agosto de 2003 e janeiro de 2006, analisou coleções fotográficas nas cidades de Maringá, Cianorte, Santa Fé e Itambé, referentes à região norte do Estado do Paraná, Brasil, posteriormente efetuando a digitalização de uma parte das imagens presentes nos conjuntos de documentais localizados. A proposta tentou inter-relacionar os registros fotográficos da memória urbana com os das memórias pessoais e os das memórias políticas. Dessa forma, foram mapeados os dados das instituições com potencial de pesquisa na região e em cada uma delas foram destacados os conjuntos documentais de possível interesse. Tais dados levaram à seleção final dos documentos que seriam digitalizados. Note-se que em nenhum momento foi buscada uma dimensão mais abrangente e universal. As fontes foram escolhidas subjetivamente, dependendo das pesquisas históricas que estavam sendo desenvolvidas. Nesse sentido, foram feitas tentativas para apontar sistematicamente várias informações que podem servir de ponto de partida para outras pesquisas, seja pelo uso das mesmas fontes ou pela extensão de dados, com novas instituições e/ou conjuntos e/ou imagens digitalizadas.

A proposta de descrição de materiais de arquivo fotográfico tentou contemplar as especificidades desse material, principalmente no que se refere à articulação entre as instituições (ou detentores pessoais), os cenários, as atividades e os documentos fotográficos. O resultado final é mais do que um instrumento de pesquisa, reflete o desenvolvimento inicial de uma metodologia para o tratamento da informação fotográfica. Essa metodologia visa construir uma solução prática, em termos de inovação, para a relação tensa entre a origem do arquivo e a descrição do conteúdo, que há muito tempo é discutida na literatura existente sobre o assunto. O banco de dados buscou enriquecer os elementos informativos fundamentais para uma correta contextualização e uma maior compreensão das fontes documentais pelo pesquisador que as utiliza, como pode ser visto abaixo, na reprodução de um registro:

Reprodução da ficha do banco de dados DIGIFOTO/CNPq


Uma vez finalizado o DIGIFOTO / CNPq, inicia-se o ISADFOTO, que pretende incorporar as diretrizes internacionais proclamadas pela Isad (g), encaradas como um formato de saída de informações relevantes dos instrumentos tradicionais de pesquisa. A relação entre Isad (g) e os instrumentos de pesquisa pressupõe uma revisão dos conceitos de inventário e catálogo e, no caso de documentos fotográficos de arquivo, uma rediscussão sobre a diplomática e tipologia desse material. Como resultado principal, o ISADFOTO sugere a elaboração de uma proposta, a partir da experiência anterior, capaz de relacionar as especificidades do documento fotográfico com os princípios arquivísticos. O resultado deverá ser apresentado na forma de um aplicativo que concilie as propostas da norma internacional com os fundamentais dados contextuais exigidos pelos tradicionais instrumentos arquivísticos de pesquisa.

Referência:

LOPEZ, A. El contexto archivístico como directriz para la gestión documental de materiales fotográficos de archivo. Universum, Talca, v.23, n.2, p. 12-37, 2008. Disponível em: <https://scielo.conicyt.cl/scielo.php?pid=S0718-23762008000200002&script=sci_arttext> Acesso em 09 de setembro de 2019.

terça-feira, 3 de setembro de 2019

Contextualización archivística de documentos fotográficos - André Porto Ancona Lopez

Beto Monteiro - 2/2019

Para fomentar o debate sobre o conceito da gênese da informação, destaco três partes do artigo: LOPEZ, A. Contextualización archivística de documentos fotográficos. Alexandria: revista de Ciencias de la Información, ano V, n.8, jan./dez. 2011.

Resumo do artigo:


O artigo se propõe a discutir algumas questões relacionadas com a contextualização de documentos fotográficos de arquivo, que geralmente tem seu sentido administrativo original deturpado por estar constituído em acervos de imagens não assumidas como tal. O texto começa em situação específica ocorrida no Arquivo de Negativos da cidade de São Paulo, no final do século XX, como base de análise para questões gerais que incluem contextualização de arquivos de acervos fotográficos. Para concluir, apresenta-se uma proposta instrumental, do ponto de vista da arqueologia, para que as características administrativas dos documentos fotográficos de arquivo possam estar presentes.
1.(P. 6) La reproducción de imágenes fotográficas de la ciudad de São Paulo a través del Departamento/Secretaría de Cultura fue una tarea constante, lo cual habría facilitado que se considerase como titular institucional al propio órgano. Sin embargo, la falta de un conocimiento cabal sobre las obras de dicho organismo –resultante de la ausencia de informaciones archivísticas–no posibilitó determinar con precisión qué documentos reproducidos de particulares podrían entenderse como productos institucionales y cuáles como colecciones privadas.

2.(P. 13) Un negativo representa una etapa diferente en la génesis documental con respecto a un positivo de contacto, una ampliación o un póster. La diversidad es semejante a la que se encuentra, en los documentos textuales, entre un borrador, un esquema y un informe. El negativo es una primera forma de registro de la imagen fotográfica pero, como no se puede trabajar directamente con él, resulta necesario hacer una ampliación (o por lo menos un positivo de contacto) para visualizar mejor la imagen.

3. (P. 14) En el caso de los documentos imagéticos digitales, la organicidad-que puede traducirse en inglés por la sugerente expresión archival bond- es condición sine qua non para que los documentos de archivo sean efectivamente de archivo y no apenas bonitas colecciones de imágenes, para que no se reproduzca electrónicamente el error cometido por el Archivo de Negativos de São Paulo.
Referência:
LOPEZ, A. Contextualización archivística de documentos fotográficos. Alexandria: revista de Ciencias de laInformación, ano V, n.8, jan./dez. 2011. Disponível em: http://revistas.pucp.edu.pe/index.php/alexandria/article/view/213/207.

O conceito de informação - Rafael Capurro; Birger Hjorland

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Como parte da atividade proposta na Disciplina Gestão de Documentos Fotográficos do Programa de Pós-graduação em Ciência da Informação da Universidade de Brasília (UnB) são apresentados abaixo alguns trechos do artigo O Conceito de Informação (CAPURRO; HJORLAND, 2007) para serem discutidos em sala de aula.

Introdução

O conceito de informação como usado no inglês cotidiano, no sentido de conhecimento comunicado, desempenha um papel central na sociedade contemporânea. O desenvolvimento e a disseminação do uso de redes de computadores desde a Segunda grande Guerra mundial e a emergência da ciência da informação como uma disciplina nos anos 50, são evidências disso. Embora o conhecimento e a sua comunicação sejam fenômenos básicos de toda sociedade humana, é o surgimento da tecnologia da informação e seus impactos globais que caracterizam a nossa sociedade como uma sociedade da informação. (P. 149)

Para uma ciência como a CI, é sem dúvida importante a forma como seus termos fundamentais são definidos e, assim como em outros campos, na CI a questão sobre como definir informação é freqüentemente levantada. Este artigo é uma tentativa de revisar o status do conceito de informação em CI, com referência também a tendências interdisciplinares. No discurso científico, conceitos teóricos não são elementos verdadeiros ou falsos ou reflexos de algum outro elemento da realidade; em vez disso, são construções planejadas para desempenhar um papel, da melhor maneira possível. Diferentes concepções de termos fundamentais, como informação, são, assim, mais ou menos úteis, dependendo das teorias (e, ao fim, das ações práticas) para as quais espera-se que dêem suporte. Na seção de abertura, discutimos o problema da definição de termos a partir da perspectiva da filosofia da ciência. (P. 150)

Dependência teórica dos termos científicos

A palavra informação - e combinações como recuperação de informação e centro de informação - tem, definitivamente, contribuído para elevar a opinião pública sobre o trabalho da biblioteca e da documentação, que é geralmente tido como sendo desinteressante, poeirento e distante do que realmente está acontecendo na sociedade. Talvez fosse sábio deixar a palavra informação lá, se não fosse pelo fato, já mencionado, de que várias tentativas têm sido feitas para definir informação como um termo formal, relacionado ao trabalho com documentação e informação e, mesmo, para defini-la como quantidade mensurável, correspondendo a questões do tipo: Quanta informação foi recuperada pela busca? (P. 154)

Informação como um conceito interdisciplinar

Em seu livro seminal The study of information: interdisciplinary messages, Machlup e Mansfield (1983) coletaram visões chave sobre a controvérsia da interdisciplinaridade em ciência da computação, inteligência artificial, biblioteconomia e CI, linguística, psicologia e física bem como nas ciências sociais. O próprio Machlup (1983, p. 660) discorda do uso do conceito de informação no contexto de transmissão de sinais, os sentidos básicos da informação em sua visão referem-se todos a dizer alguma coisa ou sobre alguma coisa que está sendo dita. A informação está dirigida para mentes humanas e é recebida por mentes humanas. Todos os outros significados, inclusive seu uso com relação a organismos não humanos, bem como à sociedade como um todo, são, de acordo com Machlup, metafóricos e, como no caso da cibernética antropomórficos. (P. 160)
Capurro (1996) define informação como uma categoria antropológica que diz respeito ao fenômeno de mensagens humanas, cujas estruturas verticais e horizontais estão relacionadas ao conceito grego de mensagem (angelia), bem como ao discurso filosófico (logos). (P. 161)

O conceito de informação nas ciências naturais

Informação, a primeira vista, é algo que flui entre um emissor e um receptor. Mas, a definição de informação de Shannon é quantitativa no que diz respeito a seleções possíveis em um repertório de símbolos físicos. É, de fato, como Underwood (2001) observa, uma teoria de transmissão de sinal ou mensagem, não de transmissão de informação. O modelo de Shannon de comunicação (Figura 1) inclui seis elementos: uma fonte, um codificador, uma mensagem, um canal, um decodificador e um receptor (SHANNON, 1948). (P. 163)




De modo estrito, nenhuma informação poderia ser comunicada entre um emissor e um receptor, porque esta teoria não diz respeito à comunicação de uma mensagem significativa, mas, em vez disso, à reprodução de um processo de seleção. (P. 163)

O conceito de informação nas ciências humanas e sociais

[...] observamos que Shannon conservou um aspecto básico do moderno conceito de informação, no sentido de comunicação de conhecimento, ou seja, seleção. Quando estamos lidando com o significado de uma mensagem, discutimos interpretação, isto é, a seleção entre as possibilidades semânticas e pragmáticas da mensagem. Interpretar uma mensagem significa, em outras palavras, introduzir a perspectiva do receptor - suas crenças e desejos, torná-lo um parceiro ativo no processo de informação. (P. 169)
A informação não é uma propriedade de fatos, mas é dependente do contexto e das limitações. Existe uma diferença entre informação pura e informação incremental. (P. 170)
[...] se a informação for vista como algo existindo independentemente do conhecimento do receptor, isto não implica necessariamente que a informação seja algo absoluto. A teoria situacional concebe a informação em relação a situações com suas restrições e contingências. A informação é um conceito relacionado ao sistema (OESER, 1976, II, p. 86). Algumas teorias clássicas da informação a definem com relação à mudança no modelo de realidade do receptor; isto é, como um conceito pragmático (MACKAY, 1969; MORRIS, 1955). (P. 172)

Informação em CI

Como vimos, a palavra informação tem uma história muito mais rica que os campos de investigação conhecidos como biblioteconomia, documentação e CI, que são, em grande medida, produtos do século XX. Acompanhar a influência deste termo, e da rede complexa de disciplinas ligadas a ele é, de fato, difícil. Machlup e Mansfield (1983, p. 22), sugeriram que "sentido amplo a CI é um agrupamento de pedaços coletados em uma variedade de disciplinas que falam de informação em um de seus muitos significados". (P. 177)

Recuperação de informação e o conceito de informação

O termo recuperação da informação - RI - é possivelmente um dos termos mais importantes no campo conhecido como CI. Uma questão crítica é, portanto, saber por que e em que sentido a RI usa o termo informação. A RI pode ser vista tanto como um campo de estudo quanto como uma entre as muitas tradições de pesquisa relacionadas ao armazenamento e recuperação de informação6. Embora o campo seja muito mais antigo, a tradição remonta ao início dos anos 60 e aos experimentos de Cranfield que introduziram medidas de revocação e precisão. Estes experimentos classificam-se entre os mais famosos em CI e continuam, hoje, nos experimentos TREC (Text Retrieval Conference). (P. 179)

Conclusão

Existem muitos conceitos de informação e eles estão inseridos em estruturas teóricas mais ou menos explícitas. Quando se estuda informação, é fácil perder a orientação. Portanto, é importante fazer a pergunta pragmática: "Que diferença faz se usarmos uma ou outra teoria ou conceito de informação?" Esta tarefa é difícil porque muitas abordagens envolvem conceitos implícitos ou vagos que devem ser esclarecidos. (Tal esclarecimento pode provocar resistência porque informação é muito freqüentemente usada como um termo para aumentar o status, com pouca ambição teórica.) Deveríamos também perguntar a nós mesmos o que mais precisamos saber sobre o conceito de informação a fim de contribuir para maior desenvolvimento da CI. (P. 193)
A medida que os sistemas de informação tornam-se mais globais e interconectados, a informação implícita é, muitas vezes, perdida. Esta situação desafia a CI a ser mais receptiva aos impactos sociais e culturais dos processos interpretativos e, também, às diferenças qualitativas entre diferentes contextos e mídias. Esta mudança significa a inclusão dos processos interpretativos como uma condição sine qua non dos processos de informação. (P. 194)
Como temos demonstrado, esta tarefa é essencialmente multi e interdisciplinar. A construção de redes é basicamente um processo de interpretação. A construção de uma rede científica como uma atividade auto-reflexiva pressupõe o esclarecimento de conceitos comuns. Um destes conceitos é informação. (P. 194)

Referência:

CAPURRO, Rafael; HJORLAND, Birger. O conceito de informação. Perspectivas em Ciência da Informação,  Belo Horizonte ,  v. 12, n. 1, p. 148-207,  abr.  2007 .   Disponível em <http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-99362007000100012&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em  03  set.  2019.  http://dx.doi.org/10.1590/S1413-99362007000100012.