Leitores,
Essa é minha primeira publicação. Antes de tudo irei me apresentar. Meu nome é Ester Kimura, sou
arquivista, pós-graduanda (especialização) em Gestão de Documentos e
Informações e sou aluna especial do Programa de Pós Graduação em Ciência da
Informação (PPGCINF) da disciplina de Gestão de Documentos Fotográficos,
ministrada pelo prof. Dr. André Porto Ancona Lopez.
Gestão de Documentos Fotográficos - importância e necessidade nas instituições
públicas
Uma discussão latente é a
delimitação de documento arquivístico e se toda fotografia pode ser um
documento de arquivo. Além disso, outro ponto importante a ser levantado em
consideração é como deve ser aplicado as técnicas arquivísticas para os
documentos fotográficos, até que ponto a organização empírica pode surtir
efeitos positivos e quando é necessário a intervenção de um profissional da
Ciência da Informação, ou até mesmo, de um profissional de sistemas da
informação, no caso de documentos eletrônicos.
Para melhor analisar as questões
apontadas, apresento um exemplo comum na administração pública: as fotografias
produzidas para fins administrativos e de divulgação e que, geralmente, não são
tratadas arquivisticamente. Ou seja, nem sempre são identificadas, ordenadas,
classificadas, avaliadas e destinadas.
Foto: Ester Kimura |
Costumeiramente, as fotografias
são produzidas por um fotógrafo na instituição, que não necessariamente é da
Assessoria de Comunicação, a partir de uma pauta informal – solicitação de
cobertura fotográfica de determinado evento ou situação sem que haja o
documento formal de solicitação de acordo ou não com as competências do
servidor. Caso as fotos sejam para fins administrativos, estas são encaminhadas
à unidade solicitante. Caso sejam para fins de divulgação são encaminhadas ao
departamento de comunicação. E quem trata arquivisticamente essas fotos? O
fotógrafo e cada uma das unidades interessadas classificam esse documento? No
caso de fotografia digital, cada uma fica com um arquivo, gerando originais
múltiplos dentro de uma mesma instituição? Como é a guarda das fotografias
digitais? Elas ficam na pasta, no perfil de cada um dos funcionários ou estão
em uma rede da instituição? As dúvidas e problemas que surgem pela falta de uma
gestão dos documentos fotográficos são variadas e podem chegar a perda tanto do
documento, como da informação.
Sendo assim, é necessária a
gestão desses documentos. Os documentos fotográficos devem estar sempre acompanhados
de documentos e informações que justificam seu contexto, além da descrição de
conteúdo. Para isso, é importante que a fotografia tenha documentos relacionados
à sua criação e utilização, sejam classificados e apresentarem uma estrutura lógica
de organização de acordo com os dispositivos necessários que sejam compatíveis com
as demais formas de ordenação dos documentos de outro suportes.
Faz-se necessário que o contexto
da fotografia em ambiente de arquivo seja sempre revelado pelo produtor, pois
pode variar de acordo com a análise imagética posterior ao momento do clique.
Madio (2012, p.56) afirma: “O que temos que apreender é que esta ‘realidade’ só
pode ser cogitada no momento circunstancial da tomada daquele objeto. A função
e objetivos originais para essa ação, e também o olhar do fotógrafo e,
posteriormente, as transformações dos processos ótico/químico, além de também o
seu processamento documental, tanto imediato como o de guarda, porém deveriam
ficar claros e estabelecidos, acompanhando esse documento nas diferentes
utilizações que porventura tiver”. Ou seja, apresentar o motivo e/ou a função
para qual aquele documento foi gerado, assim como é feito com as informações em outros
suportes.
Após essa conscientização de que
um documento fotográfico apresenta uma intencionalidade para o qual foi criado,
assim como os demais documentos, é necessário manter sua organicidade desde o
momento da criação até sua destinação final e, se for o caso, até o arquivo
permanente. Para que o documento fotográfico possa chegar a sua destinação
final, é importante que junto dos demais documentos que justificam seu
contexto, sejam classificados e, em seu tempo, avaliados.
Sugere-se, então, para instituições
que apresentem casos similares ao exposto, que seja feito um fluxograma de
trabalho, com a formalização dos pedidos de cobertura fotográfica, a guarda
desses documentos com os demais relacionados ao evento ou ação, que este dossiê
seja classificado e que haja um responsável pela guarda destes documentos de
acordo com a estrutura lógica na instituição.
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