sábado, 11 de dezembro de 2010

Redes Sociais e Documentos Imagéticos: Marataízes

Foto do litoral de Marataízes. Autor: Odon Machado. s.d.

Sem entrar em detalhes, as redes sociais conquistaram os brasileiros. Primeiro foi o Orkut, seguido do Twitter e Facebook. Esse post tece alguns comentários sobre uma comunidade de pessoas que foi criada nessa última rede social, com um forte elemento aglutinador: a fotografia, ou, nos termos desse grupo de pesquisa, documentos imagéticos. Trata-se de representações simbólicas, históricas e afetivas de indivíduos que tiveram experiências vivenciais no balneário de Marataízes, litoral do Espírito Santo.

Redes sociais são, de acordo com Boyd e Ellison (2007), “[...] serviços baseados na Web que permitem aos indivíduos (1) construir um perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado (2) articular uma lista de outros usuários com quem eles compartilham uma conexão, e (3) ver e percorrer essas listas e outras feitas por demais pessoas dentro do mesmo sistema. A natureza e a nomenclatura dessas conexões podem variar de local para local”. Complementa-se essa definição, a comunicação mediada por computador.

Essa possibilidade de articulação fez com que, em outubro de 2010, uma dessas pessoas, o advogado Ronald Mignone, com uma história de vida profundamente ligada ao balneário, criasse-se, no Facebook, um grupo fechado denominado “Marataízes”, do qual só participam convidados. Ainda que possam existir casos semelhantes que desconheço, o crescimento do grupo apresenta algumas características essenciais: intensa participação dos membros, crescimento acelerado e comunicação mediada, quase que totalmente, por documentos imagéticos.

Quantitativamente, na data desse post, contabiliza-se 280 membros e 1.771 publicações. Dessas, 568 são de documentos imagéticos.

Por serem de livre postagem, tais documentos constituem uma coleção polissêmica, multifacetada e caleidoscópica, não organizada, cujos temas navegam das praias às construções históricas, fotos antigas de família, barcos, aviões, pescadores, catadores de mariscos e semelhantes, acidentes naturais (ressacas), bailes de carnaval, etc., tornando impossível citar todos aqui.

O volume de documentos e a quase total ausência de informações que os identifique levou o próprio criador do grupo a perguntar sobre a foto que ilustra o início desse post: “Eu vi essa foto maravilhosa postada aqui. De quem é?”. Por esse motivo e, considerando-se seu valor histórico e afetivo, muitos membros já perceberam e manifestaram a necessidade de organizar essa coleção, de forma que, estando os documentos imagéticos devidamente identificados e armazenados, possam ser facilmente recuperados. Outros vêem, inclusive, a possibilidade de que o acervo venha a fazer parte do museu do balneário.

Configura-se, portanto, uma oportunidade de dupla via, no meu entender. De um lado o interesse de algum membro do Grupo de Pesquisa em Acervos Fotográficos-GPAF assumir o encargo de construir cientificamente o acervo como projeto de pesquisa e, de outro, a contribuição que poderá ser feita aos membros do grupo no Facebook, ao balneário de Marataízes, seus habitantes, turistas, pesquisadores e admiradores.

Para tanto, acredito ser viável conseguir recursos, seja no âmbito das instituições/órgãos financiadores de pesquisa (federais, estaduais e municipais), bem como, do setor privado, através da Lei de Incentivo à Cultura, por exemplo.

Quem tiver interesse em conhecer, esclarecer dúvidas ou colaborar, favor entrar em contato com os Administradores do Grupo: Ronald Mignone (ronaldmignone@hotmail.com); Antônio Miranda (amb2miranda@hotmail.com); Ricardo Mignone (ricardo.mignone@gmail.com); Ivilisi Soares de Azevedo e Victor de Moura. Infelizmente, não possuo o e-mail dos dois últimos.

8 comentários:

  1. Muito bom, Niro!!!
    A idéia da exposição das imagens postadas na comunidade já está vigindo.
    Teremos notícias dentro em breve da realização da exposição.
    Abração!!
    Ronald Mignone

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  2. Amigos amantes de Marataizes !!! Coloquei um link no nosso Blog FALA MALANDRO , onde temos uma pagina dedicada a Marataizes . O trabalho de união entre todos os maratimbas de nascimento e de coração,esta trazendo muitas aegrias aqueles que pelo menos passaram uma parte da vida lá. Parabens pela materia. Abraços PEDRO e MARISA

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  3. Olá Ronald!
    Embora eu tenho sugerido algum membro do GPAF para construir o acervo, lembro ter afirmado pessoalmente que, também, outros pesquisadores poderiam fazê-lo, como da UFES, por exemplo. Isso, obviamnente, não descartaria possíveis colaborações.
    Sucesso na exposição. Lembre-se contudo, que assim como um acervo, uma exposição deve manter sua organicidade. Se precisar ou desejar ajuda, escreva-me.
    Grande abraço,
    Niro

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  4. Bem-vindos Pedro e Marisa!
    Os acervos se comportam, metaforicamente, como sistemas vivos, "dialogando" em diversos níveis, desde o político-social e econômico até o afetivo e individual.
    Muito obrigado pelo comentário e pela referência no Blog FALA MALANDRO.
    Abraços,
    Niro

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  5. Muito bom Niro, muito bom!

    Pergunta ao pessoal do "Fala Malandro": qual é a url do blog? e do Link?

    Como o Niro bem disse o GPAF é formado por pesquisadores com interesses comuns em torno do fenômeno da fotografia e seus acervos. Não queremos monopólio de nada e buscamos continuamente a ampla discussão de idéias, trabalhos, problemas etc. mesmo que não sejam os nossos, até mesmo porque não somos monolíticos. Já que a ciência só pode avançar pela pluralidade e diversidade de abordagens, o GPAF sempre poderá acolher novas adesões. Este blog é permanentemente aberto para postagens, comentários, notas, divulgações etc. relacionadas ao tema, independentemente de pertencimento ao GPAF.
    Fico à disposição em apalopez@gmail.com

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  6. Excelente iniciativa, Niraldo!

    Tenho total convicção de que a organização das fotografias sob o espectro da ciência é fundamental para a criação de um "Centro de Memória de Marataízes"

    Interesso-me também pelos "acervos ocultos", a investigar.

    Grande abraço e bola pra frente!

    victor.demb@gmail.com

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  7. Olá André!
    Frato pelas considerações. O endereço do blog Fala Malandro é http://luppemarisa.blogspot.com/
    Abs

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  8. Muito obrigado Victor!
    Vamnos manter essa interatividade.
    Abs

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