Por Rafael Dias da Silva
Sobre o CdF
O Centro de Fotografia de Montevidéu (CdF) foi criado em 2002 e é
uma unidade da Divisão de Informação e Comunicação da Prefeitura de Montevidéu.
Desde julho de 2015 funciona no Edifico Bazar, edifício histórico localizado na
Avenida 18 de Julio (Foto 1).
O objetivo do CdF é trabalhar a
fotografia com o objetivo de incentivar a reflexão e o pensamento crítico sobre
temas de interesse social, fomentando o debate sobre a formação de identidades
e contribuindo para a construção da cidadania. Além disso, busca ser
uma instituição de referência a nível regional e nacional, gerando conteúdos,
atividades, espaços de intercâmbio e desenvolvimento nas diferentes áreas que
compõem a fotografia.
O CdF tem sete espaços exclusivos para exposição de fotografia: três salas
localizadas no prédio da sede (no térreo, primeiro andar e subsolo) e em
galerias de fotos no Parque Rodó, Prado, Ciudad Vieja e Villa Dolores,
concebidas como espaços ao ar livre para exposição permanente.
Sobre o Guia
O Guia (Foto 2) apresenta inicialmente a origem do Arquivo
Fotográfico, em 1915, quando a prefeitura de Montevidéu
criou uma seção dentro do Escritório de Informações, dedicada ao registro
fotográfico da cidade. No ano seguinte começou-se a produzir imagens
específicas sobre as festas de verão e carnaval. Os fotógrafos Isidoro Damonte
e Carlos Ángel Carmona estavam encarregados desse trabalho, registrando as
transformações nas edificações de Montevidéu, os meios de transporte, as
atividades sociais e culturais, os passeios públicos e as comemorações
nacionais, procurando destacar a "beleza" e a "modernidade"
da cidade, que é explicada pelos fins turísticos e de propaganda que tinham
essas imagens.
Além disso, eles eram responsáveis por coletar, via compra ou doação
imagens "antigas", para reproduzi-las e integrá-las ao arquivo. Isso
explica que o porquê das primeiras imagens datarem o ano de 1865. Isso
significa um total aproximado de 30.000 negativos e positivos monocromáticos,
principalmente em suporte de vidro e, em menor medida, de plástico e papel,
numa variedade de formatos.
O trabalho de Damonte e Carmona foi estendido até o final da década de
quarenta. Depois deles, outros fotógrafos continuaram com o registro da cidade,
mas a taxa de produção de imagens diminuiu. Na década de 1960, a prefeitura
criou um serviço de Imprensa que também produziu fotografias.
Foto 2
Em 1997, foi criado o Arquivo Fotográfico de Montevidéu (AFMVD), com o
objetivo de preservar e valorizar as imagens produzidas pela Prefeitura, além
de produzir imagens contemporâneas sobre a cidade.
Em 2002, tornou-se o Centro de Fotografia (CdF). Dois anos depois, o CdF
criou o grupo de séries Contemporâneas (FMCMA), que agrupou as fotografias
contemporâneas do AFMVD, juntamente com as imagens documentais produzidas por
os fotógrafos municipais da Assessoria de Imprensa durante a década anterior.
Na sequência, o Guia apresenta a composição da descrição de trinta
e nove conjuntos documentais. As informações são sistematizadas em Fichas elaboradas
com base na Norma Uruguaia de Descrição Arquivística – NUDA e na Norma Geral
Internacional de Descrição Arquivística (ISAD-G). Além disso, o CdF
utiliza o Manual para a Gestão de Fundos e Coleções Fotográficas, de Joan
Boadas, Lluís-Esteve Casellas e M. Ángels Suquet para realizar o seu trabalho
de descrição.
Nos Anexos do Guia são apresentadas algumas informações interessantes,
como por exemplo uma Linha do Tempo, que indica as datas-limites
dos conjuntos documentais.
São apresentados também os procedimentos de Gestão do Arquivo
Fotográfico do CdF, que são realizados através do:
- Controle Físico (planejamento e execução de ações de conservação preventiva e digitalização);
- Controle Intelectual (organização dos conjuntos documentais, análise do conteúdo das imagens e das informações relativas ao contexto da sua produção) e
- Acesso - Através de um Catalogo online (página da CdF), exposições, publicações chamadas “Gelatina y Plata”, além de uma loja com produtos temáticos.
Também é apresentada a Política de Entrada e Tratamento de
Doações. Atualmente o CdF aceita fotografias apenas em
caráter de doação. A avaliação para entrada no acervo é realizada por uma
Comissão que tem como membros um licenciado em história, um fotógrafo e um
arquivista.
Quando as fotografias ingressam formalmente no acervo do CdF, elas são
objeto dos seguintes procedimentos:
- Geração
de Código Alfanumérico (com a procedência e o número de registro);
- Conservação
Preventiva (limpeza mecânica);
- Troca
para um envelope feito de papel livre de ácido;
- Digitalização;
- Inserção de Metadados IPTC da imagem digital.
Após esses procedimentos, o doador é contatado para devolução dos
originais (se for entrar no acervo a cópia digital), se os objetos de doação
forem os originais, esses ingressam na “câmara de conservação”.
Por último é apresentada a Política de Produção Fotográfica,
com a Missão e a Visão do CdF e um Glossário de termos
associados ao Guia.
Referências
Guía del Archivo Fotográfico del CdF / Centro de Fotografía de
Montevideo.
1ª ed. Montevideo: CdF. 2017. Disponível em:
Acesso em: 29 de agosto de 2018.
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